terça-feira, 22 de abril de 2025

Analisando Discografias - Thundercat

                 

The Golden Age Of Apocalypse – Thundercat





















NOTA: 8/10


Em 2011, o Thundercat lançou seu primeiro álbum solo, o The Golden Age of Apocalypse. Depois de sair do Suicidal Tendencies, Stephen Bruner, agora Thundercat, já vinha de uma linhagem musical poderosa (seu pai era baterista de artistas como Diana Ross). Com uma pegada técnica absurda e uma presença de palco magnética, ele virou o baixista preferido de muita gente da cena do Jazz Fusion, R&B e Funk (obviamente o americano, né gente). A produção foi conduzida por ele, mas com uma grande contribuição do Flying Lotus, que trouxe seu estilo futurista, quase etéreo, com batidas desconstruídas, camadas espaciais e texturas Lo-fi que se misturam ao baixo fretless super expressivo do Thundercat, resultando num som ao mesmo tempo técnico e emocional. É uma sonoridade totalmente atmosférica, que traz uma vibe meio viajante. O repertório é bem legal, com canções leves e com muita profundidade. No fim, é um belo disco de estreia e bem tematizado. 

Melhores Faixas: Walkin', For I Love Come 
Vale a Pena Ouvir: Daylight, Boat Cruise, Feel Ultra

Apocalypse – Thundercat





















NOTA: 8,3/10


Dois anos depois, ele retorna lançando seu 2º disco, intitulado Apocalypse, sendo uma completa continuação. Após o The Golden Age of Apocalypse, Thundercat consolidou seu nome como uma força única na interseção entre Jazz Fusion, Soul psicodélico, Funk e música eletrônica. Sua colaboração com outros artistas expandiu ainda mais sua paleta sonora e seu alcance artístico. Só que, nesse meio-tempo, ocorreu a morte repentina de Austin Peralta, pianista prodígio e grande amigo dele, que faleceu em 2012, aos 22 anos. O luto, a perda e o processo de cura são temas que permeiam este álbum. A produção foi praticamente igual, mas com um foco maior na clareza emocional. As texturas eletrônicas agora servem mais como pano de fundo para destacar as letras, os vocais e os arranjos instrumentais, além de manter a estética Lo-fi e psicodélica. O repertório é muito bom, e as canções são bem melódicas e mais imersivas. Enfim, é um ótimo disco e que trouxe uma evolução. 

Melhores Faixas: Oh Sheit It's X, Lotus And The Jondy, Heartbreaks + Setbacks 
Vale a Pena Ouvir: Evangelion, Seven, Tron Song

Drunk – Thundercat





















NOTA: 9/10


Quatro anos se passaram, e Thundercat volta lançando mais um disco, o Drunk. Após o Apocalypse, ele se envolveu em uma série de colaborações que o colocaram no epicentro da música alternativa moderna. Ele foi peça fundamental no álbum To Pimp a Butterfly, do Kendrick Lamar, contribuindo com baixos, vocais e ideias. Além disso, firmou-se como uma figura interdimensional, navegando entre Jazz, R&B, Soul, Funk, anime, videogames e cultura geek com uma naturalidade ímpar. A produção foi feita por ele e Flying Lotus, com apoio pontual de nomes como Sounwave (do TDE). O álbum trouxe uma sonoridade totalmente imersiva e diversificada, com o uso de sintetizadores e bateria eletrônica que remetem a uma sonoridade dos anos 80 com uma roupagem futurista. O repertório é muito bom, trazendo canções atmosféricas e contagiantes. No fim, é um trabalho maravilhoso e que acertou na tematização. 

Melhores Faixas: Them Changes, Show You The Way (participação do Michael McDonald e Kenny Loggins), Where I'm Going, Lava Lamp, 3AM, The Turn Down (participação interessante Pharrell Williams) 
Vale a Pena Ouvir: Jehtro, A Fan's Mail (Tron Song Suite II), Captain Stupido, Tokyo

It Is What It Is – Thundercat





















NOTA: 8,5/10


Se passaram três anos e, já na época da pandemia, foi lançado o último álbum até o momento do Thundercat, o It Is What It Is. Após o Drunk, ele tocou em vários festivais importantes e colaborou nos trabalhos do Travis Scott, Anderson .Paak, entre outros. Mas o principal evento que marcou esse período foi a morte do Mac Miller, em 2018. Os dois tinham uma relação profunda, quase fraternal, e a perda foi devastadora. Esse luto perpassa o álbum, tanto nos temas quanto na atmosfera. A produção foi conduzida pelos mesmos nomes de sempre, que deixaram tudo mais coeso e contemplativo. O som é cristalino, com texturas sutis e complexas ao mesmo tempo. As camadas de vocais são meticulosamente posicionadas, o baixo é melódico e fluido, e os elementos eletrônicos e acústicos coexistem com naturalidade, com esse som de Soul e R&B. O repertório é muito bom, e as canções são todas belíssimas. No geral, é outro disco muito bom e consistente. 

Melhores Faixas: Fair Chance (boas participações do Ty Dolla $ign e Lil B), Funny Thing, Dragonball Durag 
Vale a Pena Ouvir: I Love Louis Cole (participação obviamente do Louis Cole), King Of The Hill, Black Qualls (participações do Steve Lacy, Steve Arrington e Childish Gambino, How I Feel


O Legado de Ozzy: Dois Meses de Saudade e Eternidade

Mesmo após sua partida, a influência do Ozzy permanece viva no rock e na cultura.  Foto: Ross Halfin Pois é, meus amigos, hoje faz 2 meses q...