sexta-feira, 20 de junho de 2025

Analisando Discografias - Obituary: Parte 1

                   

Slowly We Rot – Obituary





















NOTA: 9,7/10


No final dos anos 80, o Obituary lançava seu álbum de estreia, o Slowly We Rot. Formado em 1984 como Executioner (depois Xecutioner e, por fim, Obituary), o grupo de Tampa, Flórida, nasceu no berço do Death Metal. Inicialmente com raízes no Thrash e no Speed, logo se destacou pela proposta mais lenta, brutal e mórbida, com vocais guturais que viraram marca registrada do John Tardy, além de contar com os guitarristas Allen West e Trevor Peres, o baixista Daniel Tucker e o baterista Donald Tardy. Após algumas demos no underground, a banda assinou com a Roadrunner Records. A produção, conduzida por Scott Burns, trouxe uma sonoridade crua e orgânica, mas com clareza surpreendente para a época. Foi um dos primeiros trabalhos a mostrar como o Death Metal poderia soar pesado e limpo ao mesmo tempo, sem polimento excessivo. O repertório é incrível, com canções agressivas e muito dinâmicas. Em suma, um baita disco que já se tornou clássico. 

Melhores Faixas: Slowly We Rot, Gates To Hill, 'Til Death, Godly Beings, Internal Bleeding
Vale a Pena Ouvir: Intoxicated, Words Of Evil, Bloodsoaked

Cause Of Death – Obituary





















NOTA: 10/10


Quando entram nos anos 90, o Obituary lança seu clássico 2º disco, o Cause of Death. Após o maravilhoso Slowly We Rot, que apresentou ao mundo um death metal mais arrastado e mórbido, tornando-se um dos pilares da cena da Flórida, havia espaço para evolução técnica e refinamento musical. Em 1990, o guitarrista original Allen West sai temporariamente da banda, e seu lugar é ocupado por James Murphy (ex-Death), o que trouxe uma mudança importante: mais solos e mais técnica, algo que antes não existia. A produção foi feita por Scott Burns, mas com mais contribuições da banda, e aqui eles seguiram por um caminho mais encorpado e denso, com a guitarra rítmica cheia de distorção abafada (o famoso muff) de Trevor Peres, o baixo sombrio de Frank Watkins e, principalmente, a bateria tribal e explosiva de Donald Tardy, que vive aqui seu melhor momento. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas bem dinâmicas. No fim, é um disco fantástico e uma obra-prima do Metal. 

Melhores Faixas: Chopped In Half, Infected, Cause Of Death, Turned Inside Out 
Vale a Pena Ouvir: Circle Of The Tyrants, Body Bag

The End Complete – Obituary





















NOTA: 9/10


Dois anos se passaram, e eles retornam lançando seu 3º álbum, o The End Complete. Após o Cause of Death, ocorreu o retorno do guitarrista Allen West, que havia saído temporariamente no álbum anterior. Com isso, a banda optou por deixar de lado os solos virtuosos e melódicos de James Murphy e retornar a uma sonoridade mais direta, minimalista e focada em riffs pesados e arrastados. A produção foi praticamente a mesma, só que com a proposta de entregar um som mais seco, abafado e cavernoso, o que combinou com a estrutura das músicas, que são mais cadenciadas e pesadas, com poucos solos e maior ênfase nos riffs ritmados. O álbum tem uma ambiência quase claustrofóbica, como se cada faixa fosse gravada em uma câmara mortuária. O repertório é incrível, as canções são muito agressivas, e um grande destaque vai para os vocais mais articulados do John Tardy. Enfim, é outro disco magnífico, com uma brutalidade intensa. 

Melhores Faixas: I'm In Pain, The End Complete, Killing Time 
Vale a Pena Ouvir: Sickness, Dead Silence

World Demise – Obituary





















NOTA: 8,8/10


Mais dois anos se passaram, e eles voltam lançando outro disco, o World Demise. Após o The End Complete, o Obituary chegou a 1994 com uma bagagem sólida no Death Metal. No entanto, a cena já começava a mostrar sinais de transformação: várias bandas experimentavam variações e fusões com outros estilos, como o Groove Metal. Então, eles decidiram acompanhar essas mudanças, embora sem perder a essência. A produção foi conduzida mais uma vez por Scott Burns, junto com a banda, e eles buscaram algo mais limpo e elaborado. Claro, ainda há muitos riffs pesados, vocais guturais e bateria robusta, mas aqui eles experimentam coisas mais variadas, como o baixo ganhando mais presença e a bateria explorando uma gama maior de variações rítmicas e texturas. O repertório, novamente, é muito bom, e as canções vão desde momentos mais dinâmicos até outros mais cadenciados. No geral, é um ótimo disco, que mostrou um lado mais experimental da banda. 

Melhores Faixas: Don't Care, Final Thoughts, World Demise, Solid State 
Vale a Pena Ouvir: Kill For Me (os 3 minutos dessa música são intensos; depois vem uma parte tribal meio desnecessária, mas o início é essencial), Paralyzing, Splattered

Back From The Dead – Obituary





















NOTA: 8/10


Chega em 1997 e é lançado o 5º álbum da banda, o Back from the Dead, que segue por um caminho diferente. Após o World Demise, onde a banda trouxe elementos mais groovados, o Obituary enfrentava um cenário de mudanças no Metal dos anos 90, com a ascensão do Nu Metal e a queda na popularidade do Death Metal tradicional. Com esse projeto, eles tentaram retornar a uma pegada mais direta e pesada, porém sem abandonar as experimentações rítmicas do disco anterior. A produção foi conduzida, dessa vez, por Jamie Locke junto com a banda. Mantém-se a sonoridade típica do grupo, mas com um som mais limpo e encorpado. A mixagem privilegia as guitarras de forma robusta, e os vocais guturais de John Tardy soam mais articulados. A bateria tem um som mais seco e com maior destaque, o que ajuda a definir o groove das músicas. Falando nisso, o repertório é bem legal, e as canções são mais encadeadas e cortantes. No fim, é um bom disco, porém muito subestimado. 

Melhores Faixas: Threatening Skies, Lockdown 
Vale a Pena Ouvir: Inverted, Platonic Disease, Pressure Point

Frozen In Time – Obituary





















NOTA: 8,7/10


Então, na metade dos anos 2000, o Obituary volta lançando seu 6º álbum, o Frozen in Time. Após o Back from the Dead, a banda entrou em um hiato. Esse período longe dos estúdios e dos palcos permitiu que os integrantes se recuperassem, repensassem a banda e voltassem com um frescor que seria notado na sonoridade. Quando decidiram retornar, foi com a mesma formação original e mantendo aquela essência pesada, lenta e brutal que os marcou. A produção, feita por Scott Burns junto com Mark Prator, ficou mais clara e definida, porém manteve a densidade. O som das guitarras é grosso e poderoso, com uma distorção bem equilibrada. A bateria, tocada por Donald Tardy, tem um som nítido e bem mixado, realçando a técnica e os grooves característicos da banda, e os vocais de John estão mais controlados. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem encaminhadas e densas. No fim, outro disco bacana e com muita brutalidade. 

Melhores Faixas: On The Floor, Redneck Stomp (faixa instrumental impressionante), Lockjaw
Vale a Pena Ouvir: Mindset, Denied, Stand Alone

Xecutioner's Return – Obituary





















NOTA: 8,2/10


Mais dois anos se passaram até que eles lançaram mais um disco, o Xecutioner's Return. Após o Frozen in Time, Allen West acabou saindo, e em seu lugar entrou Ralph Santolla. Além disso, a banda encerrou seu vínculo com a Roadrunner e assinou com a Candlelight. Com todas essas mudanças, decidiram fazer um trabalho novo, bem característico, com o título fazendo uma referência direta à antiga alcunha da banda, "Xecutioner", nome usado no início da carreira. A produção foi conduzida pela própria banda, e aqui eles seguiram por um caminho ainda mais cru e agressivo, com guitarras mais cortantes e menos saturadas, evidenciando riffs mais secos e intensos. A bateria, junto com as linhas de baixo, está mais ágil e dinâmica, e o instrumental é cheio de passagens. O repertório é ótimo, e as canções vão desde momentos mais brutais até outros mais cadenciados. Em suma, é um disco legal, mas que acabou se tornando muito esquecido. 

Melhores Faixas: Seal Your Fate, Lies 
Vale a Pena Ouvir: Face Your God, Bloodshot, Second Chance

Review: The Same Old Wasted Wonderful World do Motion City Soundtrack

                   The Same Old Wasted Wonderful World – Motion City Soundtrack NOTA: 8,2/10 Dias atrás, o Motion City Soundtrack retornou, ...