sexta-feira, 18 de julho de 2025

Analisando Discografias - Pennywise

                           

Pennywise – Pennywise





















NOTA: 9,9/10


Em 1991, foi lançado o álbum de estreia autointitulado do Pennywise, que surgiu no momento certo. Formada em 1988 em Hermosa Beach, Califórnia, pelos integrantes Jim Lindberg (vocal), Fletcher Dragge (guitarra), Jason Thirsk (baixo) e Byron McMackin (bateria), a banda foi inspirada por grupos como Bad Religion e Minor Threat. Eles rapidamente se tornaram parte da efervescente cena do Hardcore californiano. Após dois EPs bem recebidos, a banda chamou a atenção da Epitaph Records e assinou contrato com o selo. A produção foi conduzida por eles mesmos, resultando em uma abordagem crua, mas coesa. O som é direto, com vocais potentes e guitarras afiadas, valorizando o impacto ao vivo da banda, casando com a honestidade e a urgência do conteúdo lírico, combinando a estética do Hardcore Melódico com o Skate Punk. O repertório é incrível, e as canções são bem energéticas e explosivas. No fim, é um excelente disco de estreia, que pavimentou o caminho para a cena. 

Melhores Faixas: Bro Hymn, The Secret, No Reason Why, Pennywise, Kodiak, Rules 
Vale a Pena Ouvir: Homeless, Wouldn't It Be Nice, Who's To Blame

Unknown Road – Pennywise





















NOTA: 9,1/10


Dois anos se passaram, e foi lançado o 2º álbum da banda californiana, o Unknown Road. Após o maravilhoso álbum de estreia, eles rapidamente se destacaram na nova onda Punk da Califórnia. Com letras críticas, energia explosiva e um som que misturava o hardcore dos anos 80 com melodias acessíveis, o quarteto chamou a atenção dos fãs e da cena independente. No entanto, o impacto comercial do debut foi limitado, e a banda precisava mostrar maturidade e consistência em seu próximo trabalho. A produção, conduzida por Joe Peccerillo, seguiu por um caminho um pouco mais limpo, mas sem perder a intensidade característica. A guitarra do Fletcher Dragge ganhou mais corpo, o baixo do Jason Thirsk pulsa de forma viva, e a bateria do Byron McMackin se mostra mais técnica. A performance do Jim Lindberg nos vocais também amadureceu, ficando mais expressiva. O repertório é muito bom, com canções bem mais críticas. Enfim, é um ótimo disco e muito sincero. 

Melhores Faixas: Dying To Know, You Can Demand, Time To Burn, It's Up To Me, City Is Burning 
Vale a Pena Ouvir: Give And Get, Unknown Road, Vices

About Time – Pennywise





















NOTA: 10/10


Se passaram mais dois anos e foi lançado um álbum simplesmente magnífico, o About Time. Após o Unknown Road, o Pennywise consolidou sua reputação na cena punk da Califórnia. Com mensagens positivas, energia crua e engajamento lírico, a banda ganhou notoriedade, especialmente entre o público jovem. No entanto, as tensões pessoais e emocionais começavam a se acumular, principalmente com o baixista Jason Thirsk, cuja luta contra o alcoolismo e a depressão influenciava profundamente as letras. A produção, feita por Jerry Finn e Brett Gurewitz (guitarrista do Bad Religion), é a mais limpa e balanceada da banda até então: todos os instrumentos soam nítidos, e a mixagem valoriza os vocais do Lindberg, os riffs densos de Fletcher e o baixo melódico do Thirsk, mostrando um domínio técnico, mas com aquela agressividade. O repertório é maravilhoso, e as canções são energéticas e divertidas. No final, é um baita disco e certamente um clássico. 

Melhores Faixas: Peaceful Day, It's What You Do With It, Waste Of Time, Same Old Story, Perfect People 
Vale a Pena Ouvir: Killing Time, Searching, Try

Full Circle – Pennywise





















NOTA: 10/10


No ano de 1997, foi lançado o 4º album deles, o clássico Full Circle, que chegou num momento dificil. Após o About Time, aconteceu a trágica morte do Jason Thirsk, que faleceu por suicídio em 29 de julho de 1996. Thirsk lutava contra o alcoolismo e a depressão. Originalmente, o Pennywise havia iniciado a pré-produção de um novo álbum com Jason, mas, após sua morte, a banda considerou seriamente encerrar as atividades. Eventualmente, decidiram seguir em frente, como forma de honrar sua memória e legado e baixista Randy Bradbury que já havia substituído nas turnês assumiu por definitivo. Produção feita pela banda junto com Eddie Ashworth, onde foram para uma sonoridade agressiva, densa, mas limpa o som é mais grosso, mais sombrio e urgente. Os riffs do Fletcher são mais distorcidos e baixo do Bradbury teve mais peso. Com isso, o repertório é maravilhoso, e as canções são todas profundas e energéticas. No fim, é outro album maravilhoso e um clássico do Punk. 

Melhores Faixas: Fight Till You Die, Society, You'll Never Make It, Bro Hymn Tribute (tem uma faixa oculta depois, que só toca um piano, homenageando o Jason), What If I, Date With Destiny, Did You Really 
Vale a Pena Ouvir: Broken, Running Out Of Time, Every Time

Straight Ahead – Pennywise





















NOTA: 9,2/10


Perto do final dos anos 90, foi lançado o 5º álbum de estúdio deles, o Straight Ahead. Após o Full Circle, marcado pelo luto pela morte do Jason Thirsk, o Pennywise passou por um processo de recuperação e reafirmação. A entrada de Randy Bradbury como baixista havia se consolidado, e a banda, agora mais coesa e determinada, voltou-se a um foco mais militante e direto, canalizando a raiva e a frustração para a crítica social e política, fazendo um disco que amplia os temas abordados anteriormente, mantendo a energia do Hardcore Melódico e reforçando o papel deles como banda de mensagem. A produção, feita por Darian Rundall junto com a banda, apresenta um som limpo, mas extremamente agressivo. A mixagem valoriza a força dos riffs e da bateria, deixando o baixo do Bradbury mais presente do que nunca. O repertório ficou bem legal, e as canções são bem melódicas e têm um toque mais animado. No fim, é um belo disco e bastante dinâmico. 

Melhores Faixas: My Own Way, Greed, My Own Country, Straight Ahead, Alien, Might Be A Dream 
Vale a Pena Ouvir: Victim Of Reality, American Dream, One Voice, Never Know

Land Of The Free? – Pennywise





















NOTA: 8,9/10


No ano de 2001, foi lançado mais um álbum do Pennywise, o Land of the Free?. Após o Straight Ahead, vendo que o contexto político estava bem tenso, isso antes dos atentados de 11 de setembro, eles decidiram colocar o dedo na ferida de forma mais agressiva, direta e combativa do que nunca. Este é, de longe, o álbum mais politizado e ideológico da banda, servindo quase como um panfleto Punk contra o autoritarismo, a corrupção, o imperialismo e a apatia social. A produção, feita por Joe Barresi junto com a banda, é nítida, poderosa e pesada. A mixagem favorece os riffs cortantes de Fletcher Dragge, o baixo denso do Randy Bradbury e os vocais raivosos e articulados do Jim Lindberg. Barresi soube equilibrar agressividade e clareza. As músicas são curtas, diretas e com bastante variação nos arranjos. Falando nisso, o repertório ficou muito bom, e as canções são bem energéticas e carregadas de crítica. No final, é um ótimo disco, cheio de mensagem e ótimo para os fãs do Dead Fish. 

Melhores Faixas: Fuck Authority, It's Up To You, Land Of The Free?, Twist Of Fate 
Vale a Pena Ouvir: Set Me Free, My God, Divine Intervention, The World

From The Ashes – Pennywise





















NOTA: 8,7/10


Então se passaram dois anos e foi lançado mais um trabalho deles, o From the Ashes. Após o Land of the Free?, esse novo trabalho chegou num momento em que o mundo ainda digeria as consequências dos atentados de 11 de setembro, da Guerra do Iraque e da política interna cada vez mais autoritária dos Estados Unidos sob o governo Bush. E se anteriormente eles haviam feito um ataque frontal às estruturas de poder, agora a banda voltava com um disco que mistura conscientização política, resistência emocional e otimismo combativo. A produção, feita novamente por Darian Rundall junto com a banda, trouxe uma sonoridade mais limpa, potente e bem balanceada. A produção é menos crua e mais acessível do que em discos anteriores, com atenção especial às melodias vocais e variações rítmicas, como os riffs do Fletcher Dragge, que estão mais agressivos. O repertório é bem legal, e as canções são mais melódicas. No geral, é um disco bacana e coeso. 

Melhores Faixas: Yesterdays, Rise Up, Holiday In The Sun, Something To Change 
Vale a Pena Ouvir: Look Who You Are, Judgment Day, God Save The USA, Falling Down

The Fuse – Pennywise





















NOTA: 5,2/10


Indo para 2005, foi lançado um trabalho fraquíssimo do Pennywise, intitulado The Fuse. Após o From the Ashes, que abordava temas de reconstrução e esperança, o novo álbum marcaria um retorno à agressividade sonora e ao discurso direto, com mais peso, urgência e um tom mais sombrio, fazendo um trabalho mais direto, voltado à frustração e resistência, com menor ênfase na esperança e mais na denúncia. A produção foi praticamente a mesma, só que com menos polimento que o anterior, destacando o peso da guitarra e o vocal gritado do Lindberg. E mesmo com a bateria do Byron McMackin sendo cortante, com viradas intensas, não salva um som previsível, que parece reaproveitar arranjos de coisas que a banda já tinha feito antes, só que sem qualquer vibração. O repertório é bem irregular, e as canções são genéricas, com poucas realmente interessantes. Enfim, é um álbum mediano e que faltou uma moldagem. 

Melhores Faixas: Stand Up, Premeditated Murder, Knocked Down, The Kids 
Piores Faixas: 18 Soldiers, Closer, 6th Avenue Nightmare, Dying

Reason To Believe – Pennywise





















NOTA: 3,4/10


Mais um intervalo de dois anos se passa, e foi lançado mais um álbum do Pennywise, o fraquíssimo Reason to Believe. Após o The Fuse, esse período foi marcado por mudanças no cenário do punk/hardcore, com a banda tentando se manter relevante e fiel às suas raízes, mas buscando também uma sonoridade que dialogasse com o novo momento da banda e do mundo. Em um contexto em que, como já sabemos, o Emo predominava no mainstream, a banda passava por alguns problemas internos. Com a produção conduzida por Cameron Webb, que manteve o peso característico da banda, mas com um acabamento mais contemporâneo, que valoriza a clareza dos instrumentos e dos vocais, tornando as melodias e letras mais acessíveis, tudo acabou ficando muito sem alma, parecendo algo comprimido e sem moldagem. O repertório é muito ruim, e as canções são fraquíssimas, com poucas que se salvam. No geral, é um disco péssimo e sem compressão. 

Melhores Faixas: The Western World, Affliction, Confusion 
Piores Faixas: All We Need, Nothing To Lose, Brag, Exaggerate & Lie, It's Not Enough To Believe

All Or Nothing – Pennywise





















NOTA: 7,1/10


Em 2012, foi lançado o 10º álbum de estúdio, o All or Nothing, que trouxe algumas mudanças. Após o péssimo Reason to Believe, o vocalista Jim Lindberg decidiu sair da banda por divergências musicais, e em seu lugar entrou Zoli Téglás. Esse trabalho surgiu para ser uma crítica ao cenário político e social global agitado, com crises econômicas, movimentos sociais e questionamentos sobre justiça e desigualdade, meio que de volta às suas raízes. A produção, conduzida por Cameron Webb, seguiu uma sonoridade mais polida e moderna, sem perder a crueza típica do Hardcore Melódico. O som é mais “redondo”, com guitarras encorpadas e bateria bem destacada, mantendo a urgência, mesmo com algumas repetições. Os vocais do Zoli aparecem com clareza, sendo bem controlados, equilibrando agressividade e melodia. O repertório é bem legal, com canções bem energéticas e outras descartáveis. Enfim, é um ótimo disco e que é bem subestimado. 

Melhores Faixas: Revolution, Let Us Hear Your Voice, All Or Nothing, X Generation 
Piores Faixas: We Have It All, Songs Of Sorrow, United
 

Yesterdays – Pennywise





















NOTA: 5/10


Dois anos depois, foi lançado mais um álbum deles, o Yesterdays, que seria um retorno às suas raízes. Após o All or Nothing, Zoli Téglás machucou as costas durante um show, e a turnê foi cancelada até que ele se recuperasse, mas ele acabou saindo da banda e pediu para que Jim Lindberg retornasse, o que de fato aconteceu. Além disso, para esse trabalho, eles reuniram faixas inéditas da época em que saudoso Jason Thirsk, ex-baixista da banda, ainda estava no grupo. A produção, feita por Ian Petersen, apresentou uma sonoridade crua que remete à banda nos anos 90, com baixos bem marcados, guitarras secas, bateria sem truques de estúdio e os vocais expressivos de Lindberg. Porém, tudo ficou bagunçado, parecendo algo feito às pressas, apenas para soar comprimido como no início da carreira. O repertório é mediano, com canções boas e outras sem emoção. Enfim, é um trabalho irregular e sem coesão. 

Melhores Faixas: Public Defender, Am Oi!, Violence Never Ending 
Piores Faixas: No Way Out, Slow Down, Restless Time

Never Gonna Die – Pennywise





















NOTA: 5,8/10


Quatro anos se passaram, e foi lançado o último álbum até o momento do Pennywise, o Never Gonna Die. Após o Yesterdays, a banda decidiu fazer algo que segue a estética padrão deles, mas com um toque moderno e um pouco mais de energia. Tanto que o título é uma declaração de que, apesar das adversidades, o Pennywise continua firme, “nunca vai morrer”. Isso reflete a mentalidade da banda frente às mudanças no cenário musical e nas questões sociais globais. A produção, feita por Cameron Webb, tentou equilibrar clareza e peso, valorizando a força dos riffs do Fletcher Dragge e a bateria incisiva do Byron McMackin. Os vocais do Lindberg continuam mais variados, conferindo dinâmica às músicas. O baixo do Randy Bradbury ficou mais consistente. Mas tudo continua sem muita energia, faltando mais dinâmica em momentos que deveriam ser mais animados. O repertório é bem mediano, com canções legais e outras fraquíssimas. Enfim, é um trabalho irregular e sem precisão. 

Melhores Faixas: Live While You Can, Won't Give Up The Fight, American Lies, Can't Be Ignored 
Piores Faixas: Never Gonna Die, All The Ways U Can Die, A Little Hope, She Said

 

       Bom é isso, então flw!!!   

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