5150: Home 4 tha Sick – Eazy-E
NOTA: 8/10
Em uma época cheia de conflitos, chega o 1º EP do Eazy-E, 5150: Home 4 tha Sick, que foi lançado dez dias antes do Natal de 1992. Após sua excelente estreia em sua carreira solo (que nem estava), Eazy-E se mostrou como um dos pioneiros do Gangsta rap. Só que um ano antes, o N.W.A. havia lançado seu último álbum, e após isso, o grupo se desfez devido a várias brigas e conflitos internos. Este disco realmente marcou o início de um trabalho totalmente solo do rapper. O EP contou com vários produtores, entre eles o trio Naughty by Nature, que tinha uma certa popularidade na época. Claro, quem foi o produtor executivo desse disco foi o próprio E, imprimindo a característica do som da Costa Oeste, com batidas pesadas, amostras de Funk e Soul, e uma vibe sombria que se complementa com letras mais agressivas. O repertório, embora conte apenas com 5 faixas, inclui uma introdução bem chatinha e cheia de risadas. As canções que vêm a seguir são até legais, como Neighborhood Sniper e Niggaz My Height Don’t Fight, que abordam como é viver nos guetos. Além disso, temos a ostentação mostrada em Only If You Want It e a cômica canção de Natal Merry Muthafuckin’ Xmas, que, se vocês acham que Eu Fumei Uma Árvore de Natal do Wiu uma putaria, esta aqui merece 10 vezes esse título. No fim, é uma obra bem legal, embora mostre sua inconsistência em seus arranjos, só que esse disco acabou sendo ofuscado pelo álbum de estreia do Dr. Dre, que foi lançado no mesmo dia.
It’s On (Dr. Dre) 187um Killa – Eazy-E
NOTA: 8,8/10
Str8 off tha Streetz of Muthaphukkin Compton – Eazy-E
NOTA: 8,3/10
Alguns meses após o falecimento do rapper, foi lançado seu 2º e último álbum de estúdio como um trabalho póstumo, em janeiro de 1996. Lembrando que, para quem não sabe, Eazy-E morreu devido a complicações relacionadas ao HIV/AIDS, embora ainda existam ‘‘dúvidas’’ sobre como ele contraiu o vírus. Mas pelo menos o E deixou material de 1992 e 1995 que ficou de fora das sessões dos seus dois últimos EPs. O álbum foi liderado por diversos produtores, alguns sendo os mesmos, e apenas um novo, que é Roger Troutman da banda Zapp (que apareceu em algumas canções de outros rappers como 2Pac e Snoop Dogg). Lembrando que a sonoridade continua sendo a mesma de sempre, apesar de ter ido para um lado mais de Hardcore Hip Hop e ter um uso de sintetizadores e efeitos sonoros, criando uma atmosfera imersiva. Desta vez, o repertório tem muito mais faixas que os últimos trabalhos e está cheio de músicas legais como Wut Would You Do, Creep n Crawl, Nutz on Ya Chain, a maravilhosa Ole School Shit e Slippin on a 40, que tiveram ótimas feats. Esse disco se encerra com a homenagem de Yella em Eternal E, mas ainda existem umas 3 faixas totalmente chatas e genéricas neste trabalho: a introdução, My Baby’z Mama e Gangsta Beat 4 tha Street. Mas, no final, é um álbum bem legal e que demonstra o legado que Eazy-E deixou.
Impact of a Legend – Eazy-E
NOTA: 7,9/10
Get Rich or Die Tryin’ – 50 Cent
NOTA: 9,8/10
Em fevereiro de 2003, foi lançado o álbum de estreia do 50 Cent, que chegou causando um verdadeiro abalo na comunidade do Rap americano. 50 Cent já era bastante conhecido no underground com suas mixtapes, especialmente em Guess Who's Back? e 50 Cent Is the Future. No entanto, o começo de tudo poderia já ter sido meteórico de forma fatal, já que ele sobreviveu a um ataque em 2000, onde foi baleado nove vezes. Esse evento, juntamente com sua capacidade de criar rimas cativantes e agressivas, chamou a atenção do Eminem e Dr. Dre, que assinaram com o rapper para Shady e Aftermath Records, planejando inicialmente lançar mais uma mixtape. E o que a produção maravilhosa desse disco fez é algo indescritível, trazendo batidas pesadas, flows incríveis e amostras que se encaixam perfeitamente com as letras. O trabalho de alguns produtores, como Dr. Dre, Eminem, Sha Money XL e vários outros, ficou perfeito. E o repertório, nem preciso dizer, é espetacular do início ao fim, super consistente e recheado de faixas esplêndidas como If I Can’t, Patiently Waiting, Heat, além dos hits In Da Club, P.I.M.P e Many Men (Wish Death), que aborda exatamente o que aconteceu com o rapper no dia em que foi baleado. Sem contar outras canções, como a romântica 21 Questions e a antiga diss Life’s on the Line, que não foi só para o Ja Rule. Em suma, é um álbum de estreia maravilhoso, uma verdadeira pancada essa obra do 50 (Fifty).
The Massacre – 50 Cent
NOTA: 9,5/10
Indo para seu segundo álbum, o The Massacre, 50 Cent chega com a mesma fórmula de sua maravilhosa estreia, por mais que mostre uma grande diferença. Inicialmente, esse disco era para se chamar The St. Valentine's Day Massacre, em homenagem à onda de assassinatos de gangues de Chicago em 1929, porém isso acabou sendo descartado. Além disso, o rapper estava sob intensa pressão da mídia para manter o mesmo sucesso. Então ele buscou expandir seu som e abordar mais temas, enquanto mantinha a agressividade que caracterizou seu disco de estreia. Com a mesma produção de antes, apesar de que o rapper esteve muito envolvido na produção, eles garantiram que o álbum mantivesse uma gigantesca qualidade, que se mostrou em amostras mais diversificadas, por mais que as batidas continuaram sendo pesadas e mostrassem um uso de sintetizadores, que logicamente não foram abusados para não prejudicar toda a sonoridade apresentada. Por mais que as faixas do repertório desse disco não consigam superar a estreia, ele tem muitas músicas legais e interessantes como My Toy Soldier, I’m Supposed To Die Tonight (uma alusão àquele fato mais uma vez) e Ryder Music, além é claro dos hits que se diferenciam entre a descontraída Disco Inferno, a nem tão romântica Just A Lil Bit e a chicletuda putaria contida em Candy Shop. Enfim, mais um ótimo repertório. No fim, é um trabalho que continua de uma forma diferente da sua estreia, mas que não deixa de ser maravilhoso.
Curtis – 50 Cent
NOTA: 6,4/10
Em mais um intervalo de dois anos, chega mais um álbum do 50 Cent intitulado com seu primeiro nome, que, para quem não sabe, é Curtis. Mas o título inicial era para ser Curtis SSK, e SSK significa SoundScan Killer, que por trás mostrava a pressão que o 50 (Fifty) sentia pelo seu sucesso. E esse trabalho foi lançado no mesmo dia do álbum Graduation do Kanye West. Que fez uma rivalidade entre os dois rappers gerou muita publicidade, o que aumentou as expectativas para ambos os lançamentos. A produção desse disco, mais uma vez, foi bastante diversificada pelo pessoal da Shady e Aftermath, além de alguns novos como o Timbaland e Jake One. Só que eles deixaram uma sonoridade totalmente desbalanceada, mesclando batidas pesadas com um som polido só para deixar o rapper ainda no topo das paradas, mas dá para se notar que foi completamente feito às pressas. Além disso, o repertório é completamente inconsistente e demonstra uma ordem errada, apesar de ter algumas canções muito boas como I Get Money, I’ll Still Kill, Movin On Up e Straight To The Bank, que por mais que seja uma vangloriação, ela é brilhante. Mas, logicamente, tem canções fraquíssimas que mostram que são muito forçadas, como Man Down, Ayo Technology com Justin Timberlake (culpa não foi dele), Curtis 187 e Follow My Lead. Apesar de toda a competição com o Kanye West, que nem preciso dizer quem venceu, é um disco mediano e que mostrou uma queda do rapper.
Before I Self-Destruct – 50 Cent
NOTA: 2/10
Agora chegamos ao problemático Before I Self-Destruct, que, por mais que a capa seja muito daora, o disco em si, meu Deus. Após seu último trabalho, que se mostrou muito irregular e forçado por conta da competição de lançamento com Kanye West, 50 Cent tentou se recuperar e trazer sua abordagem mais crua e agressiva dos seus primeiros trabalhos. Lembrando que inicialmente foi planejado para ser o álbum de 2007, só que ele decidiu lançar seu antecessor primeiro e adiou para o ano seguinte, por mais que tenham ocorrido algumas coisas que fizeram esse disco ser lançado somente em 2009, já mostrando a bagunça. Falando nisso, nem preciso dizer que a produção foi a mesma e, por mais que a sonoridade seja sombria e pesada e que tenha fugido da grande mídia, ele acabou se mostrando uma verdadeira porcaria em forma de arranjos que não conseguem nem um pouco te fazer sentir uma emoção boa. Tendo um repertório que, logicamente, é recheado de canções que parecem que não passam de faixas demo, a única música que eu posso dizer que é boa e que tem uma certa qualidade é Psycho, que tem feat do Eminem. Agora o resto tudo não passa de um bando de lixo, as que mais vale destacar são Stretch, o hit Baby By Me, que nem sei como isso bombou, e Flight 187, que novamente é uma penúltima faixa de um disco dele que termina com essa numeração. No fim, é um disco pavoroso e totalmente maçante que, logo depois, futuramente marcou o fim de uma parceria com duas gravadoras.
Animal Ambition: An Untamed Desire to Win – 50 Cent
NOTA: 3/10
Cinco anos se passaram e, após algumas mixtapes lançadas junto com a G-Unit, chega o 5º álbum do 50 Cent. Tentando não repetir o mesmo nível baixo do seu trabalho anterior, o rapper deixou a Shady Records, Aftermath Entertainment e Interscope Records, após 12 anos, e posteriormente assinou ele mesmo e a G-Unit Records com a Caroline, uma distribuidora independente do Capitol Music Group. Além disso, ele sabia que agora, estando em uma gravadora independente, poderia reafirmar sua relevância na indústria musical. Por mais que houvesse uma produção bastante variável, outra vez eles tentaram misturar elementos mais antigos do Hip-Hop com batidas modernas e flows mais suaves, só que, né, por mais que a proposta tenha sido boa, os mesmos erros do seu último disco acabam reaparecendo. Mas dessa vez, o repertório foi outro problema. Além de ele ter ficado bagunçado, trouxe mais uma coleção de músicas tediosas que não hipnotizam nem mesmo o leão que tá nessa capa. Podemos citar vários exemplos de faixas mal-arranjadas como Pilot, Smoke, Hustler e Chase the Paper; as únicas exceções são a faixa-título e Irregular Heartbeat, que lembram bastante os temas contidos no primeiro álbum. Depois disso, se passaram 10 anos e nenhum álbum novo foi lançado. 50 (Fifty) até planejou lançar em muitas oportunidades o Street King Immortal, só que só em 2021 acabou sendo cancelado. Mas enfim, esse último álbum até que melhorou em alguns pontos, mas não deixa de ser ruim.
Get Some – Snot
NOTA: 9/10
Agora falando de uma das melhores estreias do gênero Nu Metal, que é o álbum de estreia e único da banda californiana Snot. Formada em 1995 pelo vocalista Lynn Strait e pelo guitarrista Mike Doling, que logo depois chegaram Sonny Mayo, John Fahnestock e Jamie Miller pra fechar com a formação, e que em um ano eles já obtiveram uma popularidade no underground, assinando com a Geffen Records, sim, aquela mesma que lançou o Nevermind do Nirvana. Eles trabalharam com o produtor T-Ray, que tinha produzido um dos álbuns recentes do Cypress Hill. A sonoridade é totalmente pesada, energética e crua. Além disso, as influências não são apenas de Nu Metal, mas também de Hardcore Punk e Funk Metal, principalmente por conta das linhas de baixo do Fahnestock e, é claro, da linha vocal arrasadora do Strait, que em determinados momentos se assemelha ao Fred Durst do Limp Bizkit. E falando no repertório, ele é maravilhoso e com uma ordem certinha. O começo já é espetacular com a faixa do nome da banda, Stoopid, Joy Ride e The Box. Além delas, tem outras maravilhosas como a melódica I Jus’ Lie, Tecato e My Balls, que acho que só o título explica a putaria que sai na letra. Mas, apesar de um pequeno sucesso desse lançamento e uma participação no Ozzfest no final de 1998, o Lynn Strait e o seu cachorro Dobbs, que é o que está na capa desse disco, acabaram morrendo em um acidente de carro. Apesar disso, esse álbum é uma verdadeira maravilha, por mais que não seja reconhecido por todos.
Bom é isso, então flw!!!