sábado, 7 de setembro de 2024

Analisando Discografias - Snot e KoЯn (RA: XXIV)

             

Strait Up – Snot





















NOTA: 7,1/10


Dois anos após a morte do Lynn Strait e o fim da banda, acabou surgindo o "segundo álbum" do Snot. Após a tragédia com o vocalista e seu doguinho, o Dobbs, que podemos dizer que era o mascote da banda, acabou interrompendo a ascensão de uma banda muito promissora. Em homenagem a Strait, os membros remanescentes da banda decidiram criar uma homenagem, chamando vários vocalistas amigos e admiradores de Strait para participar do projeto. Dessa vez, os próprios integrantes produziram esse álbum e acabaram lançando pelo selo da gravadora independente Immortal, mantendo, é claro, aquele lado cru e pesado da banda, mas com um conceito bastante interessante pelos estilos trazidos pelos diferentes vocalistas. Só que você percebe que o som não está lá muito legal e a mixagem é bastante abafada. O repertório até que é consistente, tendo várias faixas boas como Catch a Spirit com Max Cavalera, Requiem com Corey Taylor, Starlit Eyes com Serj Tankian e Forever com Fred Durst. Além disso, tem a última música gravada da banda com Lynn Strait em vida, a ótima Absent. Mas, assim, tem sim umas canções chatas que não funcionaram, e teve até uma faixa chamada Ozzy Speaks que eu nem preciso dizer quem está por trás dela. Enfim, apesar de ser um trabalho que mais se parece com o de um supergrupo dessas bandas de Nu Metal e não sendo um novo disco inédito do Snot, é um disco legal e que dá para curtir.

Life Is Peachy – KoЯn 





















NOTA: 9,1/10


Dois anos após lançarem uma pedrada como álbum de estreia, logo chegou o Life Is Peachy, que traz uma pegada ainda mais fiel. Após todo o sucesso que o disco de estreia do Korn alcançou, ajudando a definir o som do Nu Metal, a banda rapidamente começou a atrair a atenção da mídia. Afinal, aquele som agressivo com mistura de Rap e Metal, combinado com letras reclusas e sombrias, diferenciou a banda de várias outras. Mais uma vez, eles foram produzidos pelo padrinho do gênero, Ross Robinson, que fez mais um trabalho muito bom, mantendo aquela sonoridade crua e pesada e que demonstrou em muitos arranjos improvisados e menos polidos que fugiam daquele lado comercial. Isso se contribui com os temas abordados nesse disco, como drogas, sexo, traição, vingança e descontentamento com a sociedade. O repertório ficou muito bem pensado, até porque ele começa de forma maluca com Twist, por conta da linha vocal do Jonathan Davis, e depois dessa faixa só vem pedrada como Chi, Lost e Mr. Rogers com ótimos riffs do Munky e Head. Além disso, tem dois covers: Lowrider do War e Wicked do Ice Cube, que nesse cover teve a participação do Chino Moreno do Deftones. E não dá pra esquecer da canção A.D.I.D.A.S., que por mais que o título lembre a marca esportiva, isso não passa de uma sigla para o refrão "All Day I Dream About Sex" e que já mostra o quão paulera ela é. No final de tudo, por mais que não tenha sido inovador como na sua estreia, é um disco incrível.

Follow The Leader – KoЯn 





















NOTA: 9,5/10


Indo agora para o 3º álbum do Korn, o Follow the Leader, foi realmente aqui que a banda acabou ganhando reconhecimento. Após lançarem dois ótimos trabalhos que, mesmo assim, ainda não tinham atingido a grande mídia, foi apenas nesse álbum que as coisas mudaram. Eles sabiam que a banda precisava mudar um pouco, até porque potencial para atingir o topo eles tinham. A produção dessa vez ficou por conta de Steve Thompson e Toby Wright, bastante conhecidos por terem mixado álbuns de outras bandas famosas. Assim, por mais que Ross Robinson tenha elevado a banda e feito excelentes trabalhos, o Korn acabou preferindo tentar algo com alguém diferente. Como é de se notar, a sonoridade, além de estar mais polida, ainda mantém as mesmas características de sempre, por mais que o som tenha ficado mais acessível, o que não é nem um pouco comum. Até porque existe aquele negocio de quando uma banda vai para uma sonoridade mais mainstream, suas características mais raízes acabam sendo assassinadas. Novamente, o repertório é ainda mais arrasador e com várias canções pesadas como as do início, como It’s On, Dead Bodies Everywhere, e logicamente os hits Freak On a Leash e Got the Life. Sem contar que há faixas com algumas participações, como Ice Cube em Children of the Korn, Fred Durst em All In the Family, e Slimkid 3 em Cameltosis todas ótimas feats. Enfim, esse disco é muito bom e consegue ser muito brilhante.

Issues – KoЯn





















NOTA: 9,5/10


Em um intervalo de apenas um ano, eles retornam com mais um novo disco, que consegue ser tão excelente quanto o seu anterior. Após todo o barulho que o Follow the Leader trouxe acabou vindo a fama, o que gerou uma pressão sobre a banda além dos conflitos pessoais. O álbum foi uma resposta direta às pressões vindas da mídia e aos problemas pessoais enfrentados pelos membros, especialmente Jonathan Davis. Dessa vez, o produtor foi Brendan O'Brien (sim, ele de novo aqui), que trouxe uma nova dimensão ao som da banda, focando mais na clareza e saindo daquele lado muitas vezes confuso e tendo arranjos que mostrassem aquele lado agressivo de sempre, e com riffs que fugiam daquele lado funkeado presente nos 3 últimos discos. Outra vez, o repertório ficou impecável e recheado de canções muito boas, apesar de ter muitos interlúdios. Vale destacar canções como a hipnotizante Trash e o hit Falling Away From Me, além de Make Me Bad, No Way e a "continuação" da última faixa do primeiro álbum, Hey Daddy. E lembrando que, em todos os discos do Korn até aquele momento, havia uma faixa oculta na última música, e todas elas foram muito boas. Uma curiosidade: a capa desse álbum foi escolhida por meio de um concurso feito pela MTV, que contou com quatro capas diferentes, e a vencedora que é essa aí foi enviada em uma caixa de pizza, olha que interessante. Mas o fato é que esse disco, além de ser pesado, consegue ser tão brilhante como na estreia da banda.

Untouchables – KoЯn






















NOTA: 9,2/10


Logo após um intervalo entre turnês e problemas pessoais entre os membros, chega mais um disco o Untouchables. Em 2002, o Nu Metal ainda estava em sua ascensão e a banda estava no auge. Como o último álbum havia sido ótimo, a pressão já era grande e a tensão entre os membros da banda cresceu. Em um esforço para diminuir suas tensões e distrações, eles continuaram pensando em como seriam os temas abordados, na esperança de que o novo cenário os inspirasse a escrever canções interessantes. A produção desse disco teve um custo altíssimo. Com um orçamento estimado em cerca de 3 milhões de dólares, foi um dos álbuns mais caros da época, perdendo apenas para o último álbum em vida do Rei do Pop. Eles gravaram esse álbum inteiro em 2001, sob a produção de Michael Beinhorn, embora o Korn quase tenha produzido o álbum por conta própria. Eles tentaram experimentar novos sons e técnicas, buscando criar um disco que fosse ainda melhor que seus últimos lançamentos. Novamente, o repertório começa de uma forma explosiva com o hit Here to Stay, seguido por Make Believe e Blame. Depois disso, vêm outras faixas incríveis como Bottled Up Inside e Thoughtless, que têm letras bastante delicadas, principalmente esta última, que fala sobre bullying. Além disso, há a raivosa Wake Up Hate e Alone I Break, que segue um lado mais alternativo. Em suma, é um disco muito bom, que teve uma produção excelente, mas que não atingiu o ápice que eles esperavam.

Take A Look In The Mirror – KoЯn 





















NOTA: 4,6/10


Após um ano, chega mais um álbum novo do Korn, que mostra uma temática ainda mais sombria, mas que não deu muito certo. Após o último trabalho ter sido diferente em sua abordagem, muitas pessoas até questionaram o porquê dessa mudança. A banda tentou voltar para aquele som mais agressivo e que fugisse um pouco da tendência da grande mídia. Esse disco marcou ser o primeiro que a banda produziu, embora a mente por trás da produção tenha sido o próprio Jonathan Davis. Isso resultou em uma sonoridade menos polida e muito mais pesada. Porém, o problema era que, por mais que a proposta tenha sido boa, eles cometeram erros demais, principalmente na mixagem feita pelo Frank Filipetti. Além disso, o repertório é outro aspecto onde eles erraram. A ordenação das faixas está errada. Digo isso porque, ao invés de colocarem Y’all Want a Single depois das ótimas faixas iniciais Right Now e Break Some Off, eles colocaram essa faixa no final do álbum (que por sinal, a letra dessa canção é uma crítica explícita à indústria musical). Outra canção que vale destacar é Play Me, que tem a participação do Nas. Agora, as outras músicas são todas genéricas, como Alive, Did My Time e When Will This End, que nem a faixa oculta contida, que é um cover muito bom de One que eles fizeram no MTV Icon do Metallica, consegue salvar. No final, esse disco é muito ruim e praticamente tentou se inspirar de forma fracassada nos primeiros álbuns.

See You On the Other Side – KoЯn 





















NOTA: 8,7/10


Depois de um álbum completamente ridículo, a banda volta dois anos depois com um disco cheio de questionamentos e incertezas. Logo após aquele último álbum, o Korn acabou se tornando um quarteto após a saída do guitarrista Brian Welch, o Head, no início de 2005. Isso aconteceu porque, após ele ter tido vários problemas com o vício das drogas, ele acabou se convertendo ao cristianismo. E não foi só isso: esse foi o primeiro trabalho após a banda ter encerrado seu contrato com a Sony Music e assinado com a Virgin Records. E agora, com uma gravadora nova, eles teriam que experimentar algo novo. Apesar de, mais uma vez, Jonathan Davis estar por trás da produção, ele teve a colaboração de uma dupla de produtores: The Matrix e Atticus Ross. A sonoridade desse álbum foge totalmente do Nu Metal e vai para um lado de um Metal mais alternativo e industrial. Essa mudança veio mais porque a onda Nu Metal já tinha chegado ao seu fim. Falando sobre o repertório, dessa vez eles não repetiram o erro do álbum anterior; fizeram uma boa ordenação, com cada faixa maravilhosa, como os hits Twisted Transistor e Coming Undone, além de outras canções com temas mais intensos, como Politics, Souvenir, Open Up e Tearjerker, que foi a primeira última faixa de um disco do Korn que não possuía uma faixa oculta. Mas, após esse trabalho, o baterista David Silveria acabou saindo da banda, e eles ficaram sem baterista. Enfim, esse álbum é um dos mais legais da banda, porém, é bastante subestimado pelos fãs.

Untitled – KoЯn 





















NOTA: 8/10


Pouco tempo depois, chega o Untitled, que, como o próprio nome já diz, é o álbum sem título da banda, também apelidado de Korn II (igual no caso do Led Zeppelin IV). O contexto foi que, mesmo que a banda tivesse feito um último trabalho belíssimo, ficaram sequelados com a demissão do baterista David Silveira em 2006 e, agora sem ele, viraram meio que um trio, embora oficialmente tenham entrado em um hiato. Mas logo eles voltaram e decidiram fazer um trabalho mais experimental que todos os outros. A produção ficou totalmente por conta de Atticus Ross, apesar de que no início o The Matrix estava presente nas gravações. No entanto, a banda ficou insatisfeita com seu trabalho, então ele saiu, e tiveram que regravar todas as faixas produzidas por ele. O que se percebe é que a sonoridade, além de ser experimental, tem uma variedade de elementos eletrônicos, sintetizadores e aquele lado industrial apresentado no último álbum. As faixas presentes nesse repertório são todas muito boas e com ótimos arranjos, como Evolution, Hold On, Killing e Do What They Say, além de canções melódicas muito interessantes como Hushabye e Kiss. Outra coisa é que, nessa época, eles se apresentaram no MTV Unplugged, que acabou acompanhando o lançamento desse disco. Mas, enfim, esse trabalho, apesar de ser muito interessante, acabou se tornando um dos mais desprezados pelos fãs que estavam com saudades da era raiz do Korn.

KoЯn III: Remember Who You Are – KoЯn  






















NOTA: 2,1/10


Após Untitled, logo chega sua "sequência", o Korn III: Remember Who You Are, que já mostra ser um trabalho no mínimo conflituoso. Depois do seu último álbum, totalmente questionável e injustiçado pelos fãs, o Korn decidiu retornar às suas raízes no Nu Metal (por mais que a onda já tivesse morrido). E não foi só isso: após terem revisado dois bateristas diferentes no último álbum, além de Jonathan Davis ter tocado também em algumas faixas, eles encontram, enfim, um baterista novo, Ray Luzier. Então, após isso, era partir para o estúdio, gravar, e novamente eles foram trabalhar com Ross Robinson, que tinha produzido os dois primeiros álbuns da banda e que tentou trazer aquela abordagem crua, evitando o uso excessivo de efeitos. Mas, por mais que tudo parecesse ser lindo e maravilhoso, fez com que tudo ao redor fosse um verdadeiro desastre, demonstrado em arranjos sem qualquer brilho e muito menos algo que se possa dizer que eles acertaram em cheio na produção. Agora, o repertório foi mais uma confusão, e assim todas as faixas desse disco parecem ser a mesma coisa, com a mesma abordagem. A única que dá para dizer que ficou legal foi Pop a Pill. Agora, o resto, eu não sei onde eles tentaram encontrar algum conceito em suas letras. Isso vale para as pavorosas Lead the Parade, Let the Guilt Go e Are You Ready to Live?. Pois é, por mais que tenha sido uma tentativa de voltar às suas raízes, mostrou ser um álbum muito forçado e que não encanta nem um pouco.

The Path of Totality – KoЯn 






















NOTA: 1,5/10


Um ano se passou, e chega o 10º álbum do Korn, o ainda mais pavoroso e ridículo The Path of Totality. Em um curto período entre um lançamento e outro, a banda estava interessada em novamente juntar seu som característico do Nu Metal com elementos da música eletrônica. Você pode perguntar: "Isso não é comum para esse gênero?" Até que sim, mas se não fosse especificamente o Dubstep, que estava em ascensão na época. E antes que você pergunte, não foi só Jonathan Davis que esteve por trás dessa decisão, mas sim a banda INTEIRA. Como a abordagem seria exatamente diferente, não havia por que Ross Robinson participar desse projeto, e então eles trabalharam com produtores de dubstep como Skrillex, Kill The Noise, Noisia, entre outros, que integraram elementos pesados e agressivos de sua música com as batidas eletrônicas, criando uma combinação de guitarras pesadas e linhas de baixo pulsantes, gerando uma vibe totalmente irritante e que ficou muito mais forçada do que os conceitos do álbum anterior. Falando sobre as canções contidas nesse repertório, nem tem muito que dizer, por mais que algumas faixas como Narcissistic Cannibal e Get Up! devam ter tocado bastante nas baladinhas eletrônicas por aí. Junto com outras como Let’s Go, My Wall e até mesmo uma com nome de Illuminati, todas mostram uma repetição terrível entre batida, refrão e um pequeno riff que nem parece que existe. Certamente, este é simplesmente um dos piores trabalhos do Korn, e é muito lamentável.

 

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