quarta-feira, 19 de março de 2025

Analisando Discografias - Black Sabbath: Parte 1

                   

Black Sabbath – Black Sabbath





















NOTA: 10/10


No início do ano de 1970, o Black Sabbath lançava seu clássico álbum de estreia autointitulado. A banda, formada pelo guitarrista Tony Iommi, que junto com o baterista Bill Ward criou um som totalmente diferente do cenário britânico ainda mais identidade com a chegada do baixista Geezer Butler e do lendário Ozzy Osbourne. Incialmente chamada Earth, eles mudaram para Black Sabbath, inspirado em um filme de terror de 1963 estrelado por Boris Karloff. A produção, feita por Rodger Bain, foi gravada em um único dia, já que o orçamento era extremamente baixo e com poucas overdubs. Tony Iommi, mesmo lidando com as sequelas de um acidente que resultou na perda de parte de dois dedos, desenvolveu uma técnica única de tocar guitarra, afinando as cordas para baixo e criando riffs arrastados e pesados. O repertório é fantástico, digno de uma coletânea, e as canções são hipnotizantes. Enfim, é um disco de estreia sensacional e um dos melhores de todos os tempos. 

Melhores Faixas: Black Sabbath (entendi por que muita gente tinha medo do início dessa música, é muito hipnotizante), N.I.B., The Wizard 
Vale a Pena Ouvir: Sleeping Village, Warning (cover de uma música do The Aynsley Dunbar Retaliation)

Master Of Reality – Black Sabbath





















NOTA: 10/10


Se passou um tempinho e foi lançado seu 3º álbum, o também aclamadíssimo Master of Reality. Após o excepcional Paranoid, que consolidou o Black Sabbath como uma das maiores bandas da época, embarcando em turnês exaustivas. A essa altura, os membros do Sabbath estavam cada vez mais imersos no uso de drogas, principalmente maconha, o que os influenciou bastante. Geezer Butler e Tony Iommi estavam interessados em criar um som mais pesado, e a decisão de afinar suas guitarras e baixos um tom e meio abaixo do padrão (de E para C#) deu ao disco uma sonoridade mais densa e arrastada. A produção, feita novamente por Rodger Bain, foi para um lado mais experimental, juntando Heavy Metal, Blues Rock e o Doom Metal tradicional que a banda já explorava anteriormente, mas com novidades. O repertório é maravilhoso, parecendo mais uma vez uma coletânea. Enfim, é outro trabalho sensacional e, junto com seu antecessor, uma verdadeira obra-prima. 


Melhores Faixas: Children Of The Grave, Sweet Leaf (e a tosse do início é do Tony Iommi e por conta do baseado forte do morcegão), After Forever 
Vale a Pena Ouvir: Orchid, Into The Void

Black Sabbath Vol 4 – Black Sabbath





















NOTA: 9,7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um disco, conhecido por todos como Black Sabbath Vol. 4. Após o excepcional Master of Reality, que os consolidou como uma das maiores bandas do mundo, muito por conta da turnê intensa, o uso de drogas estava cada vez mais presente no cotidiano dos membros, especialmente a cocaína. Durante a gravação do Vol. 4, os integrantes do Sabbath estavam imersos no abuso de substâncias, e isso influenciou o processo do início ao fim. O próprio título original do disco seria Snowblind, em referência à cocaína, mas a gravadora Vertigo vetou a ideia. A produção, dessa vez conduzida por eles mesmos, foi feita principalmente por Tony Iommi, e, apesar do clima caótico, conseguiram criar um álbum inovador, que misturava peso e melodia de maneira única. O repertório, mais uma vez, é sensacional, com canções pesadíssimas e até orquestradas. Enfim, é um baita disco e um dos mais ousados deles. 

Melhores Faixas: Changes, Supernaut, Snowblind, Tomorrow's Dream 
Vale a Pena Ouvir: Wheels Of Confusion, Cornucopia

Sabbath Bloody Sabbath – Black Sabbath





















NOTA: 9/10


Se passou mais um ano, e eles lançaram seu 5º álbum de estúdio, o Sabbath Bloody Sabbath. Após o Vol. 4, o Black Sabbath enfrentava uma nova realidade. A banda havia se tornado uma das mais influentes do Heavy Metal, mas os excessos começaram a cobrar seu preço. O uso de drogas, principalmente cocaína, estava fora de controle, e a exaustão mental e física afetou o processo criativo. A banda, então, decidiu se isolar no Castelo Clearwell, na Inglaterra, uma mansão medieval onde buscaram inspiração. Produzido novamente por eles mesmos, o álbum recebeu uma produção mais polida e experimental, pegando influências do Rock progressivo. Além disso, os vocais de Ozzy Osbourne soam mais refinados e melódicos, enquanto Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward exploram dinâmicas mais variadas em suas performances. O repertório é bem legal, com canções mais agressivas e melódicas. No fim, é um belo disco e um dos mais maduros da banda. 

Melhores Faixas: Sabbath Bloody Sabbath, Killing Yourself To Live, Sabbra Cadabra 
Vale a Pena Ouvir: A National Acrobat, Looking For Today

Sabotage – Black Sabbath





















NOTA: 9,4/10


Dois anos se passaram, e o Black Sabbath lançou outro trabalho muito legal intitulado Sabotage (com uma capa de puro mau gosto). Após o Sabbath Bloody Sabbath, a banda se viu presa em uma longa batalha judicial contra seu ex-empresário, Patrick Meehan, após descobrirem que estavam sendo financeiramente explorados e que, apesar de seu enorme sucesso comercial, não possuíam controle sobre seu próprio dinheiro. Esse período foi extremamente estressante, pois os músicos passavam o dia lidando com advogados e, à noite, tentavam gravar o novo álbum. A produção, conduzida por eles junto com Mike Butcher, ficou polida, com guitarras mais cortantes, vocais do Ozzy mais dramáticos e faixas que transitam entre momentos de fúria e passagens mais melódicas e atmosféricas, ficando tudo muito elaborado. O repertório é muito bom, com canções energéticas e com um toque sombrio. Enfim, é um disco maravilhoso e cheio de ousadia. 

Melhores Faixas: Hole In The Sky, Symptom Of The Universe, Thrill Of It All 
Vale a Pena Ouvir: The Writ, Megalomania

Technical Ecstasy – Black Sabbath





















NOTA: 8/10


No ano seguinte, o Black Sabbath lançou mais um disco, o mal falado Technical Ecstasy. Após o Sabotage, a banda estava esgotada física e mentalmente. As batalhas judiciais contra antigos empresários ainda eram um problema, e o uso de drogas e álcool estava cada vez mais descontrolado. Com o surgimento do Punk Rock e do Rock progressivo ficando mais profundo, o Sabbath percebeu que precisava se reinventar para continuar relevante. Foi nesse contexto que decidiram criar um álbum mais acessível e variado, mas essa mudança não agradou a todo mundo, principalmente Ozzy. A produção, conduzida pela banda e gravada fora do Reino Unido, foi mais refinada do que nos discos anteriores, com guitarras menos pesadas, mais camadas de teclados e uma abordagem geral mais melódica. O repertório é bem legal, com canções muito boas e mais cadenciadas. No fim, é um disco bom, que foi muito injustiçado pelos fãs. 

Melhores Faixas: You Won't Change Me, Rock 'N' Roll Doctor 
Vale a Pena Ouvir: She's Gone, It's Alright (quem canta nessa música é Bill Ward), Back Street Kids

Never Say Die! – Black Sabbath





















NOTA: 8,4/10


Mais dois anos se passaram, e o Sabbath retornou e lançou outro disco injustiçado, o Never Say Die!. Após o duramente criticado Technical Ecstasy, pouco antes das gravações do novo disco, Ozzy Osbourne saiu da banda temporariamente, alegando exaustão e insatisfação com o rumo que o grupo estava tomando. Como substituto, a banda recrutou Dave Walker (ex-Fleetwood Mac) e chegou a ensaiar novas músicas com ele. No entanto, Ozzy decidiu retornar à banda, e a regravação do material se tornou uma verdadeira dor de cabeça, fazendo o clima interno ficar ainda pior. A produção, novamente feita pela banda, foi caótica, com a banda enfrentando dificuldades para se concentrar e encontrar direção musical. Tony Iommi assumiu a maior parte do controle criativo, tentando introduzir elementos progressivos e jazzísticos no som do grupo, e as guitarras, menos agressivas, foram necessárias. O repertório é bem interessante, com músicas energéticas e ousadas. Enfim, é um ótimo disco, porém criminosamente subestimado. 

Melhores Faixas: Junior's Eyes, Air Dance 
Vale a Pena Ouvir: Never Say Die, Hard Road, Swinging The Chain

Heaven And Hell – Black Sabbath





















NOTA: 10/10


Entrando na década de 80, o Black Sabbath retornou lançando mais um trabalho espetacular, o Heaven and Hell. Após o Never Say Die!, a turnê foi marcada por performances inconsistentes, exacerbadas pelo abuso de álcool e drogas, especialmente por parte do Ozzy Osbourne. A relação entre Ozzy e os demais membros da banda estava cada vez mais desgastada. Então, após várias tentativas de reabilitação, a banda decidiu demitir Ozzy e procurar um novo vocalista. Foi então que Ronnie James Dio, ex-Rainbow e Elf, entrou para a banda. Com um estilo vocal potente e uma presença carismática, Dio trouxe uma nova energia ao Sabbath. A produção, conduzida por Martin Birch, trouxe um som mais polido e poderoso, destacando o baixo do Geezer Butler e as guitarras do Tony Iommi, e Dio contribuiu ativamente para a composição das letras e melodias. O repertório é sensacional, parecendo uma coletânea cheia de tijoladas. Enfim, é outro trabalho maravilhoso e que é um clássico. 

Melhores Faixas: Heaven And Hell, Children Of The Sea, Die Young 
Vale a Pena Ouvir: Neon Knights, Lonely Is The Word
 

                                     Então é isso, um abraço e flw!!!   

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