sábado, 15 de março de 2025

Analisando Discografias - Hank Williams

                 

Hank Williams Sings – Hank Willimas





















NOTA: 9/10


Em 1952, Hank Williams lançou seu álbum de estreia, intitulado Hank Williams Sings. O cantor, nascido na zona rural de Mount Olive, no Condado de Butler, no Alabama, começou sua carreira no início dos anos 40, logo após ser rejeitado para servir no Exército durante a Segunda Guerra Mundial. Então, passou a gravar algumas músicas até perceber que precisava entrar em uma gravadora maior, assinando assim com a MGM. A produção, feita pelo renomado Fred Rose, contou com gravações realizadas em estúdios simples entre 1946 e 1949, capturando a voz e os instrumentos com pouca edição. Williams gravava com sua banda de apoio, os Drifting Cowboys, que incluía guitarra, violino (fiddle), steel guitar, baixo e, ocasionalmente, piano. O som do álbum é cru e direto, mantendo a autenticidade do Country tradicional. O repertório é sensacional, com canções belíssimas e um toque exuberante. Em suma, é um baita disco de estreia e um clássico da Country music. 

Melhores Faixas: Lost Highway, Wealth Won't Save Your Soul 
Vale a Pena Ouvir: Wedding Bells, I've Just Told Mama Goodbye

Moanin’ The Blues – Hank Williams





















NOTA: 8,7/10


No ano seguinte, Hank Williams lançou seu 2º e último disco em vida, o Moanin’ the Blues. Após o Hank Williams Sings, o cantor já era um dos artistas mais populares do Country, acumulando uma série de hits que transcendiam as barreiras do gênero. Ao mesmo tempo, Williams enfrentava problemas de saúde, agravados pelo alcoolismo e pela dor crônica causada por espinha bífida oculta. Seu casamento com Audrey Williams estava em crise, e sua vida pessoal turbulenta frequentemente servia de inspiração para suas composições. A produção foi feita novamente por Fred Rose, que trouxe um som direto e minimalista, capturado com poucos recursos, mas muita autenticidade. As gravações ocorreram entre 1947 e 1951, e a banda de apoio, os Drifting Cowboys, manteve sua sonoridade tradicional, mas com um tom mais leve. O repertório é muito legal, com belas canções melancólicas e envolventes. Enfim, esse disco é muito bom e marcou ainda mais sua trajetória. 

Melhores Faixas: Moanin' The Blues, I'm A Long Gone Daddy, Honky Tonk Blues 
Vale a Pena Ouvir: My Sweet Love Ain't Around, Someday You'll Call My Name, The Blues Come Around

Memorial Album – Hank Williams





















NOTA: 9,4/10


No ano de 1953, após sua morte, foi lançado o 1º trabalho póstumo do Hank Williams, intitulado Memorial Album. Após o Moanin’ the Blues, sua vida pessoal continuava recheada de problemas de saúde e alcoolismo, o que resultou em sua demissão do Grand Ole Opry em 1952. Só que, na virada de 1952 para 1953, o cantor acabou morrendo enquanto viajava para um show em Ohio, o que gerou uma grande comoção. E, lógico, a MGM, nada boba, preparou um lançamento póstumo. A produção foi aquela de sempre, com a sonoridade crua e a autenticidade que tornaram Hank Williams um dos mais respeitados compositores e intérpretes da Country music, trazendo os padrões das gravações desse gênero na época: arranjos minimalistas, poucos overdubs e ênfase na voz expressiva do cantor. O repertório é sensacional, cheio de canções envolventes e profundas, e a maioria foi hit. No fim, é um trabalho maravilhoso e digno para tudo que construiu. 

Melhores Faixas: Hey, Good Lookin', Your Cheatin' Heart, Half As Much 
Vale a Pena Ouvir: You Win Again, Kaw-Liga

Hank Williams As Luke The Drifter – Hank Williams





















NOTA: 8/10


Naquele mesmo ano, outro trabalho foi lançado, intitulado Hank Williams as Luke the Drifter, e esse tem história. Após o Memorial Album, mesmo sendo um cantor consolidado, nem todas as suas composições se encaixavam no formato comercial esperado pela indústria. Muitas de suas músicas mais sérias e filosóficas eram rejeitadas pelas rádios e gravadoras por serem consideradas "pesadas" ou "pregadoras" demais. Para evitar prejudicar sua imagem, ele começou a lançar essas músicas sob o pseudônimo Luke the Drifter, um nome que remetia a um andarilho solitário, um contador de histórias que oferecia lições de vida. A produção foi a de sempre, trazendo Williams não cantando no sentido tradicional, mas recitando as letras com acompanhamento musical sutil, criando um efeito semelhante ao de sermões ou poemas falados, ou seja, um Spoken Word. O repertório é muito interessante, com faixas bem discursadas. Enfim, é um trabalho muito legal, porém bem subestimado. 

Melhores Faixas: I Dreamed About Mama Last Night, Help Me Understand 
Vale a Pena Ouvir: Too Many Parties And Too Many Pals, Beyond The Sunset

Honky Tonkin – Hank Williams





















NOTA: 7,2/10


Em 1954, chegou o que foi praticamente seu trabalho póstumo final, o Honky Tonkin', que voltou para as cantorias. Após o Hank Williams as Luke the Drifter, a gravadora percebeu que ainda dava para continuar ganhando dinheiro com lançamentos póstumos do falecido cantor, só que agora decidiram resgatar ainda mais canções antigas gravadas na década anterior. A produção foi conduzida pelo mesmo produtor de sempre, que resgatou composições dançantes e músicas mais introspectivas, criando um álbum dinâmico e envolvente. Só que, com aquela qualidade sonora, reflete as limitações tecnológicas da época, mas a crueza das gravações apenas aumenta a autenticidade das performances, apesar de se perceber alguns erros bobos na mixagem. O repertório é bem legalzinho, com canções animadas e divertidas, e algumas que faltaram mais polimento. Mas, enfim, é um disco bom e último importante, pois dali para frente foi só descarte. 

Melhores Faixas: My Bucket’s Got A Hole In It, I Won’t Be Home No More, I’ll Never Get Out Of This World Alive 
Piores Faixas: Jambalaya (On The Bayou), Honky Tonk Blues
  

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