terça-feira, 1 de julho de 2025

Analisando Discografias - John Frusciante: Parte 2

                 

Inside Of Emptiness – John Frusciante





















NOTA: 8,7/10


Poucos meses depois, foi lançado mais um disco do John Frusciante, o Inside of Emptiness. Após o The Will to Death, ele continuou com essa fase de lançar álbuns durante um período de seis meses, movida por uma filosofia artística mais intuitiva, crua e visceral, que marcou uma virada em sua carreira solo. Ele passou a rejeitar a superprodução e a estética polida dos grandes estúdios, buscando uma sonoridade mais orgânica, honesta e imperfeita. Aqui, ele decidiu seguir um caminho mais intenso. A produção seguiu aquela estética Lo-fi, com timbres crus, gravações diretas e pouca interferência digital. Além disso, contou novamente com o apoio do baterista Josh Klinghoffer, que, além da bateria, também colaborou com backing vocals e teclados, deixando uma sonoridade que lembra momentos do Indie Rock com uma pegada meio Noise. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem melódicas e suaves. No geral, é um disco bacana, que foi por um caminho mais emocional. 

Melhores Faixas: Look On, In Interior Two, A Firm Kick, Scratches 
Vale a Pena Ouvir: The World's Edge, Emptiness

A Sphere In The Heart Of Silence – John Frusciante & Josh Klinghoffer





















NOTA: 5,6/10


Então, lá pro final daquele trabalhoso ano de 2004, foi lançado o álbum colaborativo com Josh Klinghoffer, A Sphere in the Heart of Silence. Após o Inside of Emptiness, John, junto com seu parceiro, decidiu criar um álbum cuja base não é o Rock alternativo tradicional, mas sim uma fusão entre eletrônica abstrata, sintetizadores analógicos, voz processada e uma abordagem quase ambiental. A produção foi feita com máquinas analógicas, sintetizadores, samplers, bateria eletrônica e vocais altamente processados. Diferente dos outros álbuns da série, que eram mais centrados na guitarra e na performance orgânica, este é dominado por texturas digitais. Só que o grande problema é tudo ser densamente texturizado, com muito ruído, fazendo aquele formato glitcheado, mas deixando tudo sem forma e sem muita imersão. O repertório é irregular, tendo canções legais e outras bem vazias. Em suma, é um disco mediano que dava para ser melhor trabalhado. 

Melhores Faixas: Communique, Surrogate People 
Piores Faixas: Sphere, At Your Enemies

Curtains – John Frusciante





















NOTA: 8,2/10


Então, no ano seguinte, foi lançado o último álbum dessa saga, o emocional Curtains. Após o fraco A Sphere in the Heart of Silence, Frusciante optou por fechar esse ciclo com um disco essencialmente acústico, íntimo e despojado. Neste ponto, John já havia abandonado as exigências da indústria fonográfica e da superprodução, focando-se em expressar a alma de forma direta e sem adornos. A produção foi mais centrada na voz e no violão de Frusciante, com arranjos discretos que aparecem como ecos emocionais: um sopro de percussão, um backing vocal distante, uma segunda guitarra melódica. A produção é intencionalmente simples e sincera, com timbres crus, pequenas falhas mantidas e uma ambiência caseira, basicamente fazendo um Rock acústico com influências de Indie Folk, pique Neutral Milk Hotel (para quem conhece). O repertório é ótimo, e as canções são bem simples e relaxantes. No final, é um belíssimo disco, que vale a pena apreciar. 

Melhores Faixas: The Past Recedes, Ascension, Your Warning 
Vale a Pena Ouvir: The Real, Anne, Time Tonight

The Empyrean – John Frusciante





















NOTA: 8/10


Em 2009, foi lançado mais um trabalho dele que poderia ter sido o último, o The Empyrean. Após o Curtains, John Frusciante tirou um tempo para repensar sua direção artística. Durante esse hiato, ele saiu dos holofotes e se aprofundou em estudos espirituais, filosóficos e musicais, estudando harmonia, composição clássica e o uso avançado do estúdio como instrumento criativo. Criou um álbum conceitual sobre morte, renascimento e iluminação espiritual. A produção, feita como sempre por ele mesmo, trouxe uma sonoridade grandiosa, etérea e densa, mesclando Rock progressivo, psicodelia e elementos de música eletrônica, tudo com um senso de drama espiritual, e com ele tocando a maior parte dos instrumentos, assim como seu amigo Josh Klinghoffer. O repertório é bem legal, e as canções são todas melódicas, com camadas densas e profundas. No geral, é um ótimo disco e é uma pena que ele tenha lançado outros trabalhos que são simplesmente infames. 

Melhores Faixas: Central, Unreachable, Heaven 
Piores Faixas: God, One More Of Me, Before The Beginning


Analisando Discografias - Interpol

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