quarta-feira, 2 de julho de 2025

Analisando Discografias - Edi Rock

                  

Contra Nós Ninguém Será – Edi Rock





















NOTA: 8,8/10


Em 2013, Edi Rock lançou meio que seu verdadeiro 1º trabalho solo, o Contra Nós Ninguém Será. Enquanto Mano Brown seguiu com o projeto Boogie Naipe, Edi trilhou um caminho próprio, começando a idealizar esse álbum no final dos anos 2000, mas que só foi lançado em junho, após quase 6 anos de produção. O título, uma referência direta à união das quebradas e à resistência coletiva, vem da frase recorrente nos shows dos Racionais: “Contra nós ninguém será, é nóis por nóis!”. A produção foi bem diversificada, contando com o próprio Brown, além dos DJs Cia, Cuca e Pato, com uma sonoridade que alterna entre bases clássicas de rap e instrumentais orgânicos, com guitarras, baixos, metais e até arranjos mais melódicos. A proposta é clara: criar uma obra com forte carga lírica, mas também musicalmente variada, com Boom Bap, Afrobeat, Dancehall e Samba. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem coesas. Enfim, é um ótimo disco, e que tem sua consistência. 

Melhores Faixas: That’s My Way (baita feat do Seu Jorge), Estrela De David, Liberdade Não Tem Preço (foda demais a feat com Dexter), Salve De Pedra, Abrem-Se Os Caminhos (Marcelo Falcão combinou com esse som mais Dancehall), Cava Cava (Emicida e Dom Pixote bem demais) 
Vale a Pena Ouvir: Homem Invisível (Mano Brown, Lino Krizz e Helião indo muito bem), Eu Canto Uq Soul (Rael indo bem demais e a Flora Matos sendo carregada), Não Deixa A Minima, Aro 20

Origens – Edi Rock





















NOTA: 7/10


Seis anos depois, Edi Rock lançava seu 2º album solo intitulado Origens (que se tornaria uma trilogia). Após o Contra Nós Ninguém Será, que flertava com outras linguagens, esse album aprofunda essa mistura de gêneros sendo mais autoral, introspectivo e musicalmente ambicioso. O título faz referência direta às origens negras, periféricas, familiares e culturais do artista. É uma obra pensada para relembrar o passado com orgulho, mas também para conectar com as novas gerações. Produção foi novamente muito diversificada contando quase com os mesmos nomes além da aparição do KL Jay, é um disco que se apoia em bases do Rap contemporâneo, porém abraçando influências do Reggae, R&B, Samba, Funk e até Trap. Mas deixando um som polido, limpo, que apesar de algumas inconsistências até que funciona. O repertório é até interessante, tendo boas canções muito por conta das feats, mas tem outras que destroem. Em suma, é um album bom que tem seus erros. 

Melhores Faixas: Corre Neguin (boa feat do Xande de Pilares), Seja Forte, Vi Brilhar (ótima feat do Rael), De Onde Eu Venho (única coisa que incomoda é a voz do MC Pedrinho), Special XIX 
Piores Faixas: Fechamento (Haikaiss não entregou nada), Babylon, Uq Cê Vai Fazer (Lauana Prado mostrando sua falta de talento desde essa época)

Origens Parte 2 - Ontem, Hoje e Amanhã – Edi Rock





















NOTA: 7,2/10


No ano seguinte, foi lançado mais um álbum dele, o Origens Parte 2 – Ontem, Hoje e Amanhã. Após a 1ª parte, ele quis dividir o álbum em três momentos, “Ontem, Hoje e Amanhã”, refletindo sobre sua trajetória e o futuro da população preta e periférica. O disco foi criado entre 2019 e 2020, enquanto o Brasil e o mundo passavam por convulsões políticas, pela pandemia e pela amplificação das pautas raciais por movimentos como o Black Lives Matter. A produção foi aquela mesma de sempre, indo desde o rap clássico, com scratches e samples, até faixas mais experimentais com berimbaus, instrumentos tribais, Afrobeats, R&B, Pagode, Trap e Funk carioca, muitas vezes sendo coerente, mas em outras soando aleatória e desequilibrada. Ainda assim, o que salva, certamente, são as rimas do Edi Rock. O repertório é até interessante, com canções pesadas e outras mais melódicas que até comprometem a imersão. Enfim, é outro trabalho bom, mas com suas inconsistências. 

Melhores Faixas: Vidas Negras, Dá Um Grito, Dinheiro (ótima feat do MV Bill), Paranoia, De Angola 
Piores Faixas: Só Deus, Vai Chover Som de Iemanjá, Um Novo Amanhã (Thiaguinho e toda sua desafinação)


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