domingo, 17 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Makalister: Parte 1

                 

Makalister Renton – Makalister





















NOTA: 7/10


Voltando a 10 anos atrás, o nosso querido jovem Maka lançava seu 1º trabalho no formato EP autointitulado. Makalister, que na época era Makalister Renton, começou sua trajetória por volta de 2013 em sua cidade natal, Florianópolis, e nesse período só lançava alguns singles, precisando se aperfeiçoar até que lançou esse 1º trabalho na correria. A produção foi conduzida por GGOSS junto com Beli Remour (nome que será importante para o futuro) e seguiu uma sonoridade diferenciada, fugindo dos clichês do Rap daquele período, com samples sinceros, timbres sincopados e batidas que valorizam tanto as letras quanto o clima reflexivo do trabalho, que se aproxima do lado mais experimental e se junta à estética do Rap abstrato. O repertório contém 4 faixas bem interessantes e completas. Enfim, para um trabalho de apresentação, ficou até que decente. 

Melhores Faixas: Ensaio Sobre o Sol, Flatsh 
Vale a Pena Ouvir: Flores de Galeano, Subway 24h

A Terça Parte da Noite – Makalister





















NOTA: 7,6/10


Em fevereiro de 2016, ele lançava mais um EP intitulado A Terça Parte da Noite. Após o EP Makalister Renton, o rapper passava por um momento em que ele assistia filmes e refletindo sobre questões existenciais, longe das convenções sociais e focando algo que pudesse amadurecer toda sua visão artística. Com um título sendo referência ao filme polonês de mesmo nome de Andrzej Żuławski, conhecido por sua narrativa surreal e atmosférica. Produção conduzida completamente pelo próprio Makalister, que ficou caracterizada por seguir a estética do Boom Bap e Jazz Rap e colocando instrumentais limpos, que servem como pano de fundo para suas letras introspectivas e cinematográficas. O repertório novamente contem 4 faixas muito boas e que vão para um lado mais cheio de metáforas. No fim, é um belo trabalho e que seguiu bem seu conceito. 

Melhores Faixas: A Terça Parte da Noite Não Dormi, Amores Perros 
Vale a Pena Ouvir: A Vida e Suas Voltas Redondas, Exercício de Elogio a Mulheres Que Amei

Laura Müller Mixtape – Makalister





















NOTA: 8/10


Alguns meses depois foi lançada, de certo modo cultuado Laura Müller Mixtape. Após A Terça Parte da Noite, ele decidiu fazer um trabalho mais experimental, abordando temas íntimos e pessoais, refletindo a abordagem direta e sem tabus de suas letras. Tanto que o título faz referência à apresentadora de televisão e sexóloga Laura Müller, conhecida por tratar de sexualidade e relacionamentos. A produção foi feita inteiramente pelo próprio rapper, que criou beats que complementam sua visão artística. A sonoridade da mix é caracterizada por uma mistura de estilos, incluindo elementos de Jazz Rap, Trap e psicodelia, com uso de samples e distorções que enriquecem a atmosfera das faixas, além de se combinar com toda a lírica cheia de filosofias e metáforas. O repertório ficou bem legal, e as canções são todas reflexivas, com bastante variação nos arranjos. Enfim, é um ótimo trabalho e um dos melhores de sua carreira. 

Melhores Faixas: Pele que Abandono, O Tempo Nos Parece Mais Pesado Que o Físico Pt. 2, JovemBlvckFriday, Efieli Clothing Baunilha 
Vale a Pena Ouvir: Garotas Curtem Don L, Doce Bárbaros, Country Wine, Jovem Frozen

Mal dos Trópikos, Construindo a Ponte da Prata Roubada – Makalister





















NOTA: 9/10


Então chegamos em 2018, onde foi lançado enfim seu album de estreia intitulado Mal dos Trópikos, Construindo a Ponte da Prata Roubada. Após o Laura Muller Mixtape, o Makalister ganhou um certo destaque ao participar do 1º Poetas no Topo da Pineapple, muito por conta do seu verso cheio de metáforas que fez muita gente não entender nada, com muitos o injustiçado chamando o rapper de ruim (coisa de pessoas que tem alpiste no lugar do cérebro). Produção feita por Arit junto próprio Makalister, seguiu uma abordagem crua e introspectiva, mesclando elementos do Boom Bap, Jazz Rap e Trap com experimentações sonoras, incluindo samples, beats orgânicos e atmosferas cinematográficas e com toda aquela métrica do Rap abstrato. O repertório é incrível, e as canções são até mais cadenciadas so que sendo cheio de profundidade e criticas sociais. Em suma, é um belíssimo album de estreia e que é muito completo. 

Melhores Faixas: Da Era do Amor Virtual, Linhas Abissais, Spice Girl (Froid e Makalister pique Romário e Bebeto), D.A.Z.A. City, Bobby James (boa feat do Jovem Esco e Luccas Carlos), Corpos de Cera no Incêndio 
Vale a Pena Ouvir: Quando as Sombras Brilharem (Diomedes Chinaski amassando), Quando Observo a Cruz de Folga (Na Maratona de Queijos e Vinhos)

Extravagance Parfums – Makalister





















NOTA: 8/10


Mais um ano se passou, e Makalister lançava mais um trabalho, intitulado Extravagance Parfums, que foi para um lado mais instrumental. Após O Mal dos Trópikos, Construindo a Ponte da Prata Roubada, o rapper acabou decidindo fazer algo totalmente diferente: um álbum completamente instrumental, encarregado de experimentalismo. A produção, conduzida por ele mesmo, é focada em colagens sonoras, incluindo samples, beats orgânicos e atmosferas cinematográficas, seguindo uma estética voltada ao Rap experimental e com influências do Plunderphonics, que para quem não sabe é um gênero musical em que as faixas são construídas a partir de amostras de obras musicais reconhecíveis. Já o repertório contém 8 faixas muito boas, que caminham para um som atmosférico e até relaxante. Enfim, é um ótimo álbum, mas que acabou sendo esquecido. 

Melhores Faixas: No Straps, Your Neck 
Vale a Pena Ouvir: Thunderstorm, No Straps

ONDAS – Makalister & Beli Remour





















NOTA: 5,8/10


Se passaram sete meses e foi lançado um dos vários trabalhos colaborativos com Beli Remour, intitulado Ondas. Após o curioso Extravagance Parfums, Makalister havia lançado outra mixtape e acabou retomando sua parceria com Beli, que tinha produzido seu 1º EP (Makalister Renton) e que, naquele período, deixava de ser apenas produtor para começar a engatar também uma carreira como rapper. A produção, feita pela dupla, é caracterizada por uma sonoridade experimental e introspectiva, com influências do Rap abstrato e da música eletrônica. O álbum apresenta uma abordagem minimalista, com uso reduzido de bateria e foco nas letras e atmosferas sonoras, além de vários momentos que se voltam ao Trap e até ao R&B alternativo, mas há muita coisa que ficou excessivamente contida, deixando tudo bem cansativo. O repertório é irregular, com algumas canções interessantes e outras que poderiam ter sido descartadas. No geral, é um trabalho irregular e muito excessivo. 

Melhores Faixas: Fúton, Todo Mar, Solidão, Debaixo do Travesseiro, Mar de Dor, Janelas que Abri para o Vento, Gengivas 
Piores Faixas: Não Me Prendo a Nada 2, Ondas, Flechas, Veleiro, Fantasias 2, Pressões Momentâneas, Princesinha Frozen

               Então é isso, um abraço e flw!!!             

Review: The Same Old Wasted Wonderful World do Motion City Soundtrack

                   The Same Old Wasted Wonderful World – Motion City Soundtrack NOTA: 8,2/10 Dias atrás, o Motion City Soundtrack retornou, ...