Recovery – Eminem
NOTA: 9/10
No ano seguinte, Eminem lança seu 7º álbum, intitulado Recovery, que é quase uma continuação do seu antecessor. Após o lançamento do Relapse, que não foi lá grande coisa, apesar de ter explorado sua dependência em drogas e mergulhado em temas perturbadores e humor sombrio, este trabalho é mais introspectivo e honesto. Eminem reconheceu as falhas do disco anterior e declarou que queria fazer algo diferente e mais acessível para o público. Com esse álbum, ele reflete sobre suas falhas, sobre a indústria musical e sobre a redenção. Além disso, aborda novamente sua luta com o luto pela perda de seu amigo de longa data, Proof, que continuou a afetá-lo profundamente. A produção foi totalmente diversificada, trazendo nomes que, além do Dr. Dre, incluíam Boi-1da, DJ Khalil, Just Blaze, entre outros. Isso resulta em uma sonoridade variada, que mescla elementos do Hip-Hop/Rap clássico com influências contemporâneas e até toques de Rock e Pop. Em vez de depender exclusivamente das batidas minimalistas e sombrias do Dre, este trabalho abraça melodias mais expansivas, pianos emocionais e batidas grandiosas, refletindo esse tom emocional. O repertório é excelente, com muitas canções maravilhosas, como W.T.P., Space Bound e as brilhantes participações do Lil Wayne em No Love e da Rihanna em Love The Way You Lie. Além dessas, há outras músicas boas, como On Fire e 25 to Life. Em suma, é um disco maravilhoso e que tem uma ótima concepção.
The Marshall Mathers LP2 – Eminem
NOTA: 8,5/10
Revival – Eminem
NOTA: 2/10
Após um tempo sem lançar nada, Eminem retorna com mais um álbum novo, o irrelevante Revival. Depois do The Marshall Mathers LP 2, que chegou em um período no qual o rapper enfrentava críticas à sua relevância no cenário musical, ele quis, mais uma vez, fazer deste novo trabalho uma resposta, tentando equilibrar sua evolução artística, enfrentar crises pessoais e discutir questões sociais e políticas. Um dos pontos mais marcantes do álbum foi o ativismo político, com críticas diretas ao governo de Donald Trump e ao estado da América contemporânea. A produção novamente contou com várias pessoas, com Dr. Dre supervisionando a produção executiva. No entanto, o álbum também teve a contribuição de nomes como Rick Rubin, Alex da Kid, entre outros. Rick Rubin, em particular, trouxe um som mais orientado para o Rock em várias faixas, fazendo a mesma mistura de gêneros que já esteve presente em álbuns anteriores. Porém, esses diversos produtores acabaram criando uma bagunça nesse disco, trazendo um repertório muito fraco, cheio de canções esquecíveis como Believe, Untouchable e Framed. Além disso, as feats são muito sem graça, como a do Ed Sheeran em River e Beyoncé em Walk on Water. A única feat realmente boa foi a da Pink em Need Me. Outra música boa foi Remind Me, e o pior é que o interlúdio que vem logo depois consegue ser melhor do que a maioria das faixas deste álbum. Enfim, este trabalho é muito ruim, sendo 1 hora e 20 minutos de pura perda de tempo.
Kamikaze – Eminem
NOTA: 2,6/10
Music To Be Murdered By – Eminem
NOTA: 7,8/10
Logo no início de 2020, Eminem lança mais um trabalho novo, o Music To Be Murdered By, novamente sem aviso prévio, como no caso do torturante Kamikaze. Este projeto foi inspirado por Alfred Hitchcock, especificamente seu álbum de mesmo nome lançado em 1958, onde o mestre do suspense narrava músicas sobre assassinatos. Eminem utilizou essa referência para estruturar o trabalho, criando uma obra carregada de temas sombrios, violência e introspecção. Além disso, o álbum reflete o estado emocional e artístico do rapper naquele momento, quando ele estava tentando se reinventar. Não preciso dizer que a produção é totalmente diversificada, com Eminem trabalhando com uma série de produtores de renome, incluindo Dr. Dre, The Alchemist, D.A. Got That Dope e Luis Resto. O álbum incorpora uma vasta gama de estilos: desde beats de Trap e instrumentais com o uso de pianos melódicos até samples que remetem à era do Rap clássico. A sonoridade tem uma ênfase em batidas pesadas e atmosferas sombrias, trazendo um pouco do Horrorcore. O repertório dessa vez é bem melhor, com músicas interessantes como Marsh, Unaccommodating com Young M.A e as espetaculares Lock It Up com Anderson .Paak, Never Love Again e Godzilla com o finado Juice WRLD. Contudo, há algumas canções medianas como Stepdad e Yah Yah. Enfim, apesar das controvérsias de algumas faixas, este é um bom disco que amenizou um pouco os erros de seus antecessores.
The Death of Slim Shady (Coup de Grâce) – Eminem
NOTA: 8/10
Chegando agora no último álbum recém-lançado do Eminem, intitulado The Death of Slim Shady (Coup de Grâce). Depois do lançamento do Music To Be Murdered By, Eminem, de certo modo, gostou de trabalhar com álbuns conceituais. Dessa vez, ele quis dar um fim ao seu alter ego "Slim Shady", que foi um personagem controverso, usado para expressar críticas sociais e violência satírica. Como vivemos em uma época em que a geração atual critica tudo sem qualquer fundamento, além de temos a cultura do cancelamento. Todo o conceito desse disco gira em torno de uma batalha entre o rapper e seu alter ego. A produção, como sempre, foi diversificada e envolveu nomes como Dr. Dre (que, dessa vez, não trabalhou como produtor executivo), Luis Resto, Benny Blanco, entre outros. Aqui há um retorno ao som pesado de Detroit, que caracteriza o auge do rapper, com batidas sombrias, samples melódicos e arranjos instrumentais densos. Tudo isso se enquadra em influências variadas, como Hip Hop Consciente, Cômico e Hardcore. O repertório é muito interessante: todas as canções contêm ataques a outros rappers como Kanye West, Ja Rule, Machine Gun Kelly e, principalmente, Diddy, que aparece nas faixas Bad Ones, Fuel e Antichrist. As canções que mais se destacam são Brand New Dance, Evil, e as emocionais Temporary que envolve sua filha Hailie e traz uma sensibilidade semelhante à de Somebody Save Me. No geral, esse álbum é muito bom e apresenta uma concepção interessante.
100 Miles And Runnin’ – N.W.A
NOTA: 8/10
Em 1990, o N.W.A lançou o EP intitulado 100 Miles And Runnin', que servia como uma espécie de preparação para o segundo álbum. Antes do lançamento, uma grande tensão afetava o grupo, pois no final do ano anterior, Ice Cube anunciou sua saída. Ele foi um dos principais letristas do álbum de estreia, e sua saída criou um vácuo no conteúdo lírico, que foi assumido principalmente por MC Ren. Além disso, Arabian Prince também havia saído. Muitos dizem que foi ele quem alertou Cube sobre o empresário do grupo, Jerry Heller, que supostamente os pagava de forma injusta. Como Heller era apoiado por Eazy-E, este também foi tratado como culpado. A produção do EP é assinada principalmente por Dr. Dre e DJ Yella, refletindo a crescente sofisticação de Dre como produtor. Ele começou a explorar batidas mais polidas e samples intricados, afastando-se do som mais cru e pesado do álbum anterior. Dre passou a refinar o som do Gangsta rap, utilizando técnicas de produção mais meticulosas, que incluíam samples complexos e a introdução de sintetizadores. O repertório contém 5 faixas, com duas delas atacando Ice Cube: Real Niggaz e, claro, a faixa-título, que também contém indiretas ao FBI, algo que é replicado na parte 2 de Fuck Tha Police, intitulada Sa Prize. Já Just Don’t Bite It apresenta um conteúdo explicitamente sexual, embora tenha uma ótima batida; a única coisa interessante nela é o interlúdio Kamurshol. No fim, é um trabalho legal, apesar de ser bastante minimalista.
Niggaz4Life – N.W.A
NOTA: 8,8/10
Então, no ano seguinte, chegou o 2º e último álbum de estúdio do N.W.A, Niggaz4Life, também conhecido como Efil4zaggin, como está na capa do disco. Após o lançamento do 100 Miles and Runnin', que já havia respondido diretamente à saída de Ice Cube e dado continuidade à narrativa anti-policial e gangsta do N.W.A, o grupo se preparou para expandir seu som. A relação entre os membros naquela época não estava boa, principalmente devido ao ambiente conturbado envolvendo a saída do Cube e os problemas com Jerry Heller. Além disso, o período era marcado pelo aumento da popularidade do Gangsta Rap e pelo crescente escrutínio que o N.W.A enfrentava por conta de seu conteúdo explícito. A produção de Dr. Dre é um dos aspectos mais notáveis do álbum. Após impressionar nos trabalhos anteriores, neste álbum ele elevou seu estilo a um novo nível, com beats mais complexos, camadas de samples e uma produção que, de muitas maneiras, antecipou o surgimento do G-Funk, onde ele deixou a sonoridade mais refinada e polida. O repertório, de certo modo, é muito bom e traz muitas canções interessantes, como Niggaz 4 Life, One Less Bitch e The Dayz of Wayback. No entanto, as melhores faixas são certamente Appetite For Destruction, Alwayz Into Somethin’, She Swallowed It e I’d Rather Fuck You. Claro, houve um ataque a Cube em Real Niggaz, incluída tanto aqui quanto em Niggaz 4 Life. Enfim, este trabalho é muito bom, embora poucos meses depois o grupo tenha chegado ao fim.
Então é isso, tudo agora tá certinho então flw!!!