sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Analisando Discografias - my bloody valentine

                 

You Made Me Realise – My Bloody Valentine





















NOTA: 7,8/10


No ano de 1988, o My Bloody Valentine lançou um EP intitulado You Made Me Realise. Foi nesse momento que a banda começou a ganhar destaque. Antes disso, eles eram uma banda em busca de uma identidade própria. Formada em Dublin, Irlanda, em 1983, a banda começou com uma sonoridade fortemente influenciada pelo Pós-punk e pelo Rock Gótico. Com os integrantes Kevin Shields (vocais/guitarra), Colm Ó Cíosóig (bateria) e Debbie Googe (baixo), e após recrutarem Bilinda Butcher, eles mudaram seu direcionamento. A produção feita pela própria banda mostrou Shields começando a experimentar camadas de guitarras processadas através de reverse reverb, tremolo picking e outras técnicas incomuns para a época. Esse som nebuloso e denso foi um dos pilares do Shoegaze, além dos vocais que ficaram estéreo, sendo totalmente diluídos. O repertório é muito bom, e as canções são bem melódicas e intensas. No geral, esse trabalho é muito bom e era só o começo. 

Melhores Faixas: Thorn, Drive It All Over Me 
Vale a Pena Ouvir: Slow, You Made Me Realise, Cigarette In Your Bed

Isn't Anything – My Bloody Valentine





















NOTA: 9,7/10


No final daquele ano, o My Bloody Valentine lançou seu álbum de estreia, o Isn't Anything, já com sua nova roupagem. Após o You Made Me Realise, que os mostrou com uma abordagem mais densa e experimental, preparando o terreno para esse álbum, antecipando tendências que viriam a dominar o Indie Rock e o Dream Pop nos anos 90. Produzido pela própria banda e gravado em sete dias, em diversos estúdios no Reino Unido, a pressa na gravação fez com que muitas faixas mantivessem uma energia crua e espontânea, resultando em um som que equilibra momentos de delicadeza e agressividade. Kevin Shields assumiu grande parte do controle criativo do álbum, buscando um equilíbrio entre melodias envolventes e texturas sonoras abstratas. O repertório é muito bom, com canções abstratas e momentos mais enigmáticos. Enfim, é um baita disco de estreia e que seria a base para a experimentação futura deles. 

Melhores Faixas: All I Need, (When You Wake) You're Still In A Dream, Feed Me With Your Kiss, Nothing Much To Lose 
Vale a Pena Ouvir: Several Girls Galore, Lose My Breath

Glider – My Bloody Valentine





















NOTA: 8/10


Em 1990, eles lançaram mais um EP intitulado Glider, que já mostrava um novo direcionamento para seu disco futuro. Após o Isn't Anything, o My Bloody Valentine começou a se afastar da abordagem mais crua e agressiva daquele álbum, buscando um som mais etéreo e abstrato. Nesse EP, eles incorporaram elementos da Neo-psicodelia, música ambiente e Dream Pop à estética do Shoegaze. A produção, novamente feita por eles mesmos, refletiu uma abordagem mais meticulosa e textural em comparação aos trabalhos anteriores da banda, trazendo um som mais refinado e focado na construção de camadas sonoras. As guitarras foram manipuladas para criar um efeito quase eletrônico, enquanto as batidas se tornaram mais repetitivas e dançantes, antecipando o caráter rítmico do loveless. O repertório contém 4 faixas muito legais, que mergulharam numa onda totalmente experimental. Enfim, esse EP é muito bom e mostrou uma demonstração do que seria próximo trabalho. 

Melhores Faixas: Soon 
Vale a Pena Ouvir: Don't Ask Why, Off Your Face, Glider

loveless – my bloody valentine





















NOTA: 10/10


Então, no ano seguinte, a banda lançou seu maravilhoso e atemporal 2º disco, o loveless. Após o lançamento do Isn't Anything, o My Bloody Valentine passou a ser visto como uma das bandas mais inovadoras da cena alternativa britânica. Porém, o desenvolvimento desse álbum foi conturbado, levando quase três anos para ser finalizado e passando por inúmeros estúdios e engenheiros de som. A banda enfrentou dificuldades técnicas e conflitos com a gravadora Creation Records, que financiava o projeto e quase foi à falência devido aos altos custos. Kevin Shields assumiu o controle criativo quase absoluto, guiando cada detalhe do disco com uma abordagem experimental e meticulosa. Diferente de álbuns convencionais, a gravação envolveu camadas sobrepostas de instrumentos e efeitos de estúdio para criar uma sensação de imersão sonora. O repertório é simplesmente fantástico, pois só tem canções maravilhosas. No fim, esse disco é um clássico e uma verdadeira obra-prima. 

Melhores Faixas: when you sleep, sometimes, only shallow, soon, loomer 
Vale a Pena Ouvir: i only said, to here knows when, come in alone

m b v – my bloody valentine





















NOTA: 9,2/10


O tempo passou, e em 2013, o My Bloody Valentine retornou lançando seu 3º disco, intitulado m b v. Após o clássico Loveless, a banda passou por um longo período de inatividade. Problemas financeiros e desentendimentos com gravadoras dificultaram a continuidade da banda, e Kevin Shields se envolveu em outros projetos. Foi apenas em 2007 que a banda retornou oficialmente, iniciando uma turnê e desenvolvendo um novo álbum. As gravações já estavam em andamento desde o final dos anos 90, mas Shields passou os anos seguintes refinando o material. Dividindo as faixas em três partes distintas: as iniciais relembram a sonoridade clássica da banda, com guitarras flutuantes e vocais etéreos; as intermediárias exploram harmonias mais delicadas e atmosféricas; e as finais, um território mais agressivo e experimental, com influências do Noise. Com isso, o repertório é muito bom, e as canções são decentes. No final, é um baita disco que manteve a essência deles. 

Melhores Faixas: only tomorrow, she found now, if i am 
Vale a Pena Ouvir: wonder 2, who sees you, in another way

     Bom então é isso e flw!!!    

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