Mother’s Milk – Red Hot Chili Peppers
NOTA: 9/10
O tempo se passa, e o Red Hot Chili Peppers retorna com seu 4º álbum de estúdio, o Mother’s Milk. Após o The Uplift Mofo Party Plan, a banda ficou debilitada com a morte do guitarrista Hillel Slovak por overdose de heroína no ano anterior. Além disso, o baterista Jack Irons deixou o grupo, emocionalmente devastado pela perda do amigo. Para substituí-los, entraram John Frusciante (guitarra) e Chad Smith (bateria), dando início à formação clássica que consolidaria a mistura mais robusta de Funk, Rock, Rap e Punk. A produção foi novamente conduzida por Michael Beinhorn, em um processo tenso. Beinhorn insistiu para que Frusciante adotasse uma abordagem mais densa e distorcida, contrastando com seu estilo mais sutil, o que gerou frustração no guitarrista. No entanto, essa pressão acabou sendo essencial para moldar a sonoridade do álbum, Flea continuou entregando suas linhas de baixo marcantes, que dão groove às faixas e se destacam ao lado dos vocais enérgicos de Anthony Kiedis. Outro aspecto importante da produção foi o uso frequente de overdubs e efeitos, ampliando a profundidade e a textura sonora do álbum. O repertório, mais uma vez excelente, traz diversas faixas memoráveis, como Good Time Boys, Taste The Pain e Magic Johnson. Porém, os maiores destaques ficam por conta de Nobody Weird Like Me, Knock Me Down e o maravilhoso cover de Higher Ground, do Stevie Wonder. Em suma, é um disco maravilhoso que deu grande visibilidade à banda.
Blood Sugar Sex Magik – Red Hot Chili Peppers
NOTA: 10/10
One Hot Minute – Red Hot Chili Peppers
NOTA: 9/10
Quatro anos se passaram, e é lançado o One Hot Minute, um disco que praticamente ficou na sombra de seu antecessor e sucessor. Após o gigantesco sucesso do Blood Sugar Sex Magik, John Frusciante deixou a banda devido a problemas pessoais e à dificuldade de lidar com a fama. Sua saída levou a uma breve crise de identidade, já que o estilo de Frusciante era uma grande alma do grupo. Para substituí-lo, a banda recrutou Dave Navarro, ex-guitarrista do Jane’s Addiction, mas seu estilo era mais psicodélico e alternativo. Além disso, Anthony Kiedis estava lidando com recaídas em seu vício em drogas. A produção foi novamente comandada por Rick Rubin, mas o processo foi mais complexo e demorado do que antes, durando cerca de um ano. A transição para o estilo de Navarro trouxe desafios criativos, já que ele tinha um background mais ligado ao Rock experimental e alternativo do que ao Funk Rock que caracteriza o som do Red Hot. Por isso, a sonoridade, apesar de poderosa, apresenta um som mais denso e menos groovado, com maior ênfase em guitarras distorcidas. O repertório é muito bom e traz várias faixas interessantes, como a balada My Friends e Tearjerker, feita em homenagem a Kurt Cobain. Além delas, há outras canções marcantes, como Aeroplane, Coffee Shop, Walkabout e Pea, que é cantada por Flea. No final de tudo, é um ótimo disco, apesar de ser bastante subestimado pelos fãs.
Californication – Red Hot Chili Peppers
NOTA: 10/10
Depois de mais um intervalo de quatro anos, a banda retorna lançando mais um clássico, o maravilhoso Californication. Após o subestimadíssimo One Hot Minute, o guitarrista Dave Navarro saiu devido também ao seu vício em drogas. John Frusciante retornou, após lutar contra o próprio vício, e nesse meio tempo ficou totalmente pobre e muito dependente, chegando ao ponto de ter tido 5 OVERDOSES. No fim, graças aos conselhos de amigos, ele foi para uma clínica de reabilitação. Com seu retorno, o Red Hot reconectou-se com suas raízes e encontrou uma nova sonoridade: mais melódica e introspectiva, contrastando com o Funk Rock frenético e experimental dos álbuns anteriores. A produção foi novamente liderada por Rick Rubin, que trouxe uma sonoridade mais refinada e melódica, em contraste com o tom sombrio de seu antecessor. A banda optou por um som mais leve e atmosférico, com ênfase em guitarras limpas, grooves sutis e arranjos harmônicos. O repertório é mais uma vez maravilhoso, com muitas canções perfeitas, como a sequência inicial com as energéticas Around the World e Parallel Universe e as melódicas Scar Tissue e Otherside, inspiradas nos vícios de Anthony Kiedis e, no caso da última, no falecido Hillel Slovak. Além disso, há outras canções excelentes, como a clássica faixa-título, Easily, I Like Dirt e Road Trippin’. No final de tudo, é mais um disco excelente e completamente atemporal.
By the Way – Red Hot Chili Peppers
NOTA: 9,5/10
Após a virada do século, em 2002, o Red Hot lança seu 8º álbum de estúdio, o By the Way, que traz uma relativa mudança. Após o excepcional Californication, inicia-se uma nova fase na carreira da banda, onde melodia, harmonia e sofisticação assumem o lugar daquele lado mais cru. Enquanto o álbum anterior lidava com redenção e busca por equilíbrio após momentos conturbados, esse novo álbum aprofunda-se em sentimentos de amor, introspecção e espiritualidade, revelando uma banda mais contemplativa. Um dos fatores centrais para essa mudança é o papel crescente do John Frusciante na composição e direção criativa. A produção foi feita pelo mesmo produtor de sempre, que ajudou a banda a polir sua nova abordagem musical. Rick Rubin trouxe uma sonoridade mais clara e texturizada, com um foco maior em arranjos sutis e camadas de harmonia vocal, contendo menos groove explosivo e menos batidas sincopadas que antes, em favor de uma sonoridade mais atmosférica e melódica. A performance vocal do Anthony Kiedis também amadureceu, experimentando mais harmonias e deixando de lado os vocais de Rap. O repertório é sensacional e traz várias baladas interessantes, como a própria faixa-título, Dosed e I Could Die for You. Além disso, há o psicodelismo contido em The Zephyr Song, o maravilhoso hit Can’t Stop e On Mercury, que é basicamente um Ska. Enfim, esse álbum é excepcional e um dos mais reflexivos da banda.
Então é isso, um abraço e flw!!!