Nova Estação – Wanderléa
NOTA: 8/10
Mais um tempo se passa, e Wanderléa lança o Nova Estação, que basicamente não trouxe muitas mudanças. Após O Amor Sobreviverá, a cantora enveredou por gêneros mais sofisticados, como a MPB, o Samba e até o Jazz. Este álbum é praticamente repleto novamente de reinterpretações, ou seja, não tem material novo. A produção, feita por Thiago Marques Luiz e Lalo California, decidiu deixar a sonoridade um pouco mais cadenciada, dando destaque a arranjos minimalistas e orgânicos. Priorizando instrumentos acústicos e vocais limpos que valorizam a interpretação emocional da cantora, isso acabou funcionando perfeitamente. O repertório, praticamente repleto de covers, é muito bom, e todos foram bem interpretados. No fim, é um trabalho bem legal que cumpre com seu conceito.
Melhores Faixas: A Banca do Distinto, Todos Estão Surdos
Vale a Pena Ouvir: Mil Perdões, Se Tudo Pode Acontecer, Samba da Preguiça, Mais que a paixão
Vida De Artista – Wanderléa
NOTA: 8,5/10
Oito anos se passaram, e, após um grande intervalo sem lançar nada, Wanderléa retorna com o Vida de Artista. Após o Nova Estação, neste novo trabalho ela revisita obras de Sueli Costa, compositora renomada por suas contribuições à MPB, colaborando com letristas como Abel Silva e Paulo César Pinheiro. A criança que aparece na capa, obviamente, não é Sueli Costa, mas sim Wanderléa, após vencer um concurso em 1958 (a foto está de ótima qualidade). A produção foi novamente conduzida pelo marido da cantora, que buscou uma sonoridade limpa e sofisticada, com instrumentação que complementa as nuances interpretativas da cantora. O repertório, como já mencionado, é composto de covers das músicas de Sueli, todas bem interpretadas e com arranjos belíssimos. Enfim, é um disco interessante e um dos trabalhos mais belos da Ternurinha.
Melhores Faixas: Dentro De Mim Mora Um Anjo, Jura Secreta, Vamos Dançar
Vale a Pena Ouvir: Sabe De Mim, Vida De Artista, Alma
Wanderléa canta Choros – Wanderléa
NOTA: 8,7/10
E aí chegamos ao último lançamento até o momento de Wanderléa, lançado no ano passado, intitulado Wanderléa Canta Choros. Após o Vida de Artista, a cantora, que desde a infância foi marcada por ouvir esse gênero (que, apesar do nome, não tem ninguém chorando), revisita algumas dessas canções. Este gênero foi criado a partir da mistura de elementos das danças de salão europeias, da música popular portuguesa e de influências da música africana, sendo um dos primeiros gêneros musicais do Brasil. A produção do álbum é caracterizada por arranjos que respeitam a tradição do Choro, ao mesmo tempo em que incorporam a personalidade da cantora. A participação de músicos renomados, como Hamilton de Holanda no bandolim, enriquece a sonoridade. O repertório é muito bom, com canções que, além de bem interpretadas, são bastante envolventes. Em suma, é um ótimo disco que serve como um bom passatempo.
Melhores Faixas: Apanhei-te, cavaquinho, O que vier eu traço, Delicado, Brasileirinho
Vale a Pena Ouvir: Acariciando, Pedacinhos do Céu, Nova ilusão