domingo, 16 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Tony Levin: Parte 1

                 

World Diary – Tony Levin





















NOTA: 8,4/10


Em 1995, foi lançado o primeiro trabalho solo do Tony Levin, intitulado World Diary, que seguia por um caminho mais jazzístico. Após sua saída do King Crimson, ele decidiu fazer um projeto bastante ousado, já que o conceito por trás do disco é diretamente ligado ao que o título sugere, um “diário de mundo”. Levin gravou a maior parte das canções enquanto estava em turnê com a banda do Peter Gabriel, em ambientes “não convencionais”, como quartos de hotel, apartamentos e outros lugares por onde passava durante as viagens. A produção, feita por ele com o auxílio do Robbie Dupree, foi para um lado bem intimista, trazendo uma sensação de espontaneidade e de “realidade da estrada”. Esses ambientes contribuem para a atmosfera sonora, às vezes reverberante, outras vezes mais seca, sendo basicamente um trabalho de Jazz-Rock. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem atmosféricas. No geral, é um ótimo disco e bastante dinâmico. 

Melhores Faixas: Etude In The Key Of Guildford, Heat, Espresso & The Bed Of Nails 
Vale a Pena Ouvir: The Train, Nyatiti, The Sound Of Goodbye

Waters Of Eden – Tony Levin





















NOTA: 8/10


Cinco anos depois, foi lançado seu segundo álbum solo, intitulado Waters of Eden, que foi mais variado. Após o World Diary, Tony Levin vivia um momento de transição criativa: o King Crimson entrava em um período mais esparso de atividade, e ele buscava um álbum que não fosse apenas uma vitrine de técnicas, mas um manifesto emocional, quase espiritual, com ambiências que traduzissem estados de introspecção. A produção, feita por ele junto com Artie Traum, explora espaços amplos, timbres arredondados, uma abordagem suave e um cuidado enorme com as camadas. Os colaboradores incluem Jerry Marotta na bateria, Larry Fast nos sintetizadores e participações marcantes como David Torn nas guitarras texturais. É uma produção que privilegia a pureza dos instrumentos, sem sobrecarregar os arranjos, fazendo uma junção de Jazz Fusion com Rock progressivo. O repertório é muito bom, e as canções são bastante relaxantes. Enfim, é um ótimo álbum e muito puro. 

Melhores Faixas: Belle, Opal Road 
Vale a Pena Ouvir: Pillar Of Fire, Icarus, Bone And Flesh

Pieces Of The Sun – Tony Levin





















NOTA: 8,2/10


Dois anos depois, foi lançado seu terceiro disco, o Pieces of the Sun, que foi bem mais expansivo. Após o Waters of Eden, Tony Levin precisou passar um tempo dedicando mais atenção ao retorno do King Crimson e, quando teve uma pequena pausa, decidiu que seu novo trabalho deveria apostar em variedade e exploração instrumental. Ele também queria apresentar sua banda de turnê como uma unidade criativa completa, não apenas como músicos de apoio. A produção, feita por ele mesmo como de costume, é mais vigorosa e densa que no álbum anterior, com mais camadas rítmicas e maior presença de elementos eletrônicos e guitarrísticos, sobretudo graças às texturas criadas por Larry Fast e ao uso balanceado de guitarras limpas e distorcidas por Jesse Gress. A sonoridade em si é cristalina, mas tem um lado bastante orgânico em seus arranjos. O repertório é muito bom, e as canções são cheias de variação. No final, é um ótimo trabalho e não é para qualquer ouvido. 

Melhores Faixas: Apollo, Phobos 
Vale a Pena Ouvir: The Fifth Man, Silhouette, Geronimo

Resonator – Tony Levin





















NOTA: 5,5/10


Quatro anos se passaram, e foi lançado mais um trabalho do Tony Levin, o fraquíssimo Resonator. Após o Pieces of the Sun, ele queria avançar em duas frentes: mais força, mais peso, mais Rock e também a novidade de trazer vocalização própria em algumas faixas, algo pouco comum na sua carreira solo até então. Ele também queria aproximar o som do grupo de um formato mais direto, inclusive com estruturas quase pop em certos momentos, mas sem abrir mão da complexidade rítmica e do caráter instrumental que sempre foram sua marca. A produção foi aquela de sempre, só que agora a sonoridade é mais seca, mais firme e menos etérea. As guitarras de Jesse Gress ganham mais espaço e distorção, a bateria de Marotta aparece mais frontal, e o baixo de Levin é mais agressivo, porém há muitos momentos repetitivos e falta mais imersão. O repertório é mediano, com canções boas e outras bem chatinhas. Enfim, é um álbum irregular e bastante exaustivo. 

Melhores Faixas: Throw The God A Bone, What Would Jimi Do?, Break It Down 
Piores Faixas: Sabre Dance, Utopia, Crisis Of Faith

  

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