quinta-feira, 22 de maio de 2025

Analisando Discografias - Eric Clapton: Parte 4

                 

Clapton – Eric Clapton





















NOTA: 4/10


Se passava mais um tempo, e Eric Clapton lançava mais um trabalho, intitulado apenas Clapton. Após o terrível Back Home, o guitarrista optou por fazer um álbum que mergulhasse em canções tradicionais, standards de Jazz, Blues clássico e, claro, baladas. Clapton mesmo descreveu o álbum como “um álbum que eu não tinha intenção de fazer”. Isso porque ele não começou com um conceito claro; foi uma seleção orgânica de músicas que o tocaram profundamente em diferentes fases da vida, muitas delas com conotações nostálgicas e afetivas. Produzido por ele junto com Doyle Bramhall II e Justin Stanley, o disco traz uma sonoridade totalmente acústica, priorizando ambiências suaves e arranjos elegantes. O uso de metais, piano de cauda e guitarras limpas cria uma estética introspectiva, mas tudo soa arrastado e sem graça. O repertório é bem fraco, com poucas canções realmente bem reinterpretadas. No fim, é um disco ruim, que faltou preenchimento. 

Melhores Faixas: Autumn Leaves, River Runs Deep, That's No Way To Get Along, Run Back To Your Side 
Piores Faixas: Diamonds Made From Rain, Can't Hold Out Much Longer, Judgement Day, Hard Times Blues, How Deep Is The Ocean

Old Sock – Eric Clapton





















NOTA: 3/10


Indo para 2013, foi lançado mais um disco de Eric Clapton, intitulado Old Sock, que voltou à sua fórmula tradicional. Após o Clapton de 2010, o guitarrista, então prestes a completar 68 anos, já manifestava publicamente o desejo de se aposentar das turnês. O título, inusitado e até irreverente, surgiu como uma expressão carinhosa. “Old Sock” era um apelido que seus amigos usavam de forma afetuosa, e o nome reforça o tom caseiro, confortável e despretensioso do disco. A produção, feita como sempre por ele junto com Doyle Bramhall II, Justin Stanley e Simon Climie, investiu em arranjos suaves, tom intimista e instrumentação orgânica. Não há explosões guitarrísticas ou solos longos; a atmosfera é relaxada e elegante, com alguns toques caribenhos e de Soul. Porém, o resultado é muito tedioso e completamente monótono. Refletindo um repertório de covers chatíssimos, que são medíocres, das quais poucas se salvam. No fim, é um disco ruim e inexpressivo. 

Melhores Faixas: Further On Down The Road, All Of Me, Till Your Well Runs Dry 
Piores Faixas: Our Love Is Here To Stay, Your One And Only Man, Goodnight Irene, Gotta Get Over

I Still Do – Eric Clapton





















NOTA: 8/10


Se passaram três anos, e Eric Clapton lançou seu 20º álbum intitulado I Still Do. Após o Old Sock, Clapton começou a lidar com sérios problemas de saúde, incluindo neuropatia periférica, que afetava sua mobilidade e causava dores nos dedos. Em entrevistas, revelou dúvidas sobre sua capacidade de continuar tocando. Nesse sentido, esse projeto surge como um testamento da resiliência de um artista veterano que, apesar das limitações físicas, reafirma sua paixão pela música. Com produção conduzida por Glyn Johns, o disco aposta em um som orgânico e seco, evitando qualquer tipo de artificialidade. As gravações foram feitas com instrumentos reais, em takes longos, com ênfase na performance ao vivo da banda. O álbum mostra aquele foco no Blues Rock, com alguns elementos de Folk, e tudo é bem abrangente. O repertório é muito bom, e as canções são melódicas e altamente profundas. Em suma, é um belo disco e, se fosse uma despedida, seria em grande estilo, mas não foi. 

Melhores Faixas: Stones In My Passway, I'll Be Seeing You 
Vale a Pena Ouvir: Alabama Woman Blues, Little Man, You've Had A Busy Day, Can't Let You Do It

Meanwhile – Eric Clapton





















NOTA: 3,8/10


Só em 2024 foi lançado mais um álbum, o último até o momento, intitulado Meanwhile. Após I Still Do, Clapton chegou a lançar um álbum de Natal em 2018, mas totalmente esquecível. Depois disso, decidiu conceber esse projeto, desenvolvido entre 2020 e 2024. Durante esse período, ele lançou várias singles, muitas das quais abordavam temas políticos e sociais. Essas faixas, junto com seis novas composições, compõem um trabalho totalmente misturado. A produção foi conduzida mais uma vez por Simon Climie, apresentando uma sonoridade que mescla o Blues Rock com elementos contemporâneos, indo em alguns momentos até para o Reggae e o Folk. O problema é que muitos dos arranjos são monótonos e extremamente incompatíveis com grande parte das linhas vocais de Clapton. O repertório é fraco, com algumas canções interessantes e outras fraquíssimas, e o mesmo vale para as participações. Enfim, é um trabalho péssimo e sem consistência. 

Melhores Faixas: The Call, The Rebels (participação do Van Morrison), Heart Of A Child, Moon River (participação do Jeff Beck), Pompous Fool 
Piores Faixas: Misfortune, You've Changed, Stand And Deliver, Always On My Mind (participação fraca desse tal de Bradley Walker), How Could We Know (chamou um tanto de nego que não foi a lugar nenhum), One Woman

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