The Paradigm Shifty – KoЯn
NOTA: 5/10
Após mais um trabalho terrível e totalmente esquecível em 2013, eles lançam mais um novo disco com a premissa de que agora as coisas mudaram. Após quase 10 anos, o Head, membro fundador do Korn que havia deixado a banda após se converter, acabou retornando. Isso aconteceu após o festival Carolina Rebellion em Rockingham, onde o Head estava originalmente como convidado especial para a apresentação da banda de Rock Cristão Red. Mais tarde naquela noite, o Korn estava se apresentando no palco principal e Jonathan Davis o chamou para participar e encerrar o show, olha para vocês verem que coisa doida. Bom, mas após isso, estava na hora de ir para o estúdio novamente e se redimir após a porcaria do The Path of Totality. Junto com o produtor Don Gilmore, trouxeram um som mais moderno e com grande agressividade, porém, parece que na hora em que foram mixar, não perceberam que o som ficou abafado em muitos momentos. O início desse repertório até que começa a te animar bastante com Prey for Me, Love & Meth, What We Do e Spike in My Veins, mas logo vêm canções que até tinham potencial, mas acabam se mostrando irregulares como Never Never, Punishment Time e Lullaby for a Sadist. Parece que o polimento não ajudou muito. Enfim, por mais que o começo seja animador, ainda faltou mais alguma coisa para que eles voltassem a ter a consistência de antes, sendo assim, mais ou menos.
The Senerity of Suffering – KoЯn
NOTA: 8,4/10
The Nothing – KoЯn
NOTA: 8,7/10
Mais uma pausa e chega The Nothing, que veio em uma época totalmente delicada e triste. Tudo isso porque Jonathan Davis teve que enfrentar a morte de sua esposa, Deven Davis, em 2018, o que influenciou as letras do álbum, resultando em uma obra intensamente sombria e introspectiva. Deven faleceu por conta de uma overdose e sua saúde mental estava afetada devido ao fim do casamento dois anos antes, o que mexeu muito com sua cabeça. Sem contar que, em vários momentos durante as gravações desse disco, nosso querido JD estava se sentindo bastante culpado por tudo que aconteceu. E falando nisso, eles não mudaram de produtor e não fugiram da sonoridade padrão da banda, mostrando o lado emocional bastante reconhecível do álbum de estreia e do Issues, criando um lado que refletisse o luto e a dor de Jonathan Davis, resultando em um álbum que é emocionalmente devastador. Além, é claro, de que os vocais são totalmente vulneráveis e que dá para ver uma conexão com os excelentes riffs de baixo apresentados pelo Fieldy. Todas as faixas desse disco, além de pesadas, mostram sua consistência emocional em sua abordagem, como nas espetaculares Cold e The Darkness is Revealing, além das melódicas Can You Hear Me, This Loss e Idiosyncrasy. E só um adendo: esse álbum apresenta vários interlúdios que completam bestante. Enfim, esse disco mostra mais um avanço da banda e é um trabalho ótimo, não só por conta de todo o contexto doloroso envolvido.
Requiem – KoЯn
NOTA: 9/10
The Piper at the Gates of Dawn – Pink Floyd
NOTA: 9/10
Há muito tempo atrás, surgiu uma nova banda em Londres, que chegou de uma forma semi-glamurosa. Lançado em 1967, o Pink Floyd, que antes teve outros nomes, foi fundado por três estudantes de arquitetura da Universidade de Westminster: Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright, e pelo estudante de arte Syd Barrett. Na época, eles só tinham feito algumas turnês, mas atraíram a atenção da EMI, que acabou assinando com eles naquele início de ano. Isso foi significativo para uma banda que fazia músicas para usuários de LSD (sim, o ácido), tanto que isso acabou rendendo um certo problema futuramente. O álbum foi gravado nos estúdios Abbey Road, sob a produção de Norman Smith, que havia trabalhado com os Beatles até o Rubber Soul, onde ele trabalhou como engenheiro de som e na mixagem. As sessões de gravação ocorreram entre fevereiro e maio de 1967, um período em que a banda estava explorando novos sons e técnicas. Nesse começo, a sonoridade não era nem um pouco progressiva, mas sim mais psicodélica e muito experimental. E falando em Beatles, eles gravaram esse álbum na mesma época do Sgt. Pepper's. O repertório era muito interessante e cheio de experimentalismo, tudo isso composto por Barrett. Vale bastante destacar canções como Astronomy Domine, Flaming e Bike, além das faixas instrumentais como Interstellar Overdrive e Pow R. Toc H. Sendo assim, um excelente disco de estreia, que já mostrou ser um ótimo começo para a banda londrina.
A Sacerful of Secrets – Pink Floyd
NOTA: 9/10
Em apenas um ano, chega o 2º trabalho do Pink Floyd, em uma época que teve uma mudança intensa na banda. Digo isso porque é o último disco a contar com contribuições de Syd Barrett e o primeiro a apresentar David Gilmour como membro da banda. Durante as gravações, Barrett estava enfrentando sérios problemas de saúde mental, que o impediam de participar das sessões. Com a saída de Barrett, Gilmour foi integrado para preencher o vazio deixado por ele. Essa mudança de formação influenciou bastante, tanto que a banda começou a se afastar do que fizeram em The Piper at the Gates of Dawn. As gravações ocorreram entre agosto de 1967 e abril de 1968, com a mesma produção, e o processo de gravação foi desafiador devido às condições mentais de Barrett e à necessidade de integrar Gilmour rapidamente. Isso resultou em uma mistura de estilos e várias técnicas novas, mostrando um lado que continuava sendo experimental. A quantidade de faixas desse repertório foi mais curta, saindo de 11 para 7, e todas são ótimas, indo do hipnotizante começo com Let There Be More Light e Remember a Day, à intensidade contida em Set the Controls for the Heart of the Sun, que é uma maravilhosa peça instrumental de 11 minutos, e à melancolia contida em Jugband Blues, que é a única contribuição de Barrett nesse álbum. No fim, esse disco é ainda mais experimental, porém ficou na sombra da estreia da banda, mas vale muito a pena ouvir.
More – Pink Floyd
NOTA: 8,6/10
Pouco tempo depois, chega o More, que acabou não sendo só um álbum de estúdio, mas também a trilha sonora de um filme com o mesmo nome. Este álbum marca o início de uma série de trilhas sonoras que a banda viria a compor. Após a saída de Syd Barrett e a integração de David Gilmour, a banda estava explorando novas direções musicais e artísticas, com várias experimentações e tentando se renovar ainda mais nessa transição. A produção ficou por conta da própria banda e teve supervisão do engenheiro de som Brian Humphries. Diferentemente dos álbuns anteriores, esse disco foi gravado em um curto espaço de tempo para atender às necessidades do filme, sendo finalizado em apenas um mês daquele início de 1969. Sendo assim, um trabalho mais direto e sem algumas formalidades em seu som. As faixas desse repertório são uma combinação de músicas instrumentais e canções com letras, refletindo a necessidade de criar uma trilha sonora que complementasse diversas cenas do filme. As faixas instrumentais que mais se destacam são Up the Khyber, More Blues e A Spanish Piece. Além disso, das poucas canções com letras, todas são ótimas, mas as que realmente demonstram todo o experimentalismo são The Nile Song, que é uma espécie de Hard Rock, e Cymbaline, cuja combinação das letras com os arranjos chega a ser alucinante. Apesar de ser um álbum que não tenha muita coesão, ele é muito interessante em toda sua concepção.
Ummagumma – Pink Floyd
NOTA: 6,9/10
Ainda naquele mesmo ano de 1969, chega o primeiro disco duplo do Pink Floyd, antes mesmo de um outro que viria mais tarde. Mas focando esse lançamento ocorreu em um período de intensa experimentação para a banda logo após aquela trilha sonora que eles fizeram, e é uma clara demonstração da transição da banda para um projeto que seria ainda mais ambicioso, olhando mais para fora da Inglaterra. O álbum é dividido em uma parte ao vivo e outra com material inédito, com cada membro contribuindo individualmente para as composições. As gravações ao vivo foram feitas durante concertos em Birmingham e Manchester, tudo naquele ano, e isso foi possível graças ao engenheiro de som Peter Watts. As sessões de estúdio ocorreram nos estúdios da EMI. Cada membro da banda tinha liberdade total para criar sua própria música, resultando em um conjunto variado de faixas que refletem suas diferentes influências e estilos. Foi realmente aqui, nesse disco, que eles foram para o lado progressivo. E assim, tirando o Disco 1, que contém 3 faixas dos primeiros álbuns, além do lado B do single Point Me at the Sky que tem o nome de Careful with That Axe, Eugene, o Disco 2, que já é inédito, tem algumas músicas boas como Sysyphus, Grantchester Meadows e The Narrow Way, enquanto que as outras duas faixas são só um complemento, no mínimo esquisito. No final de tudo, o problema de coesão voltou a se repetir, sendo um trabalho totalmente irregular, mas com ideias muito promissoras.
Atom Heart Mother – Pink Floyd
NOTA: 9,1/10
Logo após um último trabalho que foi uma tentativa fracassada de inovar um pouco, foi lançado o Atom Heart Mother, também conhecido como o disco da vaca. Continuando com aquele processo em que a banda se afastou do estilo psicodélico e estava explorando elementos progressivos e orquestrais, que seriam mais desenvolvidos em álbuns posteriores. Essa capa foi desenhada pelo grupo de design artístico Hipgnosis e foi a primeira da banda a não trazer seu nome. Este disco contou com a colaboração do compositor Ron Geesin, que foi essencial, pois a banda não tinha experiência suficiente para orquestrar os arranjos da primeira faixa, e, por mais que a produção feita pela banda tenha ficado muito boa, ainda mostrou a inexperiência que eles tinham. O repertório conta com apenas cinco faixas, todas elas incríveis, começando com a faixa-título, que é uma suíte dividida em seis partes e que, ao todo, dura 23 minutos. Mais uma vez, é preciso destacar a importância de Geesin nessa música, pois ele integrou os elementos orquestrais que a banda não dominava. Além dela, vêm outras canções como If, Summer '68 e Fat Old Sun, todas sendo experimentais. Por fim, Alan’s Psychedelic Breakfast que é um instrumental dividido em três partes que é uma combinação de música e efeitos sonoros, incluindo gravações de Alan Styles, um roadie da banda, preparando e falando sobre o café da manhã. No fim, este disco é muito bom, mas acabou se tornando subestimado por conta das orquestrações contidas.
Meddle – Pink Floyd
NOTA: 9,8/10
Indo agora para o Meddle, que é simplesmente o álbum mais extraordinário que a banda fez desde sua transição. Após o subestimado álbum da vaca, o Pink Floyd buscou consolidar sua nova identidade sonora, principalmente, é claro, buscando explorar o lado mais progressivo da banda, até porque cada membro contribuiu de maneira significativa para o processo criativo. Tudo isso resultou em uma produção excelente. Além disso, o engenheiro de som Alan Parsons, que mais tarde se tornaria famoso por seu trabalho com The Dark Side of the Moon, também participou do processo de gravação. Uma característica marcante da produção foi o uso de técnicas de gravação inovadoras e experimentos com som ambiente. Assim, o repertório acabou sendo novamente curto, com agora 6 faixas, todas elas marcantes e que te hipnotizam. As faixas instrumentais One of These Days, que tem um baixo pulsante, e a incrível Echoes, que é outra música longa de 23 minutos que tem uma estrutura muito bem-feita. Além delas, temos as canções A Pillow of Winds e San Tropez, que são bem experimentais; Seamus, que é um blues bem legal com a presença do cachorro do Steve Marriott da banda Humble Pie e Fearless, que, além de ter um lado suave, no final contém o canto da torcida do Liverpool, You'll Never Walk Alone. Isso veio de sugestão do Roger Waters, so que ele na verdade é torcedor do Arsenal. Enfim, esse disco é maravilhoso, sendo uma verdadeira joia que a banda fez.