sábado, 15 de março de 2025

Analisando Discografias - Juice Newton: Parte 1

                 

Juice Newton & Silver Spur – Juice Newton & Silver Spur





















NOTA: 8,5/10


Em 1975, Juice Newton começou sua carreira com a banda Silver Spur, lançando seu álbum de estreia autointitulado. O grupo, formado pela cantora junto com o baixista Tom Kealey e o guitarrista Otha Young, transitava entre o Country Rock e o Soft Rock, explorando uma sonoridade que misturava influências da tradição Country com um toque mais acessível e comercial. Isso foi muito influenciado pelo sucesso de bandas como o Eagles, por exemplo. A produção, feita por Bones Howe, trouxe uma abordagem polida e profissional, destacando os vocais cristalinos da Newton e o instrumental coeso da banda. Os arranjos equilibram bem os elementos do Country e do Rock, com guitarras limpas, pedais de steel guitar, piano e um groove que, em alguns momentos, flerta com o Folk. O repertório é bem interessante, mesclando canções melódicas e enérgicas, além de algumas baladas. Enfim, é um bom disco de estreia, mas que não teve tanto êxito comercial. 

Melhores Faixas: The Sweetest Thing (I've Ever Known), You Please Me 
Vale a Pena Ouvir: Roll On, Truckers, Stand By Me, Jesus, The Shelter Of Your Love

After The Dust Settles – Juice Newton & Silver Spur





















NOTA: 8,3/10


No ano seguinte, o 2º álbum da banda foi lançado, o After the Dust Settles, que não trouxe tantas novidades. Após seu álbum de estreia, que teve uma recepção morna, mas ajudou a estabelecer a reputação da Juice Newton como uma vocalista talentosa e promissora, agora, com esse novo trabalho, eles decidiram seguir praticamente no mesmo caminho, com pouquíssimas mudanças. A produção, feita por Alan V. Abrahams e lançada novamente pelo selo da RCA Victor, trouxe uma abordagem ainda mais polida, buscando equilibrar a sonoridade country da banda com um apelo radiofônico mais forte. O álbum valoriza os vocais da Juice Newton, garantindo que sua voz seja o foco principal, enquanto a instrumentação cria um pano de fundo bem coeso, além de utilizar muito mais backing vocals. O repertório é ótimo, as canções agora são mais envolventes e animadas, com todo aquele toque de leveza. No fim, é um trabalho muito bom e com várias melhorias. 

Melhores Faixas: Blue, (All I Want To Do Is) Feel Good 
Vale a Pena Ouvir: If I Ever, One Step Away, Bye Bye Baby

Come to Me – Juice Newton & Silver Spur





















NOTA: 8,3/10


Outro ano se passa, e é lançado o último álbum da banda, o Come to Me, que preparou praticamente um novo terreno. Após o After the Dust Settles, houve um momento em que o Country Rock começou a decair, e, com isso, houve uma grande popularização do Country Pop. Agora, estando em outra gravadora gigantesca, a Capitol Records, eles tentaram seguir as tendências. A produção, feita por Elliot Mazer, manteve a identidade sonora da banda, mas investiu em arranjos um pouco mais polidos e acessíveis. Só que agora tudo seguiu para um tom mais introspectivo e melancólico em algumas faixas, explorando letras sobre amor, perda e reflexões emocionais, e tudo de forma mais madura e coesa. O resultado foi um repertório muito legal, com canções belíssimas, incluindo boas baladas e ótimas faixas envolventes. No final de tudo, é um ótimo disco, e foi o momento em que Juice Newton percebeu que era hora de buscar novos ares. 

Melhores Faixas: Good Woman At Home, Wouldn't Mind The Rain 
Vale a Pena Ouvir: Low Down And Lonesome, Fire Down Below, Save A Heart

Well Kept Secret – Juice Newton





















NOTA: 8,8/10


Entra o ano de 1978, e Juice Newton lança seu 1º trabalho solo, intitulado Well Kept Secret. Após o Come to Me, a cantora decidiu seguir carreira solo, mas a banda Silver Spur continuou sendo sua banda de apoio por mais cinco anos. Só que, desta vez, ela decidiu que seu álbum solo seguiria um caminho totalmente comercial, explorando elementos do Pop Rock, o que foi uma escolha ousada, já que seu objetivo era vender discos e se tornar famosíssima. A produção, feita por Otha Young junto com John Palladino, trouxe um lado mais energético, com um uso mais expansivo de guitarras elétricas, teclados e uma bateria marcante, criando um clima mais vibrante e menos introspectivo do que os trabalhos anteriores. Os arranjos são mais cadenciados e grandiosos, mantendo uma forte base do Country Rock, mas com traços mais Pop. O repertório é bem legal, com canções robustas e envolventes, e traz poucas baladas. No fim, é um disco bom, mas que foi um verdadeiro fiasco. 

Melhores Faixas: So Many Ways, Hey Baby, If There Could Be 
Vale a Pena Ouvir: I'll Never Love Again, It's Not Impossible, A Love Like Yours

Take Heart – Juice Newton





















NOTA: 6/10


Se passa outro ano, e Juice Newton lança mais um disco, o Take Heart, que seguiu uma identidade mais definida. Após o Well Kept Secret, a cantora percebeu que seu público ainda respondia melhor às suas influências mais antigas, então decidiu buscar um equilíbrio entre suas raízes Country e a acessibilidade Pop, que a tornaria uma estrela na década seguinte. A produção, feita outra vez por Otha Young, manteve um equilíbrio entre o Country Rock e o Soft Rock, com a instrumentação continuando a ter forte uso de violões, pedal steel guitar, piano e guitarras limpas. No entanto, há um toque mais comercial em algumas faixas, aproximando-se do Country Pop, que começava a fazer sucesso nas rádios, só que isso resultou em várias inconsistências. O repertório é bem irregular, com algumas canções legais, mas muitas outras sem graça e entediantes. Em suma, é um trabalho mediano que acabou carecendo de um planejamento mais sólido. 

Melhores Faixas: Sunshine, Lay Back In The Arms Of Someone, Just Holding On 
Piores Faixas: Until Tonight, San Diego Serenade, Tear It Up

Juice – Juice Newton





















NOTA: 9/10


Dois anos se passaram, e Juice Newton lança outro disco, intitulado apenas Juice, marcando uma virada de chave. Após o Take Heart, a cantora percebeu que, mesmo com todas as mudanças que fez, ainda não havia conseguido emplacar um hit. Observando que o Country Pop estava em seu auge no começo dos anos 80, ela decidiu mergulhar totalmente nesse estilo de forma mais ambiciosa. A produção, conduzida por Richard Landis, apresenta uma abordagem polida e acessível, equilibrando os elementos tradicionais do Country com uma pegada Pop radiofônica. Instrumentalmente, o álbum se destaca pelo uso de guitarras suaves, teclado atmosférico e uma percussão discreta, mas eficiente. Além disso, os arranjos foram bem construídos para realçar a voz do Newton. O repertório é maravilhoso, cheio de canções envolventes e cativantes. No fim, é um belo disco que obteve sucesso. 

Melhores Faixas: Queen Of Hearts, Ride' Em Cowboy, River Of Love, Texas Heartache 
Vale a Pena Ouvir: Country Comfort, All I Have To Do Is Dream

Quiet Lies – Juice Newton





















NOTA: 8/10


No ano seguinte, a cantora retorna lançando Quiet Lies, que seguiu um caminho mais excêntrico. Após o Juice, que a colocou entre as principais artistas do Country Pop dos anos 80, Juice Newton precisava lançar um disco que mantivesse o interesse do público e da crítica, já que a expectativa era muito grande, pois ela finalmente havia atingido seu auge. A produção, conduzida novamente por Richard Landis, manteve uma abordagem acessível e sofisticada, com uma sonoridade que ainda seguia o Country Pop, mas com um leve refinamento na produção, incorporando mais elementos do Soft Rock e do Pop adulto, tornando o álbum ainda mais radiofônico. As linhas vocais da Juice Newton ficaram mais bem definidas dentro do contexto de cada faixa. O repertório é muito legal, com belas canções que trazem aquele toque de leveza e envolvência. Enfim, é um ótimo disco e praticamente o último a ser consistente. 

Melhores Faixas: I'm Dancing As Fast As I Can, Love Sail Away 
Vale a Pena Ouvir: Trail Of Tears, Love's Been A Little Bit Hard On Me, Ever True

Dirty Looks – Juice Newton





















NOTA: 2/10


Outro ano se passou, e Juice Newton lança outro disco, o Dirty Looks, marcando o início de uma grande decadência. Após o Quiet Lies, a cantora ainda era bastante relevante, graças aos vários sucessos que conseguiu emplacar nas paradas. Havia a expectativa de que ela continuasse no mesmo caminho, mas esse novo trabalho seguiu uma direção totalmente diferente. A produção ficou novamente a cargo do Richard Landis, que trouxe uma sonoridade completamente voltada ao Pop Rock, dando menos ênfase ao Country. Os arranjos são mais diretos, com guitarras mais evidentes, bateria mais marcada e menor uso de elementos tradicionais, como violões acústicos ou steel guitar. Além disso, há agora o uso de sintetizadores, tornando tudo completamente sem identidade. O repertório é fraquíssimo, com canções insuportáveis e cheias de lamentações. No final, é um trabalho muito ruim e um verdadeiro fiasco comercial. 

Melhores Faixas: Runaway Hearts 
Piores Faixas: Tell Her No, Stranger At My Door, Twenty Years Ago

Can’t Wait All Night – Juice Newton





















NOTA: 1,6/10


Outro ano se passou, e é lançado mais um disco de Juice Newton, Can't Wait All Night, que tentou seguir um caminho ainda mais ambicioso. Após o fracasso do Dirty Looks, a cantora percebeu que o mercado estava mudando, e o Country Pop, que havia impulsionado sua carreira, começava a perder espaço para um Pop mais sintetizado e um Rock mais direto, influenciado pelo movimento da New Wave. Então, ela decidiu juntar um pouco de tudo isso e adicionar às suas influências Country. A produção, feita pelo mesmo produtor de sempre e agora lançada novamente pelo selo RCA Victor, trouxe um som mais robusto e energético, com guitarras elétricas bem marcadas, sintetizadores discretos e uma pegada mais próxima do AOR. Porém, apesar de tentarem colocar arranjos vibrantes, ficou tudo tão monótono que não houve direção clara. O repertório é péssimo, com canções medíocres que beiram o insuportável. Em suma, é um trabalho horroroso e sem forma. 

Melhores Faixas: (.......) 
Piores Faixas: Let's Dance, A Little Love, Easy Way Out, Can't Wait All Night (parece uma música descartável do Scorpions e do Bon Jovi), You Don't Know Me

Old Frame – Juice Newton





















NOTA: 1/10


Chegamos a 1985, e Juice Newton lança outro disco, o Old Flame, onde decide voltar para suas raízes. Após o Can't Wait All Night, a cantora, vendo que seus últimos lançamentos foram verdadeiros fracassos, percebeu o fortalecimento do mercado Country nos anos 80 e decidiu reorientar sua música para suas origens. A produção, como sempre, ficou a cargo do Richard Landis, que adotou uma abordagem do Country tradicional, com instrumentos como pedal steel guitar, violões acústicos e piano ganhando maior destaque. As influências do Pop ainda estão presentes, mas de forma muito mais sutil, permitindo que o álbum soe mais alinhado com o Country contemporâneo dos anos 80. No entanto, em vez de voltar àquela fórmula pura, tudo ficou superficial e com uma sonoridade plastificada. O repertório é simplesmente péssimo, com canções medíocres e constrangedoras. Enfim, este disco é pavoroso e mostrou sua imensa decadência. 

Melhores Faixas: (.............) 
Piores Faixas: Cheap Love, One Touch, Stuck In The Middle With You, Let Your Woman Take Care Of You, You Make Me Want To Make You Mine

Review: The Same Old Wasted Wonderful World do Motion City Soundtrack

                   The Same Old Wasted Wonderful World – Motion City Soundtrack NOTA: 8,2/10 Dias atrás, o Motion City Soundtrack retornou, ...