segunda-feira, 9 de junho de 2025

Analisando Discografias - David Gilmour: Parte 2

                  

On An Island – David Gilmour





















NOTA: 8,5/10


Indo para o ano de 2006, David Gilmour lançava seu álbum On an Island. Após o About Face, Gilmour esteve mais focado em trabalhos com o Pink Floyd e em sua vida pessoal, inclusive dedicando-se à família e a causas humanitárias. O contexto desse projeto foi concebido distante das turbulências internas do Pink Floyd e disposto a expressar uma musicalidade mais contemplativa e pessoal. Ele mesmo descreve o álbum como uma obra profundamente autobiográfica, refletindo sobre temas como o tempo, a memória, a mortalidade e a beleza do cotidiano. A produção foi conduzida por ele junto com Phil Manzanera e Chris Thomas, deixando tudo limpo, refinado e fiel ao estilo atmosférico dele, com ênfase em texturas sonoras, espaços e detalhes harmônicos, ou seja, com todos aqueles acabamentos progressivos. O repertório é muito bom, e as canções são todas carregadas de profundidade. Enfim, é um ótimo disco, que segue por um caminho mais imersivo. 

Melhores Faixas: On An Island, This Heaven 
Vale a Pena Ouvir: Smile, Take A Breath, Where We Start

Rattle That Lock – David Gilmour





















NOTA: 6/10


Nove anos se passaram, e Gilmour lançou mais um disco, o Rattle That Lock, que foi para um lado mais complexo. Após o On an Island, David Gilmour passou quase uma década focado em apresentações esporádicas, participações especiais e na produção do The Endless River, último álbum do Pink Floyd, em homenagem ao falecido tecladista Richard Wright. Com isso, esse projeto mostrou ele indo para um lado mais reflexivo, mas também mais direto e ousado na exploração de novos estilos. A produção foi praticamente a mesma: é bem mais limpa, detalhista, e alterna entre momentos grandiosos e passagens intimistas. Só que, apesar de ter um conceito muito interessante, muitos dos arranjos acabam pedindo momentos mais densos e seguem por um lado melancólico completamente impreciso. O repertório até começa bem, mas depois decai com algumas canções bem fraquinhas, embora ainda contenha algumas boas. Enfim, é um disco mediano, que poderia ter mais consistência. 

Melhores Faixas: Rattle That Lock, 5 A.M., Today 
Piores Faixas: In Any Tongue, Dancing Right In Front Of Me, And Then...

Luck And Strange – David Gilmour





















NOTA: 8,9/10


Então chegamos ao ano de 2024, quando foi lançado o último álbum até o momento dele, o Luck and Strange. Após o Rattle That Lock, muita coisa acabou acontecendo, mas algo que foi bastante determinante foram as lives em família, que despertaram em Gilmour a vontade de criar novamente, refletindo sobre temas como envelhecimento, mortalidade e a importância familiar, moldados pelos longos meses de confinamento durante a pandemia. A produção, conduzida por ele junto com Charlie Andrew, apresenta uma sonoridade profundamente atmosférica, madura e introspectiva, com uma abordagem mais contida e contemporânea, tendo muitos momentos que fazem lembrar The Division Bell, muito por conta da profundidade dos arranjos. O repertório é belíssimo, e as canções são todas bem imersivas e com uma tonalidade bastante reflexiva. Enfim, é um disco incrível e uma obra de extrema sinceridade. 

Melhores Faixas: Between Two Points (participação da filha do Gilmour, a Romany), Scattered 
Vale a Pena Ouvir: Luck And Strange, Dark And Velvet Nights, Sings

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