sábado, 21 de dezembro de 2024

Analisando Discografias - Erasmo Carlos: Parte 5

                 

Rock ‘N’ Roll – Erasmo Carlos





















NOTA: 9/10


Indo para 2009, Erasmo lançava seu 19º álbum de estúdio, intitulado Rock ‘N’ Roll. Simples, porém marcante. Após o Santa Música, ele apresentou Erasmo Convida, Volume II em 2007, no qual interpretou parcerias com diversos artistas. Depois desses projetos, Erasmo Carlos decidiu retornar às suas raízes musicais, dedicando um álbum inteiro ao Rock and Roll, gênero que moldou sua trajetória artística desde os tempos da Jovem Guarda. A produção foi realizada por Liminha, renomado produtor musical brasileiro, conhecido por seu trabalho com diversos artistas de destaque. Ele praticamente fez um trabalho sem qualquer tipo de apelo comercial, deixando as guitarras afiadas, a bateria robusta e um som que, de certo modo, remete aos tempos do Rock clássico. O repertório é muito interessante, trazendo ótimas canções, tudo bem cadenciado. No fim, é um ótimo disco que trouxe Erasmo de volta às suas raízes. 

Melhores Faixas: Um Beijo É Um Tiro, Chuva Ácida, Olhar De Mangá, Celebridade 
Vale a Pena Ouvir: Jogo Sujo, A Guitarra É Uma Mulher, Mar Vermelho

Sexo – Erasmo Carlos





















NOTA: 5/10


Três anos se passaram, e Erasmo lança mais um trabalho novo, intitulado Sexo (não tem nada de "proibidão", tá?). Após o Rock ‘N’ Roll, Erasmo Carlos decidiu explorar um tema que permeou sua obra ao longo dos anos, abordando-o de maneira mais direta e contemporânea. O álbum reflete sua maturidade artística e disposição em tratar de assuntos considerados tabus na sociedade, mas, é claro, ele quis deixar as coisas um pouco mais caricatas. Produzido novamente por Liminha, apresentou uma sonoridade mais polida, caracterizada por uma junção de Pop Rock, Folk e música acústica, criando um som contemporâneo que complementa as letras provocativas e reflexivas. O repertório acabou ficando bem mediano, já que a maioria das canções mais fracas apresenta um grande nível de superficialidade. Enfim, esse trabalho acabou sendo bastante irregular, faltando um pouco mais de definição. 

Melhores Faixas: O Rosto Do Rei, Seu Homem Mulher, Amorticídio, Vênus e Marte 
Piores Faixas: Sexo E Humor, Sentimento Exposto, Apaixocólico Anônimo, Roupa Suja

Gigante Gentil – Erasmo Carlos 





















NOTA: 5,5/10


Se passaram mais três anos, e Erasmo Carlos lança o Gigante Gentil, uma grande referência à sua altura, que era 1,93 m, e também à banda de rock progressivo Gentle Giant. Após o Sexo, que foi um trabalho bastante irregular, o nosso querido Tremendão, ainda trabalhando de forma independente junto à gravadora Coqueiro Verde, decidiu criar um trabalho que se conectasse com temas mais contemporâneos. Produzido por Kassin, conhecido por seu trabalho com diversos artistas da música brasileira, o álbum apresenta uma sonoridade que mescla Pop Rock com Folk contemporâneo, tudo de forma mais cadenciada, com muitos elementos acústicos nas canções. O repertório reflete novamente uma certa irregularidade, parecendo faltar ritmo em algumas partes, algo que não acontece nas faixas mais fortes. Em suma, é mais um trabalho mediano, mas que ao menos conseguiu ser comentado na mídia. 

Melhores Faixas: Coisa Por Coisa, Além do Horizonte, Gigante Gentil, Colapso 
Piores Faixas: 50 Tons De Cor, Caçador De Deusas, Moça, Teoria Do Óbvio

...Amor É Isso – Erasmo Carlos





















NOTA: 3,2/10


Em 2018, Erasmo lança ...Amor É Isso, um trabalho um pouco mais introspectivo em comparação com seus antecessores. Após o Gigante Gentil, Erasmo Carlos direciona seu foco para o amor em suas diversas formas neste álbum. A ideia inicial era musicar poesias que o artista havia escrito, resultando em um trabalho introspectivo que remete aos tempos do clássico álbum Carlos, Erasmo.... A produção, feita por Pupillo, da Nação Zumbi, trouxe uma sonoridade que mescla Soft Rock, MPB e Soul music, buscando uma maior sofisticação. No entanto, o maior problema é que tudo pareceu muito arrastado, com arranjos pouco preenchidos. O repertório é fraquíssimo, com poucas canções interessantes. Entre as participações, a de Emicida ficou boa, mas a de Marcelo Camelo, do Los Hermanos, ficou chatíssima. No final de tudo, é um disco bem fraco, que careceu de uma melhor projeção. 

Melhores Faixas: Convite Para Nascer De Novo, Termos e Condições, Não Existe Saudade No Cosmos 
Piores Faixas: Novo Sentido, Amor é Isso, Sol Da Barra, Novo Love

Quem Foi Que Disse Que Eu Não Faço Samba... – Erasmo Carlos 





















NOTA: 6/10


No ano seguinte, Erasmo Carlos lançava o EP Quem Foi Que Disse Que Eu Não Faço Samba..., que, já de cara, trazia algo diferente. Após ...Amor É Isso, embora Erasmo seja amplamente reconhecido por sua contribuição ao Rock nacional, especialmente durante a Jovem Guarda, sua ligação com o Samba remonta ao final dos anos 1950. Além disso, ao longo de sua carreira, ele incorporou elementos desse gênero em suas composições, contribuindo para a criação do Samba-rock ao lado de artistas como Jorge Ben. A produção conseguiu mesclar percussões típicas do Samba com instrumentos característicos do Rock, como guitarras e baixo, equilibrando a cadência do Samba com a energia do Rock. No entanto, é claro que algumas coisas acabaram não funcionando. O repertório é bem irregular, mas é preciso reconhecer que possui ótimas melodias. Enfim, apesar de ser um trabalho mediano, ele apresenta um conceito interessante. 

Melhores Faixas: Sem Anjo Na Multidão, Samba Rock 
Piores Faixas: Moço, A História Da Morena Nua Que Abalou As Estruturas Do Esplendor Do Carnaval (título exagerado)

O Futuro Pertence á Jovem Guarda – Erasmo Carlos 





















NOTA: 8,8/10


E aí chegamos no ano de 2022, quando Erasmo Carlos lançou seu último álbum de estúdio, O Futuro Pertence à Jovem Guarda. Após o lançamento de seu EP de samba, Erasmo participou de uma série da Netflix, e nesse meio tempo surgiu a oportunidade de homenagear colegas e relembrar sucessos da época, interpretando músicas que marcaram a história da Jovem Guarda. A produção, realizada por Marcus Preto e Pupillo, dupla que já havia colaborado com Erasmo em trabalhos anteriores, buscou equilibrar a nostalgia dos anos 1960 com sonoridades contemporâneas, incorporando arranjos modernos que respeitam a essência das composições originais. O álbum apresenta uma sonoridade envolvente que, apesar de sua vibe nostálgica, é totalmente moderna. O repertório é excelente, com todas as canções bem interpretadas e belíssimas. No fim, embora poucos meses depois o Tremendão tenha falecido, ele nos deixou com um último trabalho digno e emocionante. 

Melhores Faixas: Tijolinho, O Ritmo Da Chuva 
Vale a Pena Ouvir: A Volta, Alguém Na Multidão
  

  Então é isso, um abraço e flw!!!      

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