Erasmo Carlos e Os Tremendões – Erasmo Carlos e Os Tremendões
NOTA: 9,7/10
No começo da década de 70, Erasmo Carlos lançava mais um disco, Erasmo Carlos e Os Tremendões. Após seu trabalho de 1968, o cantor sentiu a necessidade de se reinventar, buscando inspirações em movimentos como a Tropicália, a Soul music e o Samba. O disco também emerge em um período de repressão da ditadura militar no Brasil, no qual artistas brasileiros desafiavam a censura com produções sofisticadas e carregadas de mensagens subliminares. A produção, feita por Manoel Barenbein, figura de destaque na MPB e responsável por trabalhos inovadores, incluindo álbuns tropicalistas, contava com arranjos conduzidos por Chiquinho de Moraes, que incorporavam uma fusão de elementos como cordas exuberantes, percussões brasileiras e um toque de psicodelia, além de grandes influências dos tempos da Bossa Nova. O repertório é extremamente magnífico, com canções completamente belíssimas. No fim, é um baita disco e um dos clássicos da carreira de Erasmo.
Melhores Faixas: Sentado À Beira Do Caminho, Jeep, Estou Dez Anos Atrasado, Coqueiro Verde
Vale a Pena Ouvir: Saudosismo, Teletema, Menina
Carlos, Erasmo... – Erasmo Carlos
NOTA: 10/10
E aí, no ano seguinte, Erasmo lança o clássico e maravilhoso Carlos, Erasmo..., vindo em uma época de mudanças. Após o sucesso do Erasmo Carlos e Os Tremendões, o cantor buscava aprofundar sua transição da Jovem Guarda para uma sonoridade mais madura e experimental. Influenciado pelo movimento tropicalista e pela contracultura, ele desejava explorar temáticas sociais e pessoais com maior profundidade, ficando meio que longe do conservadorismo do Roberto Carlos. Além disso, ele havia saído de sua então gravadora, a RGE, e assinado com a Philips. Produzido novamente por Manoel Barenbein, o álbum trouxe arranjos sofisticados que mesclam Rock, Soul, Funk e elementos da MPB, destacando-se pela ótima qualidade sonora. Com isso, o repertório é extremamente maravilhoso e parece uma coletânea. No fim, é um disco sensacional e um dos grandes clássicos do Rock nacional e da música brasileira.
Melhores Faixas: É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo, De Noite Na Cama, Gente Aberta, Mundo Deserto
Vale a Pena Ouvir: Não Te Quero Santa, Dois Animais Na Selva Suja Da Rua, Ciça, Cecília
Sonhos e Memórias 1941 - 1972 – Erasmo Carlos
NOTA: 9,8/10
Mais um ano se passa, e Erasmo Carlos lançava Sonhos e Memórias 1941–1972 (título de coletânea, mas está longe disso). Após o espetacular Carlos, Erasmo..., Erasmo continuou sua evolução artística, afastando-se das raízes da Jovem Guarda e explorando sonoridades mais maduras e introspectivas. Vale lembrar que ele havia assinado com a gravadora Polydor naquela época. Esse título reflete essa abordagem pessoal, indicando um mergulho em suas próprias experiências de vida, desde seu nascimento em 1941 até o ano de lançamento, 1972. A produção, feita por Guti Carvalho e Jairo Pires, destaca-se pela sofisticação e pela fusão de diversos gêneros musicais presentes no álbum anterior, como Samba, Soul, Folk e música psicodélica. O repertório, mais uma vez, é espetacular, repleto de canções muito bem encadeadas e totalmente diversificadas. Enfim, é um ótimo disco e, de certo modo, bem experimental.
Melhores Faixas: Mané João, Largo Da 2ª Feira, Mundo Cão, Vida Antiga, Sábado Morto
Vale a Pena Ouvir: Grilos, É Probido Fumar, Minha Gente
1990 - Projeto Salva Terra! – Erasmo Carlos
NOTA: 9,2/10
Dois anos se passaram, e Erasmo retorna lançando seu 9º álbum de estúdio, 1990 - Projeto Salva Terra! (e sim, essa capa é muito esquisita). Após o Sonhos e Memórias 1941–1972, Erasmo Carlos buscava expandir suas fronteiras musicais e temáticas. Em meio a um cenário musical brasileiro em constante evolução, ele decidiu explorar conceitos futuristas e questões ambientais, antecipando preocupações que se tornariam mais evidentes nas décadas seguintes. A produção, conduzida por Guti Carvalho, é marcada por uma fusão de estilos, incluindo Rock, MPB, Samba e elementos experimentais. Erasmo colaborou com diversos compositores e músicos, resultando em arranjos diversificados que complementam as temáticas abordadas nas letras. O repertório é sensacional, com canções que são muito interessantes e bem reflexivas. Enfim, é mais um trabalho muito interessante, que seguiu o experimentalismo do seu antecessor.
Melhores Faixas: Sou uma criança, não entendo nada, Haroldo, O Robot Doméstico, 1990 - Projeto Salva Terra, Cachaça Mecânica, Negro Gato
Vale a Pena Ouvir: A Experiência, Amiga Forte, A lenda de Bob Nelson
A Banda Dos Contentes – Erasmo Carlos
NOTA: 9/10
Passou mais um tempo, e ele lançava seu 10º álbum, A Banda dos Contentes, que tinha uma pegada mais comercial. Após o 1990 - Projeto Salva Terra!, Erasmo Carlos consolidou sua transição da Jovem Guarda para uma sonoridade mais madura e consciente. Nesse novo trabalho, ele continua essa trajetória, abordando questões sociais e existenciais, refletindo o contexto político e cultural do Brasil naqueles tempos. A produção foi feita pelo próprio cantor junto com Guti Carvalho, contando com a participação de músicos renomados da época. Trazendo uma sonoridade que fundia Rock com MPB, tudo apresentado de forma polida e refinada, evidenciando a versatilidade de Erasmo como intérprete e compositor. O repertório é muito interessante, com canções divertidas, mas que possuem um lado introspectivo. Em suma, é um belo disco, um pouco mais reflexivo que os anteriores.
Melhores Faixas: Filho Único, A Banda Dos Contentes, Dia de Paz, Análise Descontraída, Fatos e Fotos
Vale a Pena Ouvir: Continente Perdido (Terra de Montezuma), Paralelas, Billy Dinamite
Então um abraço e flw!!!