quinta-feira, 5 de junho de 2025

Analisando Discografias - Hateen: Parte 1

                 

Hydrophobia – Hateen





















NOTA: 8,6/10


Em 1996, o Hateen lançava seu álbum de estreia, intitulado Hydrophobia, com uma capa peculiar. Formada em 1994 pelo vocalista e guitarrista Rodrigo Koala, o baterista Japinha e o baixista Cesinha Santisteban, a banda surgiu em meio à efervescente cena underground de São Paulo, destacando-se por suas apresentações enérgicas e composições que mesclavam agressividade e melodia. A produção, conduzida pela própria banda, é crua e direta, priorizando a captura da energia das performances ao vivo. Seguindo a estética do ‘‘Do It Yourself’’’, o grupo adotava uma abordagem voltada ao Hardcore melódico e ao Emocore, certamente influenciada por bandas como Rites Of Spring e Pennywise. Apesar de tocarem bem, a gravação não ficou das melhores. Ainda assim, o repertório é interessante, com canções enérgicas e um tom introspectivo. Enfim, é um bom disco de estreia, mesmo com a baixa qualidade de gravação. 

Melhores Faixas: Here I Come, Free Violence, Punkers, G.B.C. 
Vale a Pena Ouvir: Don't Complain, Hangover, No More Order

Dear Life... – Hateen





















NOTA: 9/10


Entrando no novo século, em 2000, o Hateen lançava Dear Life..., que foi um grande marco na cena. Após o Hydrophobia, a banda passou a contar com mais um guitarrista, Boris Fratogianni, e decidiu aprofundar sua abordagem emocional nesse projeto, explorando temas mais pessoais e melancólicos. Aqui, seguiram uma linha bastante influenciada por bandas californianas. A produção, conduzida pela própria banda, ficou mais refinada, com arranjos mais elaborados e uma gravação que valoriza a clareza dos instrumentos e vocais. A abordagem ainda se mantém no Hardcore melódico, mas segue por um caminho mais próximo do Midwest Emo, possivelmente influenciado por bandas como Sunny Day Real Estate, com pitadas do Pennywise e The Bouncing Souls. O repertório é incrível, com canções energéticas, algumas mais melancólicas, e com um bom grau de profundidade. No fim, é um baita disco e certamente um dos melhores trabalhos da banda. 

Melhores Faixas: Danger Drive, Fake Fate, Mr. Oldman, My Birthday 
Vale a Pena Ouvir: Big Life (One Last Goodbye), Still Don't Know, We Two Feel Blue

Loved – Hateen





















NOTA: 7,1/10


Quatro anos depois, foi lançado o 3º álbum de estúdio da banda, intitulado Loved, que seguiu uma linha mais melódica. Após o Dear Life..., o Hateen já havia se estabelecido como uma das principais bandas do cenário underground. No entanto, a banda passou por uma baixa com as saídas do guitarrista Boris Fratogianni e do baixista Cesinha; em seus lugares entraram Fabrizio Martinelli e Fernando Sanches. Nesse novo projeto, eles buscaram uma sonoridade mais madura e introspectiva. A produção, como sempre feita pela própria banda, segue uma abordagem mais polida, com uma instrumentação mais precisa, mantendo as influências do Hardcore melódico e do Emo tradicional. Apesar disso, em muitos momentos acabam inserindo linhas desnecessárias nos arranjos, o que desequilibra a base rítmica. O repertório é interessante, com belas canções e outras mais fracas. No fim, é um disco bom, mas que poderia ter sido mais equilibrado. 

Melhores Faixas: Day After Day, A New Way To Die, Wasted My Youth, Blind For You 
Piores Faixas: Stupid Sad Things, Girls Greatest Hits, Radio 99

Procedimentos de Emergência – Hateen





















NOTA: 8,8/10


Se passaram dois anos, e o Hateen lançava seu 4º álbum, o Procedimentos de Emergência, que seguiu por um lado mais comercial. Após o Loved, a banda continuou fazendo sucesso no cenário underground, mas, como Rodrigo Koala vinha compondo músicas de sucesso para o CPM 22, eles assinaram com a Arsenal Music e, além disso, as letras passaram a ser em português. A produção foi feita por Rick Bonadio, que trouxe uma sonoridade mais polida e radiofônica, sem comprometer a autenticidade da banda. O resultado é um disco que equilibra a energia do Hardcore melódico e do Emo com arranjos cuidadosamente elaborados, seguindo uma abordagem em que o peso ficou mais controlado, porém não comprometido. O repertório é muito bom, com canções profundas, introspectivas e, claro, bastante animadas. No final, é um ótimo disco, que teve um sucesso relativamente expressivo. 

Melhores Faixas: Quem Já Perdeu um Sonho Aqui?, 1997, Tudo Fora do Lugar, Uma Vida Sem Saudade 
Vale a Pena Ouvir: Se um Dia Lembrar de Mim, Ilusões, Voltar ao Normal, Não Vá

Obrigado Tempestade – Hateen





















NOTA: 4/10


Indo para 2011, o Hateen lançava mais um disco, intitulado Obrigado Tempestade. Após o sucesso do Procedimentos de Emergência, a banda enfrentou mudanças em sua formação, com a entrada do baixista Leon Luthier, que assumiu a posição de Fábio Sonrisal, que por sua vez havia substituído Fernando Sanches. O baterista Japinha decidiu se ausentar, sendo substituído por Fábio Xim. Além disso, eles optaram por uma abordagem mais independente, desligando-se da gravadora Arsenal Music em 2010. A produção, feita por Lampadinha, apresentou uma sonoridade mais polida, mantendo a essência emocional característica, mas com maior foco na sonoridade do Hardcore Melódico e, claro, do Emo. Porém, tudo é bem sem graça, e os momentos pesados são altamente repetitivos. O repertório é fraquíssimo, com canções medíocres e pouquíssimas se salvando. Em suma, é um disco ruim e sem qualquer inovação. 

Melhores Faixas: Laser, Sem Ninguém, A Saudade Me Faz Bem, Pra Sempre Nunca Mais
Piores Faixas: Inconstante, Volte Sempre, Obrigado Tempestade, Depois Que Todos Vão Embora, Aonde Quer Que Você Vá
  

É isso, então flw!!!     

O Legado de Ozzy: Dois Meses de Saudade e Eternidade

Mesmo após sua partida, a influência do Ozzy permanece viva no rock e na cultura.  Foto: Ross Halfin Pois é, meus amigos, hoje faz 2 meses q...