domingo, 31 de agosto de 2025

Analisando Discografias - The Cure: Parte 1

                 

Three Imaginary Boys – The Cure





















NOTA: 9,4/10


Em 1979, o The Cure lançava seu album de estreia, o Three Imaginary Boys (capa icônica). Formada em 1976 na cidade de Crawley (West Sussex), com Robert Smith (guitarra/vocal), Michael Dempsey (baixo) e Lol Tolhurst (bateria), sob o nome Easy Cure. Inicialmente mais influenciados pelo Punk, rapidamente se conectaram ao emergente Post-Punk. Após vencerem uma audição para a gravadora Fiction (subsidiária da Polydor), ganharam a chance de gravar o primeiro LP. Produção feita pelo Chris Parry, que acreditava no potencial do trio. No entanto, Robert Smith mais tarde se mostrou insatisfeito com a forma como Parry interferiu. Ainda assim, a produção ajudou a definir o caráter cru e direto do trabalho: guitarras cortantes, baixo seco em destaque e bateria minimalista. Com um repertório incrível, e com canções bem minimalistas e algumas envolventes. No fim, é um belo disco de estreia e que mostrava uma banda com potencial absurdo. 

Melhores Faixas: Grinding Halt, Fire In Cairo, 10:15 Saturday Night, Three Imaginary Boys, Another Day, So What? 
Vale a Pena Ouvir: Object, Foxy Lady, It's Not You

Seventeen Seconds – The Cure





















NOTA: 9,9/10


Aí entra a década de 1980 (e começava a era de ouro do The Cure), com seu segundo álbum, o Seventeen Seconds. Após o Three Imaginary Boys, a banda chamou atenção na cena Post-Punk britânica, mas Robert Smith sentia que a direção musical não estava coerente com sua verdadeira visão. Ao mesmo tempo, Smith começou a se aproximar da atmosfera sombria e minimalista que definiria o gótico, além disso, houve mudanças na formação, com a entrada de Simon Gallup no lugar de Michael Dempsey, acompanhado pelo tecladista Matthieu Hartley. A produção conduzida por Robert Smith junto com Mike Hedges, o som aqui é construído a partir do minimalismo, apostando em reverberações, espaços vazios e climas cinzentos, criando a estética que se tornaria marca do Gothic Rock. O repertório é maravilhoso e as canções ficaram mais sombrias, com aquela energia característica. No final, é um baita disco, que mostrou que eles evoluíram bastante. 

Melhores Faixas: A Forest, Play For Today, Secrets, Seventeen Seconds, M 
Vale a Pena Ouvir: In Your House, At Night

Faith – The Cure





















NOTA: 9,7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um disco do The Cure, o Faith, que foi ainda mais sombrio. Após o Seventeen Seconds, o sucesso de A Forest deu projeção internacional, mas Robert Smith sentia que aquele álbum era apenas o início de uma busca por uma sonoridade mais profunda. A turnê foi extremamente desgastante emocionalmente para ele, e tudo isso serviu como tom para o próximo disco. Além disso, o tecladista Matthieu Hartley havia sido demitido, e com isso o som retornaria ao minimalismo. A produção, feita pela banda junto com Mike Hedges, resultou em uma gravação menos rápida que a anterior, com mais experimentações e um som mais cinzento e opressivo. O baixo do Simon é quase hipnótico; a bateria de Tolhurst é seca e fúnebre; as guitarras de Smith alternam entre dedilhados melancólicos e camadas atmosféricas; e os teclados são usados de forma discreta. O repertório é incrível e as canções são bem dinâmicas. Enfim, é mais um belo disco e outro clássico deles. 

Melhores Faixas: The Funeral Party, Primary, The Holy Hour, Doubt 
Vale a Pena Ouvir: Faith, All Cats Are Grey

Pornography – The Cure





















NOTA: 10/10


Entrando no ano de 1982, foi lançado o excepcional e atemporal Pornography, o 4º álbum do The Cure. Após o Faith, Robert Smith se via em um estado psicológico cada vez mais instável. O desgaste das turnês, o abuso de drogas e álcool e a obsessão por mergulhar em temas existenciais fizeram com que o clima interno da banda fosse extremamente pesado. A relação entre Smith e Simon Gallup entrou em colapso durante o processo, marcada por brigas intensas, inclusive físicas. Então, nosso querido Robertinho pensou se deveria continuar nessa sonoridade. A produção, feita por Phil Thornalley junto com a banda, resulta em um som deliberadamente claustrofóbico, denso e opressivo, sendo uma espécie de muro sonoro saturado de ecos, guitarras distorcidas e camadas de sintetizadores sombrios, todas aquelas características do Post-Punk e do Gótico. O repertório é maravilhoso, soando quase como uma coletânea. No fim, é um disco sensacional e certamente uma obra-prima. 

Melhores Faixas: One Hundred Years, The Hanging Garden, A Strange Day, Siamese Twins Vale a Pena Ouvir: The Figurehead, Cold

Japanese Whispers – The Cure





















NOTA: 7/10


Aí entra mais um ano, e foi lançada uma coletânea (com raridades e inéditas) intitulada Japanese Whispers. Após Pornography, a relação com Simon Gallup implodiu e ele deixou o grupo após uma briga na turnê. Isso deixou Smith praticamente sozinho como força criativa, com Lol Tolhurst ainda presente, mas em um papel cada vez mais secundário. Sem direção clara e sentindo que a banda não poderia continuar na mesma trilha suicida, ele decidiu seguir para um lado mais leve. A produção foi diversificada, contando com Chris Parry, Phil Thornalley e outros em diferentes momentos, mas em todos houve uso de sintetizadores, caixas de ritmo e programações eletrônicas, refletindo tanto as tendências da época (New Wave, Synth-pop) quanto a necessidade de Smith reinventar o grupo, apesar de momentos bem simplistas. O repertório é bom, com canções bacanas e outras mais descartáveis. Em suma, é um trabalho legal, apesar de suas falhas e que serviria de base pro próximo album. 

Melhores Faixas: Let's Go To Bed, The Love Cats, The Dream 
Piores Faixas: Just One Kiss, Speak My Language

The Top – The Cure





















NOTA: 8/10


Entrando em 1984, o The Cure retorna lançando outro álbum, o The Top, que seguiu para um caminho mais acessível. Após o Japanese Whispers, a banda vivia um período de reinvenção criativa. Robert Smith havia reconstruído o grupo praticamente sozinho, explorando novos sons mais leves e Pop, mas ainda carregando ecos da escuridão gótica de antes. Além disso, Lol Tolhurst passou a assumir os teclados e, com isso, entrou o baterista Andy Anderson. A produção, conduzida por David M. Allen, Chris Parry e pelo próprio Robert Smith, apresenta instrumentação diversificada: guitarras elétricas e acústicas, sintetizadores, bateria programada, percussão tribal e até elementos de música eletrônica e psicodélica. Há muita sobreposição de texturas, efeitos e camadas de produção que reforçam a sensação de caos controlado. O repertório é bem interessante, com canções melódicas e mais envolventes. No geral, é um disco bacana, mas muito subestimado. 

Melhores Faixas: The Caterpillar, Piggy In The Mirror 
Vale a Pena Ouvir: Bananafishbones, Dressing Up, Shake Dog Shake


                Bom é isso e flw!!!   

Analisando Discografias - ††† (Croses)

                  EP † – ††† (Croses) NOTA: 7,5/10 Lá para 2011, foi lançado o 1º trabalho em formato EP do projeto Croses (ou, estilisticam...