domingo, 22 de junho de 2025

Analisando Discografias - Six Feet Under: Parte 2

                  

True Carnage – Six Feet Under





















NOTA: 8/10


Entrando nos anos 2000, eles voltam lançando seu 4º álbum, o True Carnage. Após o Maximum Violence, a banda retornava ao estúdio com a missão de manter o fôlego criativo e a brutalidade sonora. Na virada do milênio, o Death Metal estava em um momento de transição, e o grupo de Chris Barnes buscava manter sua relevância sem abrir mão do seu estilo característico: letras macabras, vocais guturais densos e grooves arrastados e pesados. A produção foi aquela mesma de sempre, com uma sonoridade crua e abafada, os instrumentos bem nivelados, mas com destaque para os vocais. Os riffs são secos e diretos, sem muitos adornos ou sobreposições. O tom do baixo e da bateria é pesado e opressivo. Já o repertório é bem legal, e as canções são bem variadas, indo desde um lado encadeado ao mais pesado, fora umas participações até que loucas. No geral, é um disco muito bom e que mal sabíamos que antecederia uma grande queda. 

Melhores Faixas: Snakes, Necrosociety 
Vale a Pena Ouvir: It Never Dies, One Bullet Left (participação do rapper Ice-T), Knife, Gun, Axe

Bringer Of Blood – Six Feet Under





















NOTA: 1/10


Então se passou um intervalo de dois anos para eles lançarem o Bringer of Blood. Após o True Carnage, já consolidados como uma das forças mais distintas do Death Metal, eles buscaram aqui um retorno mais “puro”, sem perder o peso arrastado e o groove característico que a banda ajudou a popularizar. A formação permanecia estável, com Chris Barnes nos vocais, Steve Swanson na guitarra, Terry Butler no baixo e Greg Gall na bateria. A produção foi feita inteiramente pelo próprio Chris Barnes, que buscou uma sonoridade mais agressiva e comprimida. Tudo aqui soa sufocante, cru e direto ao ponto. A produção vocal mostrou ele explorando tons mais graves que o habitual, chegando a níveis quase absurdos de guturalidade, só que tudo ficou bastante desalinhado e, contribuindo com uma instrumentação manjada, deu muito ruim. O repertório é péssimo, e as canções são uma tortura. Enfim, esse disco é simplesmente pavoroso e dá gatilho nos críticos. 

Melhores Faixas: (..............................) 
Piores Faixas: Claustrophobic, Bringer Of Blood, Murdered In The Basement, Blind And Gagged

13 – Six Feet Under





















NOTA: 1/10


Em 2005, foi lançado mais um disco deles, intitulado apenas como 13, que cometeu os mesmos erros. Após o Bringer of Blood, vendo que a cena extrema estava abraçando novos sons (como o Deathcore) e ressuscitando elementos da fase mais antiga do Death Metal, o Six Feet Under, por sua vez, parecia caminhar numa via paralela: sem mudanças bruscas, mas buscando variações internas em sua fórmula. A produção, feita pelo próprio Chris Barnes, tentou ir para um som mais aberto, limpo e com mais dinâmica, para tentar a captação da audição dos riffs, das linhas de baixo e das variações da bateria. Só que a gente vê um monte de riffs nem um pouco criativos, linhas de baixo que não acrescentam em nada e uma bateria que parece mais uma lata de Suvinil, e os vocais guturais do Barnes estão completamente desregulados. O repertório é simplesmente terrível, e as canções são bastante genéricas e ridículas. Enfim, é mais um trabalho simplesmente patético. 

Melhores Faixas (.............................) 
Piores Faixas: The Art Of Headhunting, This Suicide, 13, Deathklaat

Commandment – Six Feet Under





















NOTA: 8,2/10


Se passaram dois anos e o Six Feet Under voltou lançando um trabalho até que interessante, o Commandment. Após o 13, vendo que eles já começavam a balançar bastante e sob pressão da gravadora Metal Blade Records, eles precisavam voltar a consolidar definitivamente a identidade sonora da banda, com foco total em peso, groove e coerência, voltando a fazer um Death Metal mais direto e com riffs mais marcantes. A produção, feita mais uma vez por Chris Barnes com ajuda do Erik Rutan, trouxe ao álbum um som mais encorpado, limpo e potente. A escolha do Rutan fez toda a diferença: seu trabalho tornou o som mais orgânico, mas ao mesmo tempo mais moderno e impactante. Os riffs de guitarra do Steve Swanson ficaram mais presentes, as linhas de baixo e bateria se complementam bem, e os vocais guturais do Barnes estão mais variados. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem potentes. Enfim, é um disco bom e muito competente. 

Melhores Faixas: Bled To Death, Ghosts Of The Undead 
Vale a Pena Ouvir: Thou Shall Kill, The Evil Eye, Doomsday

Death Rituals – Six Feet Under





















NOTA: 5/10


No ano seguinte, eles retornam lançando mais um disco, o Death Rituals, que poderia ter sido mais abrangente. Após o ótimo Commandment, o Six Feet Under já havia deixado de ser um projeto “paralelo” do ex-vocalista do Cannibal Corpse para se tornar uma instituição do Death Metal com identidade própria, firmada por seu estilo groovado, vocais absurdamente guturais e letras focadas em violência, horror e morbidez. Tudo parecia indicar que eles seguiriam uma direção certa, mas não foi bem assim. A produção foi a mesma de sempre, e dá para ver que a sonoridade ficou mais carregada e expressiva, ou seja, mostrando um lado mais sombrio, com mais ambiência e reverberação nos instrumentos, especialmente na bateria, enquanto os riffs do Steve Swanson ganham um ar mais arrastado e sombrio, mas tudo ficou bastante exagerado e sem precisão. O repertório até começa bem, mas depois vem um monte de canções chatas. No fim, é um disco mediano e muito exagerado. 

Melhores Faixas: Involuntary Movement Of Dead Flesh, Into The Crematorium, Ten Deadly Plagues, Shot In The Head 
Piores Faixas: Seed Of Filth, Bastard (fazendo cover de música do Motley Crue é foda né), Killed In Your Sleep, Murder Addiction

Unborn – Six Feet Under





















NOTA: 8,7/10


Foi só em 2013 que eles voltaram lançando mais um disco, o Unborn (que, por sinal, que capa sem nexo). Após o Death Rituals, a banda passou por uma reestruturação radical com as saídas do baterista Greg Gall e do baixista Terry Butler. Chris Barnes recrutou músicos que vinham de outras vertentes do Metal extremo. Com isso, houve uma tríade de guitarristas, com a permanência de Steve Swanson e as inclusões de Ola Englund e, em determinados momentos, Ben Savage, além da entrada do baixista Jeff Hughell e do baterista Kevin Talley. A produção, conduzida em sua maioria por Chris Barnes, trouxe uma abordagem bem mais limpa e moderna, com os riffs sendo bem nítidos, o baixo e a bateria afiados, com blast beats cirúrgicos e grooves quebrados. Os vocais de Barnes, ainda que extremamente guturais, são mais variados em termos de entonação e ritmo. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem dinâmicas. No geral, é um disco legal e que seria o último suspiro da banda. 

Melhores Faixas: Zombie Blood Curse, Prophecy, Inferno 
Vale a Pena Ouvir: Alive To Kill You, Psychosis, Neuro Osmosis, Decapitate

Crypt Of The Devil – Six Feet Under





















NOTA: 2,5/10


Se passaram dois anos e o Six Feet Under volta lançando mais um disco, o Crypt of the Devil. Após o Unborn, Chirs Barnes decidiu fazer colaboração externa completa: embora lançado sob o nome Six Feet Under, o álbum foi praticamente um projeto conjunto comm os membros do Cannabis Corpse (um grupo de Death Metal/paródico com forte influência, obviamente, no Cannibal Corpse). O principal colaborador foi Phil Hall, que gravou as guitarras, o baixo e coescreveu todas as músicas. O baterista Josh Hall, também do Cannabis Corpse, completou o time de estúdio. A produção, como era de se esperar, foi feita por Chris Barnes, que seguiu para um lado mais moderno, com guitarras mais articuladas e uma bateria crua, mas seus vocais acabaram ficando muito desequilibrados. O repertório é bem ruim, e apesar de as canções serem sérias, parecem ter saído de uma banda de adolescentes espinhentos, tendo pouca coisa que se salva. Enfim, é um disco péssimo e esquecível. 

Melhores Faixas: Lost Remains, Stab 
Piores Faixas: Compulsion To Brutalize, Lost Remains, Slit Wrists, The Night Bleeds

Torment – Six Feet Under





















NOTA: 1/10


E aí se passou mais um intervalo de dois anos e o Six Feet Under lança mais um trabalho novo, o Torment. Após o Crypt of the Devil, a banda apareceu com uma nova parceria entre Chris Barnes e o guitarrista Jeff Hughell (também responsável pelo baixo e pela composição de todas as músicas). Hughell é conhecido por sua habilidade técnica, especialmente no uso do baixo de seis cordas, e para a bateria foi chamado Marco Pitruzella. A produção, conduzida como sempre pelo próprio Chris Barnes, seguiu por um caminho mais agressivo: os instrumentos têm camadas densas, a bateria é seca, o baixo aparece com destaque (especialmente nos solos e passagens rápidas) e a guitarra soa afiada, só que tudo é destruído pela vocalização de Barnes, que mesmo fazendo aqueles guturais, mostrou estar cantando muito mal, parecendo que tá com o nariz entupido. O repertório é simplesmente terrível, e as canções são muito genéricas. Enfim, é um disco tenebroso e vazio. 

Melhores Faixas: (....................................) 
Piores Faixas: Obsidian, Bloody Underwear, In The Process Of Decomposing, Sacrificial Kill, Schizomaniac

Nightmares Of The Decomposed – Six Feet Under





















NOTA: 1,2/10


Chegando na época da pandemia, foi lançado mais um disco do Six Feet Under, o Nightmares of the Decomposed. Após o péssimo Torment, aconteceu a entrada do Jack Owen (ex-guitarrista fundador do Cannibal Corpse). A colaboração entre Chris Barnes e Owen prometia trazer de volta a brutalidade clássica dos anos 90 com uma roupagem moderna, além de contar com a entrada do guitarrista Ray Suhy e com Jeff Hughell tendo menos destaque, ficando mais restrito ao baixo. A produção, feita por Barnes junto com Chris Carrol, trouxe uma sonoridade bem abrangente. O destaque técnico, sem dúvida, está nos riffs de Jack Owen, que são bem encorpados, pesados e criativos. Só que o grande problema, novamente, são os vocais horríveis do Barnes, e pior: eles estão mal mixados, porque às vezes ele fica baixo demais. O repertório, nem preciso dizer, é péssimo, e as canções são todas bem genéricas. Em suma, é um disco pavoroso e simplesmente ridículo. 

Melhores Faixas: (...........eu mereço...........) 
Piores Faixas: Labyrinth Of Insanity, The Rotting, Zodiac, Dead Girls Don't Scream

Killing For Revenge – Six Feet Under





















NOTA: 1/10


Então chegamos ao último álbum até o momento deles, lançado no ano passado, o Killing for Revenge. Após o horroroso Nightmares of the Decomposed, neste projeto a colaboração entre Chris Barnes e Jack Owen ficou mais estreita, e agora eles compartilham a responsabilidade pela composição das letras. Barnes comentou que, ao revisar as letras, percebeu que todas giravam em torno do tema da vingança, seja entre seres humanos, contra si mesmos ou contra a natureza. A produção foi feita pela própria banda, apesar da supervisão do Brian Slagel. Aqui, eles apresentaram uma sonoridade mais robusta e refinada, e a instrumentação até tem seus momentos de destaque, porém não é nada dinâmico, com riffs do Owen e Ray Suhy que não se encaixam, mas nada que seja pior do que Chris Barnes cantando muito mal. O repertório é terrível, e as canções são simplesmente insuportáveis. No fim, é um disco horroroso e que poderia ser o último. 

Melhores Faixas: (...............ai que dor no meu ouvido.............) 
Piores Faixas: Spoils Of War, Compulsive, Accomplice To Evil Deeds, Neanderthal, When The Moon Goes Down In Blood

     Então é isso, um abraço e flw!!!        

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