sexta-feira, 27 de junho de 2025

Analisando Discografias - Bruce Dickinson

                 

Tattooed Millionaire – Bruce Dickinson





















NOTA: 7,8/10


Em 1990, Bruce Dickinson lançava seu 1º trabalho solo, intitulado Tattooed Millionaire. Antes do lançamento de No Prayer for the Dying com o Iron Maiden, ele sentia a necessidade de se expressar de forma mais pessoal, livre dos conceitos épicos e das composições progressivas e mitológicas da banda. Aí, o que aconteceu foi que ele foi convidado para gravar uma música para a trilha sonora do filme A Nightmare on Elm Street 5: The Dream Child. A faixa "Bring Your Daughter... to the Slaughter" (que foi regravada pelo Iron Maiden) foi o ponto de partida. Empolgado com a liberdade criativa, Dickinson decidiu seguir em frente. A produção, feita por Chris Tsangarides, apostou em uma sonoridade bem crua, com guitarras distorcidas na linha do Hard Rock da época, mas sem a polidez exagerada de muitas produções do final dos anos 80. O repertório até que é legal, tendo ótimas canções e outras bem sem graça. No geral, é um disco bacana, mas que podia ser mais lapidado. 

Melhores Faixas: Gypsy Road, Tattooed Millionaire, No Lies, Son Of A Gun 
Piores Faixas: Lickin' The Gun, All The Young Dudes

Balls To Picasso – Bruce Dickinson





















NOTA: 8/10


Quatro anos depois, foi lançado seu 2º disco, o Balls to Picasso, que tentou ser mais abrangente. Após o Tattooed Millionaire, Bruce Dickinson sentiu que precisava se reinventar artisticamente. E com o lançamento do Fear of the Dark, do Iron Maiden, ele passou a se sentir limitado e sufocado dentro da estética fechada da banda, além de perceber que o Grunge havia dominado os anos 90 e que os artistas estavam tentando soar mais humanos e crus. Então, ele decidiu fazer algo que mostrasse sua identidade própria. A produção foi conduzida por Shay Baby, mas o som do disco tem forte identidade do Roy Z, guitarrista e compositor que se tornaria parceiro frequente de Bruce. Aqui, seguiram arranjos mais elaborados, indo do Hard Rock ao Metal alternativo, com alguns toques de Blues e uma instrumentação até que variada. O repertório é bem legal, tendo ótimas canções, mas novamente algumas bem nada a ver. Enfim, é um disco bom e que mostrou ideias interessantes. 

Melhores Faixas: Cyclops, Change Of Heart, Gods Of War, Hell No 
Piores Faixas: Shoot All The Clowns, Tears Of The Dragon

Skunkworks – Bruce Dickinson





















NOTA: 8,4/10


No ano de 1996, foi lançado mais um disco, o Skunkworks, que fugia um pouco do lado mais comercial. Após o Balls to Picasso, Bruce queria se afastar de vez da imagem de “ex-vocalista do Iron Maiden” e mergulhar em uma sonoridade moderna, mais próxima do Rock alternativo e Metal moderno que dominavam os anos 90, algo entre Soundgarden, Radiohead e Tool. Porém, a gravadora não comprou a ideia de uma nova banda, forçando Bruce a lançar esse album sob seu próprio nome, o que gerou bastante confusão. A produção foi conduzida por Jack Endino, e aqui tudo soa bastante cru, com guitarras densas, baixo encorpado, bateria seca e ambientes introspectivos. A voz do Bruce aparece mais contida, menos operística e mais emocional, com interpretações que exploram timbres suaves, gritos rasgados e variações vocais inusitadas. O repertório é bem legal, com canções bastante consistentes. Enfim, é um ótimo disco e que, de certo modo, envelheceu bem. 

Melhores Faixas: Dreamstate, Inside The Machine 
Vale a Pena Ouvir: Back From The Edge, Meltdown, I Will Not Accept The Truth, Innerspace

Accident Of Birth – Bruce Dickinson





















NOTA: 9,7/10


No ano seguinte, Bruce Dickinson lançou seu 4º álbum de estúdio, o Accident of Birth. Após o Skunkworks, Bruce percebeu que, embora a tentativa de fugir do heavy metal tradicional tivesse mérito artístico, ela o havia alienado de parte significativa de sua base de fãs e até mesmo dele próprio. Então, em vez de seguir nos experimentos, ele retornou ao Heavy Metal com força total, mas agora sob seus próprios termos, com uma liberdade criativa que não sentia mais dentro do Iron Maiden na época. A produção, feita por Roy Z, seguiu para um lado bem mais moderno e denso, com timbres gordos de guitarra, bateria marcante e arranjos que equilibram peso e melodia de maneira impecável. A sonoridade mistura elementos do Heavy Metal clássico com doses de Metal progressivo, Thrash e até momentos sombrios e atmosféricos. O repertório é incrível, e as canções são todas bem melódicas e poderosas. No final, é um baita disco e um dos melhores de sua carreira. 

Melhores Faixas: Accident Of Birth, Man Of Sorrows, Road To Hell, Arc Of Space, Darkside Of Aquarius, Taking The Queen 
Vale a Pena Ouvir: Omega, The Magician, Starchildren

The Chemical Wedding – Bruce Dickinson





















NOTA: 9,4/10


Então se passa mais um ano, e foi lançado seu 5º álbum de estúdio, o épico The Chemical Wedding. Após o excepcional Accident of Birth, Bruce Dickinson havia recuperado não apenas o respeito dos fãs do Metal tradicional, mas também sua própria identidade artística. Ele então decidiu aprofundar o conceito artístico de seu trabalho anterior, explorando temas místicos, ocultistas e literários com profundidade simbólica e musical. Inspirado pela obra do poeta e artista William Blake, Bruce constrói aqui um disco conceitual que mistura alquimia, espiritualidade, redenção e o apocalipse interior. A produção, feita novamente por Roy Z, trouxe uma sonoridade mais pesada e densa, com guitarras afinadas em tons mais graves, criando uma atmosfera sombria, além de equilibrar perfeitamente o Metal clássico (com riffs cavalgados e solos melódicos) com texturas modernas. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem tematizadas. Enfim, é outro disco incrível e muito profundo. 

Melhores Faixas: Book Of Thel, Gates Of Urizen, Jerusalem, Chemical Wedding 
Vale a Pena Ouvir: The Alchemist, The Tower, Trumpets Of Jericho

Tyranny Of Souls – Bruce Dickinson





















NOTA: 8,2/10


Foi só em 2005 que foi lançado mais um disco dele, o Tyranny of Souls, que seguiu por um lado mais místico. Após o The Chemical Wedding, como sabemos, Bruce acabou retornando ao Iron Maiden e não conseguiu ter muito tempo para lançar algo solo. Só tempos depois ele decidiu se reunir novamente com seu parceiro criativo Roy Z para um novo trabalho, que mantinha elementos místicos, históricos e espirituais, mas sem ser uma obra conceitual. A produção foi aquela de sempre, só que aqui cada um gravou suas partes separadamente. No geral, tudo é bastante limpo e polido, com arranjos compactos e faixas de estruturas bem definidas, em uma produção que dá bastante ênfase aos vocais, riffs e climas épicos. O repertório é bem interessante, e as canções ficaram dinâmicas e com um lado mais emocional. No fim, é um disco legal e que tem seu devido conceito. 

Melhores Faixas: Tyranny Of Souls, Navigate The Seas Of The Sun 
Vale a Pena Ouvir: Soul Intruders, Kill Devil Hill, Power Of The Sun

The Mandrake Project – Bruce Dickinson





















NOTA: 8,3/10


Então chegamos ao último lançamento até o momento do Bruce Dickinson, lançado no ano passado, o The Mandrake Project. Após o Tyranny of Souls, ele acabou passando um tempo mais focado no Iron Maiden, além de ter vencido uma batalha contra o câncer. Depois disso, decidiu retomar sua carreira solo e começou a preparar esse trabalho em 2019, mas o processo demorou bastante, muito por conta da pandemia e, claro, das turnês com o Maiden. A produção foi conduzida, como sempre, por Roy Z, parceiro de longa data, que também gravou guitarras e baixo. A sonoridade ficou mais densa e atmosférica, com elementos do Hard Rock, Heavy Metal e um pouquinho de Doom Metal, além de pitadas de progressivo. Bruce descreveu o som como obscuro e dramático, deixando tudo com um clima bastante cinematográfico. O repertório é bem interessante, com canções poderosas e dinâmicas. Em suma, é um ótimo disco e muito bem construído. 

Melhores Faixas: Shadow Of The Gods, Mistress Of Mercy 
Vale a Pena Ouvir: Many Doors To Hell, Eternity Has Failed, Afterglow Of Ragnarok


Analisando Discografias - Paul Di'Anno

                  The Worlds First Iron Man – Paul Dianno NOTA: 3/10 Em 1998, foi lançado um dos vários e peculiares projetos de Paul Di’Ann...