Vs. – Pearl Jam
NOTA: 9,9/10
Depois do estrondoso sucesso do Pearl Jam com seu álbum de estreia, o Ten, dois anos depois eles retornam com seu segundo álbum, o Vs. (a pronúncia é "versus", tá). Antes do seu lançamento, a banda tinha recém-mudado de baterista, já que Dave Krusen, que gravou o primeiro álbum, acabou saindo da banda. No lugar dele, entrou o Dave Abbruzzse e outro fato é que a banda sofreu bastante pressão para que esse disco superasse as expectativas, algo que aconteceu com a maioria das bandas de Grunge, principalmente o Nirvana, Alice In Chains, Soundgarden e o Stone Temple Pilots. A produção dessa vez ficou por conta do Brendan O’Brien (sim, ele de novo aqui), e ele trouxe uma sonoridade para esse disco muito mais crua e pesada, saindo daquele lado mais detalhista apresentado na sua estreia, e isso funcionou muito bem. Além disso, o repertório é maravilhoso e começa de uma forma bem pesada com as faixas Go, Animal, além de outras que vêm mais à frente, como Rearviewmirror e Rats. Logo surgem canções mais melódicas como Dissident, Daughter, que tem uma letra bem tensa que aborda abuso infantil, e também Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, que, apesar do seu título gigantesco, é uma canção lindíssima. Tudo isso conseguiu calar a boca do Kurt Cobain, que dizia que o Pearl Jam era apenas um bando de oportunistas. Enfim, esse disco acabou sendo uma ótima continuação para a banda, mostrando ser um trabalho tão brilhante quanto o Ten.
Vitalogy – Pearl Jam
NOTA: 9,4/10
No Code – Pearl Jam
NOTA: 8,5/10
Após um certo período, chega o No Code, que mostrou um momento em que a banda se afastou de tudo que já tinha feito antes e saindo dos holofotes. Depois de todo aquele conflito durante a turnê conflituosa da época do Vitalogy, que envolveu um processo contra a Ticketmaster, além de algumas tretas dentro do estúdio que quase fizeram Mike McCready sair da banda, só quem acabou saindo, ou melhor, sendo demitido, foi o baterista Dave Abbruzzese. Quem entrou em seu lugar foi Jack Irons, que chegou na época em que o álbum anterior estava sendo terminado. Enfim, a produção continuou com a mesma pessoa por trás, mas desta vez houve bastante colaboração de cada membro da banda na sonoridade, que mostrou um som sem qualquer elemento do Grunge e trouxe influências de Garage Rock e Art Rock. Muitos já falavam que esse gênero tinha sido experimentado no 3º álbum, só que aqui é muito mais explícito e abordado. O repertório traz faixas com toque de baladas e com letras mais maduras, refletidas nas canções Off He Goes, Who You Are, Smile, além de outras canções energéticas como Hail, Hail, Mankind (que lembra muito Foo Fighters) e Present Tense, que começa de um jeito melódico e depois fica mais animado, sendo assim um repertório com várias faixas que nem são muito lembradas. No fim, é um trabalho bem mais sombrio e abaixo comparado com seus anteriores, mas que não deixa de ser legal.
Yield – Pearl Jam
NOTA: 9,7/10
Binaural – Pearl Jam
NOTA: 6,7/10
Mais uma vez, após um período de dois anos de espera, chega o Binaural, que foi um dos discos mais conturbados da banda. Basicamente, isso ocorreu devido a várias coisas. Primeiro, o Pearl Jam novamente trocou de baterista, já que Jack Irons saiu por não querer mais fazer turnês extensas, e no seu lugar entrou o ex-baterista do Soundgarden, Matt Cameron (lembrando que o Soundgarden tinha recém-acabado). Outra mudança foi que a banda ainda estava explorando novas direções musicais. Dessa vez, Brendan O’Brien não ficou por trás da produção; ele acabou mixando esse disco. Quem foi o produtor da vez foi Tchad Blake, que fez com que a banda novamente fosse para uma sonoridade mais experimental, utilizando técnicas de gravação binaural, que utilizam microfones posicionados de forma a imitar a audição humana para criar um efeito tridimensional no som. Isso cria uma vibe de um trabalho voltado mais para a neopsicodelia e com elementos de Post-punk. O repertório começa de um jeito até legal com as seis primeiras faixas, como Breakerfall, Light Years e Thin Air, só que logo depois vêm canções fraquíssimas que não empolgam nem um bicho-preguiça, como Of The Girl, Sleight of Hand e Parting Ways. E olha que as únicas músicas que prestam no final desse disco são Rival e Soon Forget. Esse álbum, por mais que tenha um começo bom, o restante dele decepciona muito, sendo assim um trabalho muito irregular.
Lost Dogs – Pearl Jam
NOTA: 7/10
Por mais que seja uma compilação em forma de disco duplo, ela contém várias raridades, alguns singles já lançados e lados B. Esse material inteiro é uma junção de coisas que vem lá desde o surgimento da banda em 1991 até 2003, sendo totais sobras de estúdio que, por várias razões, não entraram nos discos finais no período em que foram gravadas. Bem como a produção é totalmente diversificada, desde Rick Parashar, que produziu o Ten, a Brendan O’Brien, Tchad Blake e Adam Kasper, e até alguns outros que estiveram por trás das mixagens dos últimos trabalhos. Logicamente, todo material que não tinha sido lançado, exceto os singles, era tudo demos, e aí eles tiveram apenas que remasterizar e melhorar a qualidade sonora das faixas. O repertório, por mais que seja meio bagunçado nos dois discos, tem muitas canções legais como Down, Hard To Imagine e Let Me Sleep (It’s Christmas Time), que sim, é uma canção de Natal e bem melancólica. Além disso, tem outras canções espetaculares que também estão aqui, como Alone, Yellow Ledbetter, que é um lado B do hit Jeremy, e a maravilhosa Last Kiss, que, para quem não sabe, é um cover de Wayne Cochran. Mas, apesar disso, tem outras faixas que era melhor nem terem sido gravadas, como Dead Man, Hold On e Black, Red, Yellow, que tem um título que parece música infantil. No fim, esse compilado de raridades é bastante interessante e vale a pena escutar todo esse material.
Riot Act – Pearl Jam
NOTA: 9,3/10
Depois de um trabalho muito abaixo, chega o Riot Act, lançado em uma época muito conturbada que o Pearl Jam estava passando. A banda havia passado por um período de um ano de pausa logo após a tragédia do festival de Roskilde em 2000, onde nove fãs morreram pisoteados durante a apresentação, e isso acabou impactando muito a banda. Quando eles foram gravar esse disco, tinham recém acontecido os ataques de 11 de setembro, e isso resultou em letras mais politizadas e reflexivas. Dessa vez, a produção ficou a cargo de Adam Kasper, que junto com a banda incorporou uma sonoridade de Art Rock, Folk e, logicamente, trouxe um som mais alternativo e experimental. Dessa vez, Eddie Vedder e companhia ficaram satisfeitos, diferente da produção de Tchad Blake no Binaural. Novamente, o repertório está recheado de canções legais e com uma ótima ordenação, tendo várias canções maravilhosas como as três primeiras faixas Can’t Keep, Save You e Love Boat Captain, todas muito pesadas e que já te hipnotizam, além dos maravilhosos hits I Am Mine e Thumbing My Way, que são ótimas baladas. Sem contar que há uma faixa muito boa, que é You Are, muito subestimada por sinal em que o Matt Cameron toca uma guitarra rítmica, largando a bateria dessa vez. Enfim, esse álbum é muito bom, sendo bastante reflexivo e um verdadeiro avanço após um último trabalho mediano.
Pearl Jam – Pearl Jam
NOTA: 9,3/10
Após uma longa pausa de quatro anos, chega o seu álbum autointitulado, que é bastante conhecido como o disco do Abacate, mas no meu caso eu o chamo de ‘‘Abacatezera’’, tô nem aí que é estranho. Enfim, o Abacatezera chegou após o Pearl Jam ter saído da Epic e ter assinado com a J Records, que foi uma decisão bem pensada, pois a banda queria revitalizar seu som e voltar às suas raízes, agora estando numa nova gravadora que poderia trazer um público mais amplo. Novamente, Adam Kasper produziu mais um trabalho da banda de Seattle, e mais uma vez foi gravado no Estúdio X, com a intenção de capturar uma energia crua e mais direta. Tanto que esse disco é conhecido como o álbum Hard Rock do Pearl Jam. Mas não foi só esse gênero que foi a novidade desse trabalho também houve certos flertes, depois de muito tempo, com o gênero que os consolidou: o Grunge. Outra vez, o repertório é muito bom e aqui mostra uma ordenação muito certeira, cheio de canções ainda mais maravilhosas como Life Wasted, World Wide Suicide, Comatose, Unemployable e Inside Job, que têm temas muito reflexivos, cheios de críticas sociais e à futilidade da sociedade mundial. Além disso, tem baladas lindíssimas como Parachutes, Come Back e Inside Job (inclusive, desde o Yield, a última faixa desses discos sempre tem uma faixa oculta contida, e todas elas foram muito legais). Enfim, esse disco é excelente, só que ele é criminosamente subestimado.
Backspacer – Pearl Jam
NOTA: 8,8/10
Indo agora para o Backspacer, depois de terem tido um ótimo trabalho no ‘‘Abacatezera’’, a banda percebeu que tinha seguido um ótimo caminho. Nesse contexto, o Pearl Jam queria novamente capturar a energia de suas performances ao vivo e explorar uma abordagem mais otimista, em contraste com os tons mais sombrios dos trabalhos anteriores. Novamente, eles voltaram a trabalhar com Brendan O’Brien, que já havia trabalhado com a banda em vários álbuns anteriores, exceto nos três últimos discos: em dois deles, ele apenas mixou, e no último, ele não participou. E novamente, ele capturou muito bem a essência da banda, e a sonoridade focou mais uma vez em um som alternativo com um pouco de Hard Rock, mantendo um som limpo e polido, mas preservando a intensidade característica do Pearl Jam. O repertório, mais uma vez, é muito interessante, contendo 11 faixas bem legais, como Gonna See My Friend e Get Some, que abrem o disco de uma forma bem energética. Depois, vêm algumas baladas lindíssimas como Speed Of Sound, The End e, logicamente, o hit Just Breathe, que tem um lado mais puxado para o Folk, tanto que um tempo depois teve um cover de um ‘‘tal’’ de Willie Nelson. Outra faixa que vale destacar é The Fixer, que passa uma ótima mensagem de você conseguir enfrentar seus próprios desafios. E só um adendo: este foi o primeiro álbum sem uma faixa oculta depois de muito tempo. Em suma, é um disco muito bom e teve um ótimo retorno àquele som mais característico da banda.
Lightning Bolt – Pearl Jam
NOTA: 9/10
Mais alguns anos se passaram e foi lançado o décimo álbum do Pearl Jam, que, vamos concordar, tem uma capa que mais parece um logo de uma rádio de Nova Iorque. Mas, focando no álbum, depois de uma pequena pausa da banda inteira para descansar após mais um longo período de turnê, nesse meio tempo, alguns integrantes gravaram seus discos solos, principalmente Eddie Vedder, que já tinha lançado o seu segundo disco solo, Ukulele Songs. E após isso, a banda retornou ao estúdio para gravar esse trabalho junto com o mesmo produtor de sempre e, dessa vez, eles capturaram um som mais pesado e incorporaram aquele conceito experimental do Backspacer, mostrando arranjos um pouco mais técnicos e, novamente, houve bastante colaboração de todos os membros da banda. O repertório desse trabalho não decepciona, com muitas músicas que chegam a lembrar o brilhantismo dos três primeiros álbuns, tendo várias canções legais e energéticas como Getaway, a faixa-título e Swallowed Whole, além das interessantíssimas baladas Future Days, que encerra muito bem esse disco, e o hit Sirens, que tem um arranjo perfeito. Além disso, há uma canção chamada Sleeping By Myself, que é uma regravação de uma das canções lançadas por Vedder em sua carreira solo, que ficou ainda mais complexa. Enfim, esse disco é um dos mais legais da banda e um dos trabalhos que mais se assemelha ao trio Ten, Vs. e Vitalogy.
Por hoje é só, então flw!!!