segunda-feira, 2 de junho de 2025

Analisando Discografias - Janet Jackson: Parte 2

                 

Control – Janet Jackson





















NOTA: 9,8/10


Indo para 1986, Janet Jackson lançava seu 3º álbum, o sensacional Control, começando seu ápice. Após o Dream Street, vendo que o grande problema dos seus últimos trabalhos foi a falta de autonomia artística, muito por conta dos desejos de seu pai, Joseph Jackson, se tornando mais uma a ficar na sombra do Michael. Só que a virada de chave foi em meados de 1985, quando Janet rompeu com seu pai como empresário e tomou o controle da própria carreira. Ela se mudou para Minneapolis e fez John McClain se tornar seu novo empresário. Para produção, ela se aliou à dupla Jimmy Jam e Terry Lewis, que colocaram um som moderno, misturando R&B, Funk, Synth-pop e elementos do Hip-Hop. O uso de sintetizadores, caixas de ritmo e programação eletrônica criou uma sonoridade polida, ousada e incrivelmente dançante. O repertório é incrível, e as canções são todas animadas e bem divertidas. Enfim, é um belo disco que mostrou uma mudança de patamar. 

Melhores Faixas: When I Think Of You, The Pleasure Principle, What Have You Done For Me Lately, Let's Wait Awhile 
Vale a Pena Ouvir: Nasty, You Can Be Mine, Funny How Time Flies (When You're Having Fun)

Rhythm Nation 1814 – Janet Jackson





















NOTA: 10/10


Três anos depois, ela lança o clássico Rhythm Nation 1814, um álbum revolucionário. Após o Control, Janet deu um salto ainda mais ambicioso: criou um disco conceitual que unia ativismo social, crítica racial, romance e dança. Lançado durante o governo George H. W. Bush, o projeto abordava temas como racismo, violência urbana, analfabetismo e injustiça social. Enquanto a maioria dos artistas Pop evitava assuntos “pesados”, Janet se posicionou. A produção conduzida novamente por Jimmy Jam e Terry Lewis é densamente programada, com samples, batidas sincopadas, teclados metálicos e camadas vocais milimetricamente arranjadas. O uso de sintetizadores e caixas de ritmo é brutalmente preciso, incorporando influências anteriores em uma forma evoluída, que ajudou a definir o New Jack Swing. O repertório é excelente, e as canções são dignas de coletânea, fora os ótimos interlúdios. No final, é um baita disco e, certamente, uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Escapade, Love Will Never Do (Without You), Rhythm Nation, The Knowledge, Come Back To Me, Miss You Much 
Vale a Pena Ouvir: Someday Is Tonight, Livin' In A World (They Didn't Make), Alright

Janet. – Janet





















NOTA: 9,6/10


Chega a década de 90, e Janet Jackson lança mais um disco, desta vez autointitulado. Após o Rhythm Nation 1814, ela se consolidou e decidiu que seu próximo projeto mergulharia profundamente na exploração do amor, da sensualidade, do desejo e da intimidade. Nesse período, ela encerrou seu vínculo com a A&M e assinou com a Virgin Records, com um contrato de cerca de 40 milhões de dólares, tornando-se uma das artistas mais bem pagas do mundo à época. A produção, conduzida mais uma vez por Jimmy Jam e Terry Lewis, mergulha em uma sonoridade que vai além do New Jack Swing, incorporando Hip-Hop Soul e Trip Hop. Há o uso de samples clássicos da Motown, Funkadelic e James Brown, enquanto arranjos orquestrais e interlúdios criam uma narrativa íntima e cinematográfica. O repertório é ótimo, e as canções são melódicas e até profundas, com interlúdios coesos. No fim, é um belíssimo disco que demonstra sua maturidade artística. 

Melhores Faixas: That's The Way Love Goes, New Agenda, Again, If, You Want This, Where Are You Now 
Vale a Pena Ouvir: Any Time, Any Place, Whoops Now, This Time

The Velvet Rope – Janet





















NOTA: 10/10


Indo para 1997, Janet lançava seu 6º trabalho de estúdio, o atemporal The Velvet Rope. Após o álbum janet., considerada com uma estrela global, admirada por sua sensualidade, independência e talento musical. No entanto, os anos seguintes foram marcados por crises internas e emocionais. Mesmo no auge, Janet enfrentava depressão, baixa autoestima, distúrbios alimentares e um sentimento crescente de desconexão com sua identidade. O disco marca uma ruptura criativa e emocional: é uma obra conceitual e profundamente pessoal, onde Janet expõe traumas, desejos, dores e libertações. A produção, conduzida como sempre por Jimmy Jam e Terry Lewis, apresenta uma sonoridade ousada e complexa, com elementos de R&B contemporâneo, Trip Hop e do emergente Neo-Soul. Apostou em arranjos densos e minimalistas, mas altamente texturizados. O repertório é sensacional, parecendo uma coletânea. Enfim, é um disco maravilhoso e, certamente, uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Together Again, Got 'Til It's Gone (participações precisas da Joni Mitchell e do Q-Tip), Velvet Rope, Goo Deep, Every Time, Can't Be Stopped 
Vale a Pena Ouvir: What About, Free Xone, Special

All For You – Janet





















NOTA: 8,9/10


Quatro anos se passam, e em 2001 foi lançado mais um trabalho da Janet: All for You. Após o clássico The Velvet Rope, Janet Jackson precisava de um renascimento pessoal e artístico, mesmo já sendo reconhecida como uma artista de profundidade ímpar no Pop. No entanto, entre 2000 e 2001, Janet se divorciava do René Elizondo, seu parceiro de longa data, em um processo altamente midiático, o que serviu de contexto para um álbum mais leve, solar, festivo e carnal. A produção, conduzida pela mesma duplinha de sempre, é mais polida e comercialmente acessível, apostando em ganchos melódicos, batidas radiofônicas e letras ousadas, muitas com forte carga erótica, mas tratadas com a leveza do flerte. A sonoridade mistura Dance-pop, R&B e Art Pop. O repertório, em si, é bem legal, com canções diversificadas, desde faixas mais profundas e introspectivas até outras mais melódicas e dançantes. No fim, é um disco legal e, de certo modo, bem subestimado. 

Melhores Faixas: Someone To Call My Lover, All For You, Feels So Right, Would You Mind
Vale a Pena Ouvir: Doesn't Really Matter, Come On Get Up, You Ain't Right, Better Days

Damita Jo – Janet





















NOTA: 8,3/10


Três anos depois, foi lançado seu 8º álbum, intitulado Damita Jo, em um período de caos. Após o All for You, a imagem da Janet sofreu drasticamente em fevereiro de 2004, quando, durante sua performance no Super Bowl ao lado do Justin Timberlake, ocorreu o infame “wardrobe malfunction”, que expôs seu seio por alguns segundos ao vivo. O episódio se transformou em um escândalo nacional, resultando em boicotes de rádio e TV. Nesse clima de repressão moral e censura, ela decidiu responder com um projeto que se aprofunda na sexualidade feminina. A produção foi bem diversificada, contando com a dupla Jimmy Jam e Terry Lewis, além do Dallas Austin e Kanye West, que incorporaram camadas vocais delicadas, batidas lentas, samples sutis e um clima geral de introspecção sensual, refletindo a vibe do R&B da época. O repertório é bem legal, com canções melódicas e um pouco de leveza. Em suma, é um disco bacana e consistente, porém acabou sendo ignorado. 

Melhores Faixas: I Want You, My Baby (Kanye West foi até bem aqui), All Nite (Don't Stop)
Vale a Pena Ouvir: Spending Time With You, Like You Don't Love Me, Thinkin' 'Bout My Ex, SloLove, Moist

20 Y.O. – Janet





















NOTA: 5/10


Mais dois anos se passam, e foi lançado mais um trabalho dela, o celebrativo 20 Y.O.. Após o Damita Jo, Janet buscava um resgate da essência que a projetou para o sucesso global, mas com a maturidade e a experiência adquiridas ao longo dos anos, refletindo em temas como amor, empoderamento e sexualidade. O título é uma celebração aos 20 anos do álbum Control, que foi o marco zero de seu estrelato. A produção foi, como sempre, bem diversificada, mas o nome mais importante aqui é o de Jermaine Dupri, que teve papel essencial nas batidas e nos arranjos voltados ao Hip-Hop e R&B contemporâneo. A abordagem é mais densa e contida, o que deixa as harmonias encolhidas e os arranjos com pouca consistência. O repertório é mediano, com canções em sua maioria são fracas e chatinhas, embora haja algumas faixas interessantes. Enfim, é um trabalho irregular e que acabou completamente apagado. 

Melhores Faixas: Do It 2 Me, Enjoy, Take Care, With U 
Piores Faixas: So Excited, This Body, Love 2 Love, Call On Me (Nelly piorando a música que já era ruim se fosse solo)

  Por hoje é só, então flw!!!  

O Legado de Ozzy: Dois Meses de Saudade e Eternidade

Mesmo após sua partida, a influência do Ozzy permanece viva no rock e na cultura.  Foto: Ross Halfin Pois é, meus amigos, hoje faz 2 meses q...