Esculpido a Machado – LEALL
NOTA: 10/10
No ano de 2021, o LEALL lançava seu álbum de estreia, o sensacional Esculpido a Machado. O rapper, vindo da zona norte do Rio de Janeiro, começou sua trajetória em 2019 com os singles Criminal Influencier e Cachorrada, que ganharam mais visibilidade pela sua participação no Brasil Grime Show. Após isso, ele entrou para o selo do Covil da Bruxa e, depois de muito tempo, decidiu preparar uma obra que fosse uma investigação social e psicológica acerca de quem tenta escapar das rotas de genocídio que afetam jovens negros e periféricos. A produção foi bem diversificada, contando com Babidi, Tarcis, VHOOR e até Nagalli, trazendo beats eletrônicos metálicos, fragmentos de voz instáveis e ritmos frenéticos, que combinam com a estética do Drill, ainda juntando temas do Gangsta Rap e Rap consciente. O repertório é simplesmente maravilhoso, parecendo uma coletânea, só com canções brabas. No fim, é um trabalho sensacional, que já se tornou um clássico.
Melhores Faixas: Esculpido a Machado, Pedras Amarelas, Pela Minha Área, Desfile Bélico, Cadeia ou Morte?
Vale a Pena Ouvir: Portas Abertas, Caixão Fechado, Pedro Bala, Lamentações
Eu Ainda Tenho Coração – LEALL
Se passaram dois anos e foi lançado seu 2º álbum, Eu Ainda Tenho Coração, que foi ainda mais poético. Após o maravilhoso Esculpido a Machado, que o consolidou como um dos rappers mais talentosos da nova geração do Rap nacional, com o fim do Covil da Bruxa ele acabou assinando com a Rock Danger e, para esse próximo trabalho, decidiu abordar temas como paternidade, vulnerabilidade e a complexidade de ser um artista negro no Brasil. A produção foi, como sempre, bem diversificada, contando de novo com Nagalli, Babidi, meLLo, Pedro Apoema e outros colaboradores. Foram para um lado mais diversificado, continuaram com o pé no Drill, mas ampliaram tendo momentos do Boom Bap e Trap tradicional. As beats são bem orgânicas e, com os samples, todas estão bem fixadas. O repertório é incrível, e as canções são, como sempre, bem reflexivas e ousadas. No final de tudo, é outro belo álbum, que mostra por que ele é um dos mais talentosos da cena atual.
Melhores Faixas: Medo de Quase Nada, Vivência Maldita (Boom Bap nostálgico junto com Sain), Sensação de Liberdade (BK’ no modo Castelos & Ruínas), Onde Que Nós Taria?, Malefícios do Dinheiro
Vale a Pena Ouvir: Besteiras, Disritmia, O Crime e a Música (boa feats do Ryu, The Runner e do Xamã)