sábado, 23 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Flávio Venturini: Parte 1

                 

Nascente – Flávio Venturini





















NOTA: 8,7/10


Em 1982, Flávio Venturini lançou seu 1º trabalho solo, o Nascente, embora naquela época ainda integrasse o 14 Bis. Após sua participação no Clube da Esquina e em O Terço, além de continuar como um integrante importante do 14 Bis, Venturini desejava que seu álbum de estreia apresentasse uma sonoridade rica, explorando elementos da MPB e da música Pop, com toques de sofisticação e sensibilidade. A produção, feita por Mayrton Bahia sob o selo EMI, conta com uma abordagem musical rica e envolvente, com arranjos delicados e atmosferas sonoras criadas por instrumentos acústicos, cordas e sintetizadores, frequentemente conduzidos por maestros como Wagner Tiso. O repertório é muito bom, com canções melódicas que são completamente excepcionais. Em suma, é um ótimo trabalho de estreia, que mostrava que Flávio Venturini tinha potencial para decolar ainda mais. 

Melhores Faixas: Qualquer Coisa A Haver Com O Paraíso, Princesa, Pensando Em Você, Espanhola 
Vale a Pena Ouvir: Fascinação, Nascente, Teu Olhar, Meus Olhos

O Andarilho – Flávio Venturini 





















NOTA: 9,1/10


Dois anos depois, Flávio Venturini lançou seu 2º disco, O Andarilho, que trazia alguns diferenciais em termos sonoros. Após o Nascente, Venturini continuou focado no 14 Bis (como já sabemos), mas não deixou de lado sua carreira solo. Assim, após uma viagem pelos Andes até Machu Picchu, essa experiência influenciou profundamente a atmosfera do disco, que reflete elementos da música andina e da rica tradição musical mineira. Produzido novamente por Mayrton Bahia, o álbum apresenta uma fusão de sonoridades que vai desde a MPB até influências andinas e progressivas, resultando em arranjos sofisticados que equilibram elementos acústicos e eletrônicos, mostrando que aqui tudo foi bem experimental. O repertório é muito interessante, com canções marcantes, incluindo participações especiais de Milton Nascimento, Lô Borges e até mesmo do próprio 14 Bis. No fim, é um ótimo disco, que envelheceu muito bem. 

Melhores Faixas: Tarde Demais, Anjo Bom, Caramelo, Emmanuel 
Vale a Pena Ouvir: Preciosa, No Trem Do Amor, Trilhas

Cidade Veloz – Flávio Venturini 





















NOTA: 8,3/10


Seis anos se passaram e, já na década de 1990, Flávio Venturini lançou o Cidade Veloz, um álbum bem mais reflexivo. Após O Andarilho, Flávio ainda seguia sua trajetória no 14 Bis, mas, após o sétimo álbum da banda, decidiu sair e dedicar-se integralmente à sua carreira solo, continuando a explorar a música brasileira em suas nuances mais líricas e melódicas, como evidenciado em seus trabalhos anteriores. A produção, realizada por Zé Nogueira e lançada sob o selo Som Livre, focou na valorização de arranjos sofisticados, com elementos de piano, sintetizadores e percussão brasileira. Essa riqueza sonora é um dos pontos altos do trabalho, evidenciando a experiência de Venturini tanto como compositor quanto como instrumentista. O repertório é muito bom, com canções que apresentam um alto nível de coesão sonora. Enfim, é um álbum muito interessante, apesar de não ser tão lembrado pelos fãs. 

Melhores Faixas: Viver por Viver, Pierrot, Casa Vazia 
Vale a Pena Ouvir: Um Violeiro, O Medo Não Cria

Noites Com Sol – Flávio Venturini





















NOTA: 9/10


Quatro anos depois, ele lançou Noites Com Sol, um trabalho muito mais comercial do que todos os anteriores. Após o Cidade Veloz, Flávio Venturini decidiu ampliar sua sonoridade Pop com a sofisticação da MPB, traços herdados de sua ligação com o movimento Clube da Esquina. Este projeto é uma síntese de seu talento melódico e poético, marcado pela parceria com letristas como Ronaldo Bastos, um de seus colaboradores frequentes. A produção, feita por Torcuato Mariano, foi cuidadosamente minuciosa, com Flávio assumindo parte dos arranjos, com uma instrumentação rica e equilibrada, destacando-se os teclados, cordas e elementos eletrônicos sutis que enriquecem a atmosfera das faixas. O repertório é maravilhoso, com canções que se dividem entre energéticas e mais suaves em seus ritmos. Enfim, é um belo trabalho, que trouxe mais relevância para ele. 

Melhores Faixas: Noites Com Sol, Calor, Clube da Esquina II, Navios 
Vale a Pena Ouvir: O Que Tem de Ser, Um Cupido Me Falou, Cabaret de Sereia

Beija Flor – Flávio Venturini 





















NOTA: 7,7/10


Pouco tempo depois, ele lançou seu 5º álbum de estúdio, o Beija-Flor, que não trouxe tantas mudanças. Após o Noites Com Sol, Flávio Venturini se estabeleceu como um dos mais respeitados compositores e intérpretes do Brasil. Novamente, ele decidiu explorar temas como amor, natureza e espiritualidade, tudo de uma forma mais melódica. A produção, conduzida novamente por Torcuato Mariano, trouxe arranjos mais delicados, realçando a suavidade da voz de Flávio Venturini, com uma instrumentação mais acústica, deixando de lado aquela experimentação presente em seus antecessores, e tentando se encaixar nas canções mais íntimas da MPB. O repertório é bem interessante, trazendo algumas canções bem legais e outras que são completamente inexpressivas. No final, é um disco bom, embora tenha seus defeitos. 

Melhores Faixas: Nós Dois Aqui, De Sombra e Sol, Flor 
Piores Faixas: Falso Blasé, Beija-Flor, Para Lennon e McCartney
  

É isso, então flw!!!   

Analisando Discografias - ††† (Croses)

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