quinta-feira, 17 de julho de 2025

Analisando Discografias - Yellowcard: Parte 2

                            

One For The Kids – Yellowcard





















NOTA: 8,3/10


Pulando para 2001, o Yellowcard lançou mais um álbum, o One For The Kids, com a banda reformulada. Após o Where We Stand, o vocalista Ben Dobson acabou sendo demitido, e entrou Ryan Key como vocalista principal, que até então participava como vocal de apoio em alguns momentos. Sua entrada definitiva representou um divisor de águas. Ele não só assumiu os vocais, mas também trouxe novas ideias melódicas e uma veia mais emocional às composições, além de colaborar na guitarra. A produção foi feita por Darian Rundall, que colocou um equilíbrio entre o Pop-Punk mais energético e arranjos mais emotivos, impulsionados pelo uso inventivo do violino, um diferencial que a banda saberia explorar ainda mais em lançamentos futuros. Os vocais do Ryan deram uma nova vida à banda, que ficou muito mais encorpada. O repertório é muito bom, e as canções são bem animadas e com um toque de leveza. No final, é um ótimo disco que serviu como base. 

Melhores Faixas: Drifting, Cigarette, October Nights, Trembling 
Vale a Pena Ouvir: ★ Struck, Rock Star Land

Ocean Avenue – Yellowcard





















NOTA: 9,7/10


Dois anos depois, foi lançado o trabalho de maior sucesso deles, o Ocean Avenue. Após o One For The Kids, a entrada de Ryan Key como vocalista e guitarrista nesse período trouxe um novo foco melódico. Pouco depois, a banda lançou o EP The Underdog, só que o baixista Warren Cooke saiu, e, depois de várias tentativas de encontrar um substituto, entrou Alex Lewis. Com o sucesso do EP, chamaram a atenção da Capitol Records, que assinou com a banda e financiou a produção de seu primeiro álbum por uma gravadora major. A produção, feita por Neal Avron, trouxe uma sonoridade polida, vibrante e emocionalmente intensa, valorizando os elementos melódicos do Pop-Punk. O álbum equilibra energia e urgência juvenil com arranjos elegantes, impulsionados pelo violino do Mackin e pela bateria hiperativa do LP. O repertório é incrível, e as canções são carregadas de energia e peso. No fim, é um belíssimo disco e um clássico moderno. 

Melhores Faixas: Ocean Avenue, Breathing, Only One, Empty Apartment, Miles Apart, One Year, Six Months 
Vale a Pena Ouvir: Way Away, View From Heaven (isso aqui é meio que um Folk Punk), Inside Out

Lights And Sounds – Yellowcard





















NOTA: 9/10


Então, se passaram três anos e foi lançado o 5º álbum do Yellowcard, o Lights and Sounds. Após o Ocean Avenue, eles se viram no meio de um fenômeno mainstream que talvez nem eles mesmos esperassem. Contudo, o sucesso também trouxe pressão e desgaste interno. Entre turnês exaustivas e disputas pessoais, o baixista Alex Lewis foi demitido e substituído por Peter Mosely, que já havia sido brevemente membro da banda anos antes. Ben Harper também começava a sentir um desgaste. A produção, feita novamente por Neal Avron, seguiu por um lado mais denso e cru, abraçando o Rock alternativo moderno, com elementos do Pop-Punk e até música orquestral. Ainda que mantenha algumas raízes melódicas, o disco é marcado por guitarras mais pesadas. O repertório narra a trajetória de Holly Wood, que funciona como um alter ego temático, com canções mais densas e conflituosas. No geral, é um trabalho conceitual bem interessante e preciso. 

Melhores Faixas: Rough Landing, Holly, Lights And Sounds, Martin Sheen Or JFK, Waiting Game, Sure Thing Falling 
Vale a Pena Ouvir: Space Travel, Words, Hands, Hearts, Two Weeks From Twenty

Paper Walls – Yellowcard





















NOTA: 8,6/10


No ano seguinte, eles retornaram lançando mais um trabalho novo: o imersivo Paper Walls. Após o Lights and Sounds, o Yellowcard enfrentou uma fase turbulenta e decisiva. A recepção mais morna (em comparação ao sucesso anterior) afetou emocionalmente a banda e também o público, gerando dúvidas sobre o futuro do grupo. Além disso, houve mais uma troca na formação: o guitarrista original Ben Harper foi substituído por Ryan Mendez. Então, eles retornaram ao Pop-Punk que os consagrou, mas sem abrir mão da maturidade lírica e da sofisticação sonora que haviam desenvolvido. A produção, feita pelo mesmo produtor, foi mais refinada e equilibrada, com destaque para o entrosamento entre os músicos e os arranjos dinâmicos, que variam entre o peso alternativo, a melodia Punk e momentos introspectivos. O repertório ficou bem legal, e as canções são mais melódicas e reflexivas. Em suma, é um ótimo álbum, com muita consistência. 

Melhores Faixas: Shrink The World, Afraid, Fighting, Cut Me, Mick 
Vale a Pena Ouvir: Shadows And Regrets, Keeper, Paper Walls

When You're Through Thinking, Say Yes – Yellowcard





















NOTA: 8,5/10


Quatro anos depois, foi lançado mais um disco interessante da banda, o When You're Through Thinking, Say Yes. Após o Paper Walls, o Yellowcard decidiu dar uma pausa para descansar da intensa rotina de turnês e lidar com questões pessoais. Durante esse período, o vocalista Ryan Key e o guitarrista Sean O'Donnell chegaram a formar um projeto acústico. E foi só em 2010 que Sean assumiu o baixo no lugar do Peter Mosely, e o resto da formação se manteve praticamente o mesmo. A produção seguiu praticamente igual, sendo bem limpa e focada nas melodias e nas letras, e tudo soa íntimo, urgente e emocionalmente honesto. Com um foco mais pessoal, voltado para canções que falam de crescimento, reconciliação e maturidade emocional, o álbum mantém os elementos clássicos da banda. O repertório é muito bom, e as canções são mais diversificadas e animadas. No final, é um trabalho de ótima qualidade, embora um tanto esquecido pelos fãs. 

Melhores Faixas: For You, And Your Denial, Sing For Me, Hide 
Vale a Pena Ouvir: With You Around, See Me Smiling

Southern Air – Yellowcard





















NOTA: 3,1/10


Aí, no ano seguinte, foi lançado mais um trabalho deles, o fraquíssimo Southern Air. Após o When You're Through Thinking, Say Yes, a banda entrou em estúdio pouco depois para preparar um novo trabalho, novamente sob contrato com sua nova gravadora, a Hopeless Records. A única mudança foi mais uma troca de baixista, com o retorno do Josh Portman no lugar do Sean O’Donnell. A produção foi novamente a mesma, com um som limpo e mais cadenciado. Os arranjos buscam destacar o equilíbrio entre guitarras melódicas e distorcidas, a bateria acelerada de LP, os vocais emotivos do Ryan Key e, claro, o violino do Sean Mackin, que volta a ter grande protagonismo. O problema é que tudo soa bastante previsível e parece um monte de ideias reaproveitadas de forma imprecisa. O repertório é muito fraco, e as canções são bem desinteressantes, com poucas faixas que apresentam alguma profundidade. No geral, é um disco fraco e sem graça. 

Melhores Faixas: Sleep In The Snow, Tem, A Vicious Kind 
Piores Faixas: Rivertown Blues, Telescope, Southern Air, Surface On The Sun

Lift A Sail – Yellowcard





















NOTA: 2,5/10


Pulando para o ano de 2014, foi lançado mais um álbum do Yellowcard, o Lift a Sail. Após o Southern Air, aconteceu a saída do baterista Longineu W. Parsons III, o LP, e colocaram Nate Young em seu lugar. Além disso, a banda assinou com a gravadora Razor & Tie. Nesse período, Ryan Key enfrentava um momento profundamente pessoal e doloroso: sua esposa na época, a snowboarder Alyona Alekhina, havia sofrido um grave acidente que a deixou parcialmente paralisada, e isso permeou a composição desse trabalho. A produção, feita como sempre por Neal Avron, teve muito foco em guitarras rápidas e bateria acelerada. Optando por uma estética mais grandiosa, dando ênfase a camadas e a uma construção mais lenta das faixas. O problema é que acabou soando como um Pop Rock plastificado, no pique de um Maroon 5. O repertório é fraco, e as canções são terríveis, com poucas interessantes. Em suma, é um disco sem personalidade e de qualidade bastante questionável. 

Melhores Faixas: One Bedroom, Lift A Sail 
Piores Faixas: Convocation, Fragile And Dear, MSK, Madrid, Illuminate

Yellowcard – Yellowcard





















NOTA: 8/10


Dois anos depois, foi lançado o décimo e, até o momento, último álbum do Yellowcard, que foi autointitulado. Após o horrível Lift a Sail, que foi um completo fracasso, a banda acabou voltando, feito um cão arrependido, para a Hopeless Records. Então, decidiram criar um trabalho que trouxesse um ar de reflexão, maturidade e fechamento de ciclo, já que encerrariam suas atividades após a turnê desse disco. Contando novamente com a produção do Neal Avron e Ryan Key, eles seguiram por um caminho mais equilibrado e emocionalmente contido, retornando às influências melódicas do Pop-Punk e às paisagens sonoras do Rock alternativo em uma sonoridade coerente e com algumas camadas. Com isso, reuniram tudo o que aprenderam nos últimos trabalhos. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem profundas e melódicas. Enfim, é um belo trabalho de despedida, embora, posteriormente, a banda tenha retornado e esteja prestes a lançar um novo álbum. 

Melhores Faixas: The Hurt Is Gone, Savior's Robes 
Vale a Pena Ouvir: Got Yours, Fields & Fences, Leave A Light On
 

            Bom é isso, então flw!!!    

Review: The Same Old Wasted Wonderful World do Motion City Soundtrack

                   The Same Old Wasted Wonderful World – Motion City Soundtrack NOTA: 8,2/10 Dias atrás, o Motion City Soundtrack retornou, ...