quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Funkero

                 

Poesia Marginal – Funkero





















NOTA: 8/10


Em 2008, o Funkero lançou seu 1º trabalho em formato de mixtape, o Poesia Marginal. O rapper, vindo do Jardim Catarina em São Gonçalo (RJ), um dos bairros mais perigosos da cidade, começou sua trajetória naquele período após uma série de problemas, como sua passagem pelo tráfico, e acabou sendo apadrinhado por outros rappers, entre eles MC Marechal. Para esse trabalho, ele buscou um caminho que mostrasse sua versatilidade artística e musical. A produção foi diversificada, contando com Iky Castilho, DJ Tamenpi e outros, que criaram um som bem variado, indo do Boom Bap ao Grime, passando pelo Funk dos anos 90 e até pelo Ragga, tudo muito bem encaixado com os flows agressivos do rapper e com a dinâmica que cada beat proporcionava. O repertório é muito bom, com canções divertidas e outras mais profundas. Enfim, é um trabalho interessante que mostrou muito potencial. 

Melhores Faixas: Selva Urbana, Nada Bem, Sangue Guerreiro 
Vale a Pena Ouvir: Geração $, Tempo de Guerrilha, Clima Quente, Sangue Frio, Piloto De Fuga

Em Carne Viva – Funkero





















NOTA: 8,4/10


Foi só em 2012 que o Funkero lançou seu álbum de estreia, o Em Carne Viva, que foi bem ambicioso. Após o Poesia Marginal, o rapper ganhou visibilidade no cenário underground do Rap nacional e passou a aparecer em outros projetos. Para seu 1º disco, ele decidiu fazer uma fusão de Rap com influências cinematográficas, trazendo referências a filmes de diretores como Quentin Tarantino, Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock, criando uma narrativa própria e abordando temas como violência, cotidiano das periferias e reflexões pessoais. A produção foi diversificada, contando com DJ Caique, Luan LK, entre outros, que colocaram beats densos e envolventes, que casam bem com a sonoridade diversa, que vai do Boom Bap, Horrorcore e até o Funk das antigas. O repertório é muito bom, com canções bem profundas e algumas mais dançantes. Enfim, é um ótimo trabalho, bem compacto e coeso. 

Melhores Faixas: Teoria da Conspiração (Shawlin e Rodrigo Ogi arrebentando), V de Vingança, Lamento 
Vale a Pena Ouvir: Sociedade dos Poetas Mortos (ótima feat do Chino do Oriente), Adeus, Perfume de Mulher

Psycho – Funkero





















NOTA: 8,6/10


Mais quatro anos se passam, e ele retorna lançando seu 2º album de estúdio, o Psycho. Após o Em Carne Viva, o Funkero focou em seus shows e participou de outros trabalhos e nesse meio tempo ele passou integrar o grupo Cartel Mc’s em 2014, o que também gerou sua participação do coletivo/supergrupo Damassaclan, e para seu próximo trabalho ele decidiu ir para um caminho bem mais amplo. Produção foi bem diversificada contando com Daniel Sydens, SPVIC, Erik Skratch e entre outros, trouxe uma abordagem mais orgânica e densa, com beats que vão desde um lado pesado ou melódico, e aqui tem junção de Boom Bap, Horrorcore e até Trap, tudo isso casando bem com os flows agressivos do rapper. O repertório é muito bom, e as canções são todas pesadíssimas e que são bastante reflexivas. Enfim, é um ótimo álbum e certamente o melhor de sua carreira. 

Melhores Faixas: Psycho, Espírito Vândalo (como disse o Diomedes Chinaski em Sulicídio: ‘‘Ret arrotou, Don L matou’’) 
Vale a Pena Ouvir: AR-15, Cangaço

Poesia Marginal Pt. 2 - Criminologia – Funkero





















NOTA: 8/10


Em 2019, foi lançado o último álbum até então do Funkero, o Poesia Marginal Pt. 2 – Criminologia. Após o Psycho, como nós sabemos, o rapper passou a integrar a 1Kilo, cortando seu vínculo com a Damassaclan e o Cartel MC’s. Nesse período, ele participou da maioria dos sons da 1Kilo e também esteve presente no Favela Vive 2, da ADL, onde fez um verso aniquilador. Esse foi o único álbum que ele conseguiu lançar pela gravadora, já que os demais acabaram sendo cancelados por conta de toda aquela treta. A produção foi diversificada, contando com DJ Grego, Forage e outros, trazendo uma abordagem orgânica com beats densos e pesados, que vão do Boom Bap ao Trap, sempre dentro da estética do Hardcore Hip-Hop e se complementando com toda a estética do Funk. O repertório é interessante, com canções muito reflexivas e outras um pouco imprecisas. No geral, é um trabalho bacana, com seus pontos altos. 

Melhores Faixas: Desordem e Regresso, Criminologia, Selva Urbana 2, NIT/SG 
Piores Faixas: Por que a Gente é Assim, Black Mirror, Só Você

 

Analisando Discografias - Major RD

                   Troféu – Major RD NOTA: 9,4/10 Em 2021, o Major RD lançava seu maravilhoso álbum de estreia intitulado Troféu. O rapper c...