terça-feira, 12 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Mac Miller: Parte 2

                 

The Divine Feminine – Mac Miller





















NOTA: 8,7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um álbum intitulado The Divine Feminine, que seguiu um lado mais sofisticado. Após o GO:OD AM, Mac Miller havia superado parte dos problemas mais intensos com o vício e estava em um relacionamento sério com Ariana Grande, o que influenciou diretamente o tom mais romântico e intimista deste novo projeto. A ideia inicial era para ser um EP voltado a explorar o amor em todas as suas formas, mas Mac acabou se aprofundando tanto no conceito que transformou o trabalho em um álbum completo. A produção foi, como sempre, bem diversificada, novamente com a participação do ID Labs e DJ Dahi, além de contar com Frank Dukes, Tae Beast e outros, que fizeram uma abordagem riquíssima em influências do Neo-Soul, Jazz Rap, R&B contemporâneo e Funk. Os arranjos têm metais orgânicos, linhas de baixo encorpadas, teclados elétricos e batidas que variam entre o suave e o swingado. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem melódicas e profundas. No geral, é um álbum incrível e bem conceitual. 

Melhores Faixas: Dang! (Anderson .Paak entregou demais), Stay, God Is Fair, Sexy, Nasty (feat interessante do Kendrick Lamar – reencontro desde XXL Freshman 2011), Soulmate
Vale a Pena Ouvir: My Favorite Part (até que Ariana Grande foi bem), Cinderella (boa feat do Ty Dolla $ign)

Swimming – Mac Miller





















NOTA: 10/10


Então chegamos ao fatídico ano de 2018, quando foi lançado seu 5º álbum e último em vida, o maravilhoso Swimming. Após o The Divine Feminine, Mac atravessou um período conturbado: o término do seu relacionamento com Ariana Grande foi amplamente divulgado, além de problemas legais e recaídas emocionais. O disco nasce como um desabafo e, ao mesmo tempo, como uma tentativa de autoterapia. A produção foi, como sempre, muito diversificada, trabalhando junto com Jon Brion, DJ Dahi, Steve Lacy e até J. Cole, que adotaram uma abordagem refinada, misturando Jazz Rap, Neo-Soul, Funk e R&B alternativo com um toque de psicodelia. O som é denso e melancólico, mas ao mesmo tempo suave, com arranjos que variam de grooves ensolarados a atmosferas flutuantes. O repertório é simplesmente maravilhoso, e as canções são todas bem imersivas. No final, é um baita disco e certamente uma obra-prima do Rap, pena que ninguém imaginava o que viria depois. 

Melhores Faixas: Self Care, Small Worlds, Come Back To Earth, 2009, Ladders, Hurt Feelings
Vale a Pena Ouvir: What's The Use?, So It Goes, Dunno

Circles – Mac Miller





















NOTA: 10/10


Dois anos depois, foi lançado o 1º trabalho póstumo de Mac Miller, o sensacional Circles. Após o Swimming, o rapper começou a preparar esse álbum como complemento do anterior, mas infelizmente faleceu em sua casa, em Los Angeles, devido a uma overdose de drogas. No relatório oficial, foi definido que a causa da morte foi “toxicidade mista por drogas”, causada por uma combinação de álcool, cocaína e fentanil. Jon Brion, que havia passado muito tempo com ele no estúdio, assumiu a responsabilidade de concluir o projeto junto com Shea Taylor, Eric Dan e outros, adotando uma abordagem minimalista e profundamente orgânica. Com uso de baixo, bateria, teclas suaves, cordas e texturas ambientais. Com influência de Neo-Soul, Indie Pop e R&B alternativo, ele se distancia um pouco do Rap tradicional. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas bem profundas. No fim, é outro trabalho fantástico que mostrou, mais uma vez, por que ele era fora da curva. 

Melhores Faixas: Good News, Everybody, Surf, Complicated, Circles, Hand Me Downs 
Vale a Pena Ouvir: Blue World, Hands, I Can See

Balloonerism – Mac Miller





















NOTA: 9,5/10


Então chegamos ao início deste ano, quando foi lançado mais um trabalho póstumo de Mac Miller, o Balloonerism. Após o maravilhoso Circles, o espólio do rapper decidiu resgatar um material gravado entre 2014 e meados de 2016, concebido mais precisamente na época da mixtape Faces. O projeto foi adiado por Mac, possivelmente porque não se encaixava exatamente no que ele queria entregar ao público naquele momento. A produção, conduzida pelo próprio rapper sob o pseudônimo do Larry Fisherman, contou também com Thundercat, Ronald Bruner Jr. e outros, que seguiram para uma abordagem orgânica, priorizando um ambiente quase íntimo. Não é um som polido para as rádios, mas para ser ouvido com atenção, onde cada detalhe instrumental de baixo, bateria e afins tem espaço para respirar, focando na essência do Jazz Rap e do Rap experimental. O repertório é belíssimo, e as canções são todas bem leves. Em suma, é um trabalho maravilhoso e um dos melhores do ano. 

Melhores Faixas: Funny Papers, 5 Dollar Pony Rides, Stoned, Rick's Piano, Mrs. Deborah Downer, Do You Have A Destination? 
Vale a Pena Ouvir: Manakins, DJ's Chord Organ (SZA levou som para ela, mas ficou bom), Excelsior

     

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