domingo, 1 de dezembro de 2024

Analisando Discografias - MF DOOM: Parte 2

                 

VV:2 – Viktor Vaughn (MF DOOM)





















NOTA: 7,2/10


Em 2004, MF DOOM lançou a continuação de Vaudeville Villain, praticamente ele meio que lançou um deluxe, como é hoje em dia. Esse trabalho foi criado durante um período de intensa criatividade para DOOM, que, na época, estava envolvido em diversos outros projetos. No entanto, este disco apresenta uma pegada mais experimental e fragmentada, sofrendo um pouco pela ausência de produtores como RJD2 e King Honey, que ajudaram a moldar o som de seu antecessor. A produção contou novamente com uma gama de colaboradores, incluindo System D-128, Dub-L e DiViNCi, trazendo uma sonoridade mais crua e minimalista. Apesar disso, os beats soam, em alguns momentos, inacabados. Ainda assim, há boas passagens. O repertório, embora interessante, tem algumas faixas que parece não deixaram de ser uma espécie de demo. Enfim, é um disco legal, mas que poderia ter sido melhor trabalhado. 

Melhores Faixas: DOOM on Vik, Fall Back/Titty Fat, Bloody Chain, R.A.P. G.A.M.E. 
Piores Faixas: Doper Skiler, Pop Quiz (Bonus Extra Credit Remix), Dope Skill

Madvillainy – Madvillain 





















NOTA: 10/10


Saindo do mês de agosto e voltando para março daquele ano, foi lançado o estrondoso Madvillainy, fruto da parceria entre MF DOOM e Madlib. Antes de lançar Vaudeville Villain, MF DOOM já era conhecido, enquanto Madlib era reverenciado por sua abordagem não convencional à produção. O projeto começou em 2002, com sessões realizadas em Los Angeles, e foi marcado por um processo criativo caótico: DOOM gravou muitos de seus versos no estúdio caseiro de Madlib, enquanto o produtor alternava entre criar beats e consumir grandes quantidades de música global e substâncias recreativas. Madlib empregou uma abordagem única, utilizando samples obscuros de Jazz, Soul, psicodelia e trilhas sonoras de filmes, incluindo até música brasileira. O repertório é simplesmente fantástico, parecendo uma coletânea, com uma canção sensacional atrás da outra. Em suma, é um baita disco e uma verdadeira obra-prima do Hip-Hop/Rap. 

Melhores Faixas: All Caps, Meat Grinder, Curls, Raid, Fancy Clown, Figaro, Supervillain Theme (Instrumental) 
Vale a Pena Ouvir: Bistro, Money Folder, Shadows of Tomorrow, Eye

MM... FOOD – MF DOOM 





















NOTA: 9,7/10


Meses depois, MF DOOM lançava mais um disco, MM... FOOD, agora sob o nome pelo qual todos o conhecemos. Lançado após o Madvillainy e VV:2, o título do álbum é um anagrama de seu nome artístico, destacando o humor peculiar do artista e o tema central. Mais do que apenas um álbum conceitual sobre comida, este trabalho utiliza a culinária como metáfora para temas como sobrevivência, indulgência e as nuances da cultura Hip-Hop. Grande parte da produção foi feita pelo próprio MF DOOM, que utilizou sua técnica de sampleamento para criar instrumentais ricos em texturas, frequentemente reciclando elementos de desenhos animados, Jazz, Soul e Funk. Tudo aqui tem uma pegada bem caseira, com uma abordagem bastante alternativa. O repertório é novamente fantástico, repleto de canções bem construídas e maravilhosas. No final de tudo, é um trabalho sensacional que fechou de forma brilhante o ano de 2004 para o vilão mascarado. 

Melhores Faixas: One Beer, Rapp Snitch Knishes, Hoe Cakes, Vomitspit, Kon Karne 
Vale a Pena Ouvir: Kon Queso, Deep Fried Frenz, Fig Leaf Bi-Carbonate

Born Like This – DOOM





















NOTA: 8/10


Cinco anos depois, MF DOOM (que, na época, era apenas DOOM) lançou seu último álbum solo, o Born Like This. Após o MM...FOOD, este novo trabalho marca uma fase mais sombria e introspectiva do rapper. Inspirado pelo poema Dinosauria, We de Charles Bukowski, o álbum explora temas como decadência social, caos e niilismo, contrastando com o humor e a leveza presentes em obras anteriores. A produção contou com nomes respeitados, incluindo J Dilla, Jake One, Madlib e o próprio DOOM. A sonoridade é densa e sombria, com beats que oscilam entre o abrasivo e o atmosférico, refletindo perfeitamente o tom pesado das letras. O uso de beats industriais e loops sujos cria uma sensação de desconforto e urgência. O repertório é muito bom, com canções cheias de energia, mas que também são profundamente reflexivas. No fim, o último trabalho do lendário vilão mascarado, que viria a falecer em 2020, é excelente, mesmo sendo muito subestimado. 

Melhores Faixas: Rap Ambush, That’s That, Gazzillion Ear, Ballskin, Angelz, Yessir! 
Vale a Pena Ouvir: Batty Boyz, Supervillainz, Cellz, Absolutely, More Rhymin

Analisando Discografias - Interpol

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