Black Sabbath – Black Sabbath
NOTA: 10/10
No início do ano de 1970, o Black Sabbath lançava seu clássico álbum de estreia autointitulado. A banda, formada pelo guitarrista Tony Iommi, que junto com o baterista Bill Ward criou um som totalmente diferente do cenário britânico ainda mais identidade com a chegada do baixista Geezer Butler e do lendário Ozzy Osbourne. Incialmente chamada Earth, eles mudaram para Black Sabbath, inspirado em um filme de terror de 1963 estrelado por Boris Karloff. A produção, feita por Rodger Bain, foi gravada em um único dia, já que o orçamento era extremamente baixo e com poucas overdubs. Tony Iommi, mesmo lidando com as sequelas de um acidente que resultou na perda de parte de dois dedos, desenvolveu uma técnica única de tocar guitarra, afinando as cordas para baixo e criando riffs arrastados e pesados. O repertório é fantástico, digno de uma coletânea, e as canções são hipnotizantes. Enfim, é um disco de estreia sensacional e um dos melhores de todos os tempos.
Melhores Faixas: Black Sabbath (entendi por que muita gente tinha medo do início dessa música, é muito hipnotizante), N.I.B., The Wizard
Vale a Pena Ouvir: Sleeping Village, Warning (cover de uma música do The Aynsley Dunbar Retaliation)
Master Of Reality – Black Sabbath
NOTA: 10/10
Melhores Faixas: Children Of The Grave, Sweet Leaf (e a tosse do início é do Tony Iommi e por conta do baseado forte do morcegão), After Forever
Vale a Pena Ouvir: Orchid, Into The Void
Black Sabbath Vol 4 – Black Sabbath
NOTA: 9,7/10
No ano seguinte, foi lançado mais um disco, conhecido por todos como Black Sabbath Vol. 4. Após o excepcional Master of Reality, que os consolidou como uma das maiores bandas do mundo, muito por conta da turnê intensa, o uso de drogas estava cada vez mais presente no cotidiano dos membros, especialmente a cocaína. Durante a gravação do Vol. 4, os integrantes do Sabbath estavam imersos no abuso de substâncias, e isso influenciou o processo do início ao fim. O próprio título original do disco seria Snowblind, em referência à cocaína, mas a gravadora Vertigo vetou a ideia. A produção, dessa vez conduzida por eles mesmos, foi feita principalmente por Tony Iommi, e, apesar do clima caótico, conseguiram criar um álbum inovador, que misturava peso e melodia de maneira única. O repertório, mais uma vez, é sensacional, com canções pesadíssimas e até orquestradas. Enfim, é um baita disco e um dos mais ousados deles.
Melhores Faixas: Changes, Supernaut, Snowblind, Tomorrow's Dream
Vale a Pena Ouvir: Wheels Of Confusion, Cornucopia
Sabbath Bloody Sabbath – Black Sabbath
NOTA: 9/10
Melhores Faixas: Sabbath Bloody Sabbath, Killing Yourself To Live, Sabbra Cadabra
Vale a Pena Ouvir: A National Acrobat, Looking For Today
Sabotage – Black Sabbath
NOTA: 9,4/10
Dois anos se passaram, e o Black Sabbath lançou outro trabalho muito legal intitulado Sabotage (com uma capa de puro mau gosto). Após o Sabbath Bloody Sabbath, a banda se viu presa em uma longa batalha judicial contra seu ex-empresário, Patrick Meehan, após descobrirem que estavam sendo financeiramente explorados e que, apesar de seu enorme sucesso comercial, não possuíam controle sobre seu próprio dinheiro. Esse período foi extremamente estressante, pois os músicos passavam o dia lidando com advogados e, à noite, tentavam gravar o novo álbum. A produção, conduzida por eles junto com Mike Butcher, ficou polida, com guitarras mais cortantes, vocais do Ozzy mais dramáticos e faixas que transitam entre momentos de fúria e passagens mais melódicas e atmosféricas, ficando tudo muito elaborado. O repertório é muito bom, com canções energéticas e com um toque sombrio. Enfim, é um disco maravilhoso e cheio de ousadia.
Melhores Faixas: Hole In The Sky, Symptom Of The Universe, Thrill Of It All
Vale a Pena Ouvir: The Writ, Megalomania
Technical Ecstasy – Black Sabbath
NOTA: 8/10
No ano seguinte, o Black Sabbath lançou mais um disco, o mal falado Technical Ecstasy. Após o Sabotage, a banda estava esgotada física e mentalmente. As batalhas judiciais contra antigos empresários ainda eram um problema, e o uso de drogas e álcool estava cada vez mais descontrolado. Com o surgimento do Punk Rock e do Rock progressivo ficando mais profundo, o Sabbath percebeu que precisava se reinventar para continuar relevante. Foi nesse contexto que decidiram criar um álbum mais acessível e variado, mas essa mudança não agradou a todo mundo, principalmente Ozzy. A produção, conduzida pela banda e gravada fora do Reino Unido, foi mais refinada do que nos discos anteriores, com guitarras menos pesadas, mais camadas de teclados e uma abordagem geral mais melódica. O repertório é bem legal, com canções muito boas e mais cadenciadas. No fim, é um disco bom, que foi muito injustiçado pelos fãs.
Melhores Faixas: You Won't Change Me, Rock 'N' Roll Doctor
Vale a Pena Ouvir: She's Gone, It's Alright (quem canta nessa música é Bill Ward), Back Street Kids
Never Say Die! – Black Sabbath
NOTA: 8,4/10
Mais dois anos se passaram, e o Sabbath retornou e lançou outro disco injustiçado, o Never Say Die!. Após o duramente criticado Technical Ecstasy, pouco antes das gravações do novo disco, Ozzy Osbourne saiu da banda temporariamente, alegando exaustão e insatisfação com o rumo que o grupo estava tomando. Como substituto, a banda recrutou Dave Walker (ex-Fleetwood Mac) e chegou a ensaiar novas músicas com ele. No entanto, Ozzy decidiu retornar à banda, e a regravação do material se tornou uma verdadeira dor de cabeça, fazendo o clima interno ficar ainda pior. A produção, novamente feita pela banda, foi caótica, com a banda enfrentando dificuldades para se concentrar e encontrar direção musical. Tony Iommi assumiu a maior parte do controle criativo, tentando introduzir elementos progressivos e jazzísticos no som do grupo, e as guitarras, menos agressivas, foram necessárias. O repertório é bem interessante, com músicas energéticas e ousadas. Enfim, é um ótimo disco, porém criminosamente subestimado.
Melhores Faixas: Junior's Eyes, Air Dance
Vale a Pena Ouvir: Never Say Die, Hard Road, Swinging The Chain
Heaven And Hell – Black Sabbath
NOTA: 10/10
Entrando na década de 80, o Black Sabbath retornou lançando mais um trabalho espetacular, o Heaven and Hell. Após o Never Say Die!, a turnê foi marcada por performances inconsistentes, exacerbadas pelo abuso de álcool e drogas, especialmente por parte do Ozzy Osbourne. A relação entre Ozzy e os demais membros da banda estava cada vez mais desgastada. Então, após várias tentativas de reabilitação, a banda decidiu demitir Ozzy e procurar um novo vocalista. Foi então que Ronnie James Dio, ex-Rainbow e Elf, entrou para a banda. Com um estilo vocal potente e uma presença carismática, Dio trouxe uma nova energia ao Sabbath. A produção, conduzida por Martin Birch, trouxe um som mais polido e poderoso, destacando o baixo do Geezer Butler e as guitarras do Tony Iommi, e Dio contribuiu ativamente para a composição das letras e melodias. O repertório é sensacional, parecendo uma coletânea cheia de tijoladas. Enfim, é outro trabalho maravilhoso e que é um clássico.
Melhores Faixas: Heaven And Hell, Children Of The Sea, Die Young
Vale a Pena Ouvir: Neon Knights, Lonely Is The Word
Então é isso, um abraço e flw!!!