Scarred – No Motiv
NOTA: 5,6/10
Em 1998 foi lançado o verdadeiro 1º álbum da banda No Motiv, o Scarred, que apresentava alguns problemas. Formada em 1995 na cidade de Oxnard, Califórnia, a banda contava com Jeremy Palaszewski (vocalista e guitarrista), Max McDonald (guitarrista), Jeff Hershey (baixista) e Roger Camero (baterista), e surgiu em meio a um movimento crescente do Hardcore Melódico californiano, influenciada tanto pela estética do Skate Punk da Epitaph quanto por bandas emocionais da cena. Após muitos shows e a divulgação de demos, eles conseguiram gravar material próprio. A produção, feita por eles mesmos, é crua e direta, representando com fidelidade a energia dos shows da banda e o caráter DIY da cena californiana. Só que, claro, a mixagem não é bem-feita, evidenciando distorções, bateria agressiva e vocais viscerais, mas tudo parece sem identidade. O repertório é bem irregular, com canções interessantes e outras chatinhas. No final, é um disco mediano e muito sem identidade.
Melhores Faixas: True Reality, God Save, Tribute, False Trust
Piores Faixas: Out Of Reach, My Time, Somewhere, White Lies
And The Sadness Prevails ... – No Motiv
NOTA: 8,7/10
No ano seguinte, foi lançado o segundo álbum de estúdio da banda, o And the Sadness Prevails.... Após o Scarred, o No Motiv atraiu atenção suficiente para assinar com a Vagrant Records, que estava se consolidando como o principal selo do movimento Emo e Post-Hardcore da virada do milênio. Essa mudança de gravadora foi crucial: proporcionou uma estrutura mais sólida, recursos de produção melhores e, mais importante, tempo de estúdio para amadurecerem, só que houve mudanças na formação com a entrada de Roger Camero no lugar de Dave Brandon. A produção, conduzida por Trevor Keith, é limpa sem perder intensidade. Os vocais do Jeremy Palaszewski soam mais controlados e melódicos. As guitarras ganharam corpo e profundidade, com um uso mais expressivo de efeitos como reverb e delay, criando um equilíbrio entre o Rock alternativo e o Pop-Punk. O repertório é muito bom, e as canções são bem mais energéticas. Enfim, é um belo disco que mostrou um grande salto.
Melhores Faixas: Stay, The Waiting Hurt, Empty, Mid-Season Change
Vale a Pena Ouvir: Solemn, Somewhere, Nostalgia
Diagram For Healing – No Motiv
NOTA: 8/10
Dois anos depois, já na década de 2000, foi lançado mais um álbum da banda, o Diagram for Healing. Após o And the Sadness Prevails..., o No Motiv se diferenciava por combinar uma base vinda do Hardcore Californiano com uma entrega lírica profundamente introspectiva, sem soar fabricado ou Pop. Então, eles decidiram fazer um trabalho mais coeso, lapidado, sofisticado em estrutura e textura sonora, e onde a banda se encontra em um ponto de equilíbrio entre melodia e peso emocional. A produção, novamente conduzida por Trevor Keith, segue por um caminho mais cristalino, poderoso e emocionalmente eficaz. Tudo aqui soa mais espaçado, mais bem pensado, com camadas de guitarra com efeitos modulados e bateria precisa e dinâmica. E aqui integraram mais elementos do Emocore com Rock alternativo, apesar de deixarem muita coisa manjada. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem legais, mas há algumas fracas. Enfim, é um disco bom, mas que tem seus inconsistência.
Melhores Faixas: Celebrate, So Long, Broken And Burned, Let It Go, Born Again
Piores Faixas: Going Numb, To The Roots
Daylight Breaking – No Motiv
NOTA: 9/10
Então chegamos em 2004, quando foi lançado, infelizmente, o último álbum da banda até o momento, o Daylight Breaking. Após o Diagram For Healing, cena havia mudado: o Emo havia chegado ao mainstream, com bandas como My Chemical Romance e Jimmy Eat World atingindo grande visibilidade. Já o No Motiv, tomou um caminho inverso: em vez de suavizar sua música para agradar a novas audiências, optou por um som mais maduro e introspectivo, afastando-se do Hardcore Melódico e mergulhando numa estética mais voltada ao Rock alternativo e ao Post-Hardcore. A produção, feita pela própria banda, é quase cinematográfica, com texturas de guitarra em camadas, ambiências construídas com reverb e delay, batidas contidas, mas expressivas, e vocais mais limpos, com menos ênfase nos gritos emocionais. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas e diversificadas. Em suma, é um trabalho maravilhoso, e é uma pena que, após isso, só tenham lançado singles.
Melhores Faixas: Independence Day, Into The Darkness, Robot Eyes, Fall From Grace, Laid To Rest
Vale a Pena Ouvir: Grey Notes Fall, Death In Numbers