O Pior Disco do Ano – Froid
NOTA: 9,3/10
Pulando para 2017, mais precisamente para o final daquele ano, foi lançado o 1º álbum solo do Froid, O Pior Disco do Ano. Após o fim do UBR, o rapper começou a ganhar muita visibilidade, muito porque ele acabou fazendo uma parceria com a Pineapple Storm. Como já tinha viralizado por conta dos tempos com seu antigo grupo e com o maravilhoso single Pseudosocial, ele participou da cypher Poetas no Topo 2 e, nesse período, começou a preparar seu primeiro projeto. A produção foi conduzida por ele junto com Devasto Prod, Disstinto, Leo Casa 1, Luan LK e Pedro Lotto, buscando uma sonoridade bem orgânica, com beats secos e samples precisos, seguindo toda a estética do Boom Bap, Jazz Rap e Cloud Rap, além de algumas influências que lembram um pouco o Reggae. O repertório é incrível, e as canções são todas bem reflexivas e com muitas metáforas, algo bem característico dele. No fim, é um baita trabalho de estreia, cheio de profundidade.
Melhores Faixas: SK8 do Matheus, Lamentável, Pt. III (começo da ‘‘parceria’’ entre Froid e Cynthia Luz), Vida Loka, Pt. 3 (BK’ indo bem demais), Chuva, Negro É Foda, Debate Sobre a Indústria
Vale a Pena Ouvir: Déjà-Vu (Makalister com aquelas superavançadas), Fran's Café
Teoria do Ciclo da Água – Froid
NOTA: 8,7/10
No ano seguinte, o Froid lançava seu 2º álbum, intitulado Teoria do Ciclo da Água. Após O Pior Disco do Ano, o rapper continuava a ganhar bastante respeito pelo seu lado poético e filosófico, que havia apresentado anteriormente, e, falando mais uma vez da Pineapple, acabou participando do, de certo modo, esquecido Poesia Acústica 4. Após isso, foi preparar mais um trabalho que fosse mais ambicioso. A produção foi conduzida por ele mesmo, junto com Nobre Beats, que optaram por uma abordagem bem diferente, seguindo muito mais a estética do Trap, que começava a se estabelecer no Brasil, largando toda aquela conexão com o Boom Bap. Mas isso não ficou ruim, já que as beats são bem minimalistas e com um toque mais imerso, que casa com os flows diferenciados dele. O repertório é bem legal, tendo canções bem críticas e voltadas para um lado mais melódico. No geral, é um ótimo trabalho, que foi injustamente menosprezado.
Melhores Faixas: Teoria do Ciclo da Água, Lamentável, Pt. 2 (Sampa lembrando os tempos do UBR), Q?, Blogueira (boa feat do Don L)
Vale a Pena Ouvir: Cristal, Alaska, Pt. 2 (Cynthia indo bem aqui), Colibri
Oxigênio (Corona Disco) – Froid
NOTA: 8/10
Dois anos se passaram, e foi lançado o seu 3º álbum de estúdio, o Oxigênio (Corona Disco). Após o Teoria do Ciclo da Água, Froid continuou focado em se atualizar, principalmente por ter, de certo modo, abraçado as influências do Trap. Enquanto isso, ele participou de mais alguns Poesias Acústicas, junto com Cynthia Luz (8 e Paris). Falando nela, tirando o fato de que já estavam namorando, eles também lançaram um álbum colaborativo completamente esquecível, intitulado Sol. Com tudo isso, nosso mano Renato preparava um trabalho mais diferenciado. A produção, feita como sempre por ele, contou também com DJ LM e Santzu, e seguiu uma sonoridade bem orgânica. Dessa vez, ele juntou de tudo, colocando Trap junto com momentos puxados para o Cloud Rap, R&B e Boom Bap, mas mantendo uma boa imersão nos beats. O repertório ficou bem interessante, tendo canções ousadas e profundas. Enfim, é um trabalho bem legal e ousado.
Melhores Faixas: Sem Teto, Tio Phill (Rincon Sapiência amassou demais)
Vale a Pena Ouvir: Indea Moss (Sampa de novo indo bem), Best Friend, Lupa Nova
Gado – Froid
NOTA: 8,5/10
Pulando para 2022, o Froid lançava mais um álbum, intitulado Gado, que seguiu um lado bem variado. Após o Oxigênio (Corona Disco), ele acabou focando em outros projetos naquele período de pandemia, como, por exemplo, a criação do podcast Enxuga Gelo, que chegou a ser apadrinhado pelo pessoal do Flow naquele período de auge dos podcasts no Brasil. Com o tempo, ele começou a trabalhar em um projeto mais conceitual, que vai do Gado político, ao Gado romântico e ao Gado existencial, ou seja, falando de temas sociais, intimistas e de alienação. A produção foi bem diversificada, contando com a colaboração de Leo Casa 1, Honaiser, Nagalli, Bvga Beatz e outros, que seguiram uma sonoridade bastante variada, majoritariamente puxada para o Trap, mas também incluindo Neo-Soul, Drill, Boom Bap e até Manguebeat, tudo de forma bem amarrada. O repertório é extenso, com todas as canções muito bem trabalhadas. No geral, é um álbum bacana e muito bem executado.
Melhores Faixas: Fantasmas (Makalister de interlúdio e que música FODA do Froid), Bala (Veigh pré-Dos Prédios), Indústria do Medo, Baila, Malandragem
Vale a Pena Ouvir: Fanfic (Makalister agora no Spoken Word), Clareou, O Homem Cinza (influência clara em Chico Science & Nação Zumbi), AFF
OgEMr – Froid
NOTA: 2/10
No ano seguinte, o Froid lançava uma espécie de mixtape, intitulada OgEMr, que foi mais modernosa. Após o Gado, Froid acabou tendo uma ideia que não foi das melhores: rejuvenescer sua abordagem e ampliar seu alcance para o público mais jovem. Tentando acompanhar a cena do Trap, que estava evoluindo, ele decidiu focar em um projeto mais ambientado nesse subgênero. A produção foi feita por ele junto com Ecologyk, seguindo uma abordagem mais polida e densa, com beats mais envolventes e dinâmicos, com bastante uso de autotune e um foco quase eletrônico. Porém, tudo ficou bastante sem graça, nada conseguiu se encaixar, e ainda há muita oscilação na mixagem. O repertório é fraquíssimo, as canções são todas medíocres, com poucas interessantes, se não for por conta das feats. Enfim, é um trabalho péssimo e bastante esquecível.
Melhores Faixas: PRODUTO CARO (Tchelo levando som para ele), DESCONSIDERA (Leviano salvando total)
Piores Faixas: 100K, ARGENTINA, BABY MAMA (Vitão KKKKKKKKKKKKKKK)
Então é isso e flw!!!