The Pros And Cons Of Hitch Hiking – Roger Waters
NOTA: 8,8/10
Em 1984, Roger Waters lançava seu primeiro trabalho solo, o The Pros and Cons of Hitch Hiking. Após o lançamento do The Final Cut e com sua saída do Pink Floyd, ele acabou resgatando um projeto que havia apresentado à banda, mas que acabou se tornando The Wall, com eles desenvolvendo esse projeto enquanto Pros and Cons foi arquivado temporariamente até o ano de 1983. A produção ficou a cargo do próprio Roger Waters, com o engenheiro de som Michael Kamen, que também colaborou nos arranjos orquestrais. O disco conta ainda com a presença do lendário guitarrista Eric Clapton, cujos solos e texturas de guitarra conferem peso e emotividade à obra. Essa obra conceitual simula uma narrativa contínua, com as faixas representando os pensamentos de um homem entre 4h30 e 5h50 da manhã, literalmente um devaneio durante o sono. O repertório é muito consistente, e as canções são todas muito profundas. No fim, é um belo disco de estreia, rico em detalhes.
Melhores Faixas: 5:01 (The Pros And Cons Of Hitch Hiking - Part 10), 4:41 (Sexual Revolution), 4:58 (Dunroamin, Duncarin, Dunlivin)
Vale a Pena Ouvir: 4:33 (Running Shoes), 5:06 (Every Strangers Eyes), 4:50 (Go Fishing)
Radio K.A.O.S. – Roger Waters
NOTA: 8/10
Melhores Faixas: Sunset Strip, The Tide Is Turning (After Live Aid)
Vale a Pena Ouvir: Radio Waves, Me Or Him
Amused To Death – Roger Waters
NOTA: 3/10
Indo para os anos 90, Waters voltou a lançar mais um disco em 1992, o Amused to Death. Após o Radio K.A.O.S., Roger Waters passou por um hiato criativo. As críticas ao álbum anterior influenciaram sua decisão de voltar às raízes, com uma estética mais orgânica. Nesse contexto, ele concebeu um trabalho que levou quase cinco anos para ser finalizado. O título é inspirado no livro Amusing Ourselves to Death, de Neil Postman, que critica a maneira como a televisão transforma questões sérias em entretenimento vazio. A produção, feita por Patrick Leonard junto com Waters, utilizou técnicas de áudio espacial, que criam uma sensação de som tridimensional, além de conter orquestra sinfônica, efeitos sonoros, entrevistas reais e manipulação de áudios antigos. No entanto, tudo soa sem alma e com arranjos imprecisos. O repertório é fraco, com poucas canções interessantes e outras bem chatas. No fim, é um disco ruim, que tentou unir elementos dos antecessores, mas não funcionou.
Melhores Faixas: What God Wants, Part III, The Bravery Of Being Out Of Range, What God Wants, Part II
Piores Faixas: Three Wishes, Amused To Death, Too Much Rope, Late Home Tonight, Part II, It's A Miracle, Perfect Sense, Part II
Is This The Life We Really Want? – Roger Waters
NOTA: 8,4/10
Passaram-se 25 anos até que Roger Waters lançasse seu 4º disco, o Is This the Life We Really Want?. Após o Amused to Death, o mundo havia mudado radicalmente desde os anos 90, e Waters sentiu-se compelido a reagir artisticamente. Ele havia lançado um álbum de ópera na década anterior, mas foi um completo fiasco. Vivíamos sob os impactos do terrorismo global, da crise dos refugiados, das guerras no Oriente Médio e, especialmente, do crescimento de lideranças populistas e autoritárias, como Donald Trump, eleito em 2016. A produção, feita por Nigel Godrich, impôs a Waters uma estética mais minimalista e atual, cortando excessos narrativos, interlúdios falados e peças muito teatrais. Aqui, a instrumentação é enxuta, com ênfase em pianos, cordas discretas, loops eletrônicos, batidas secas e a voz central do Waters. O repertório é muito bom, com canções profundas e intimistas. Enfim, é um bom disco, bastante imersivo.
Melhores Faixas: The Last Refugee, Wait For Her
Vale a Pena Ouvir: Smell The Roses, Broken Bones, Déjà Vu, Bird In A Gale
The Dark Side Of The Moon Redux – Roger Waters
NOTA: 1/10
Em 2023, foi lançado aquele que é, até o momento, o último trabalho de Roger Waters: a regravação do The Dark Side of the Moon. Após o Is This the Life We Really Want?, não se sabe o que tava passando pela cabeça dele, mas Waters decidiu lançar uma versão completamente reimaginada e desconstruída da obra original. Para ele, tratava-se de uma forma de reapropriação autoral, um gesto artístico e político. Ele queria explorar a essência lírica e filosófica das músicas, sem o brilho psicodélico e sinfônico do Pink Floyd. A produção foi, obviamente, conduzida por ele mesmo junto com Gus Seyffert, de forma intencionalmente minimalista, despojada de solos de guitarra ou dos efeitos da versão original. Aqui, temos uma narrativa lenta, atmosferas sombrias e ênfase na voz envelhecida do Waters, que mais parece um Cid Moreira recitando salmos. Já o repertório é o mesmo, só que totalmente destruído. Sério, não há muito o que dizer, é simplesmente uma regravação terrível.
Melhores Faixas (............................................................)
Piores Faixas: Time, Eclipse, On The Run, Money