quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Nick Drake

                  

Five Leaves Left – Nick Drake





















NOTA: 10/10


No ano de 1969, foi lançado o álbum de estreia do genial Nick Drake, o Five Leaves Left. Nicholas Rodney Drake nasceu em 1948 em Rangum, na Birmânia, mas, sendo sua família inglesa, retornou ao país de origem, onde passou a infância e a adolescência compondo canções no violão com afinações alternativas e um estilo de dedilhado singular, que lhe conferiam uma assinatura sonora própria. Em 1968, chamou a atenção do Ashley Hutchings, que o apresentou ao produtor Joe Boyd, o qual logo percebeu o talento raro do Nick e o contratou para a Island Records. A produção, feita por Boyd, recebeu um tratamento sofisticado: ele chamou o arranjador Robert Kirby, amigo de Drake em Cambridge, para criar orquestrações de cordas e sopros em várias faixas, que se somaram à voz sussurrada do cantor, resultando em um Folk bem intimista. O repertório é maravilhoso, com canções belíssimas e leves. No fim, é um baita disco de estreia, exuberante e atemporal. 

Melhores Faixas: Time Has Told Me, River Man, The Thoughts Of Mary Jane, Saturday Sun, Three Hours 
Vale a Pena Ouvir: Fruit Tree, Day Is Done

Bryter Layter – Nick Drake





















NOTA: 9,5/10


Dois anos se passaram e foi lançado o 2º álbum de estúdio do Nick Drake, o Bryter Layter. Após o maravilhoso Five Leaves Left, que foi elogiado pela crítica, mas infelizmente vendeu muitíssimo mal, a Island Records não investiu pesado em divulgação. Mesmo sentindo a decepção comercial, continuou compondo e decidiu ampliar sua sonoridade, ainda que nesse período começasse a se isolar. A produção, conduzida mais uma vez por Joe Boyd, incorporou elementos do Folk contemporâneo, Jazz e até pitadas de Soul, contando com músicos notáveis da cena Folk britânica. Robert Kirby ainda contribuiu em algumas orquestrações, mas agora o álbum apresenta maior variação instrumental, com uso de metais, piano elétrico e até bateria, algo quase ausente no debut. O repertório ficou bem interessante, com canções mais melódicas, embora algumas pudessem ter sido mais bem aprimoradas. No geral, é um disco bacana, mas que também foi um fiasco comercial. 

Melhores Faixas: At The Chime Of A City Clock, One Of These Things First, Northern Sky, Hazey Jane II, Sunday 
Piores Faixas: Poor Boy, Bryter Layter

Pink Moon – Nick Drake





















NOTA: 10/10


Então chegamos ao ano de 1972, quando foi lançado seu último álbum, o excepcional Pink Moon. Após o Bryter Layter, Nick Drake estava irritado e mergulhava cada vez mais em crises de depressão e isolamento. Ao longo de 1971, afastou-se de shows e entrevistas, mas continuou compondo. A frustração com os álbuns anteriores o levou a buscar um formato mais cru: sem arranjos orquestrais do Robert Kirby, sem participações de outros músicos da cena folk e sem tentativas de soar Pop. A produção, agora conduzida por John Wood, seguiu uma abordagem minimalista: apenas Nick, seu violão de aço em afinações alternativas, as vezes um piano e sua voz quase sussurrada. Voz e violão, sem overdubs, com a mesma beleza melódica que se contrapõe ao peso existencial de suas letras. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas belíssimas. No fim, é um baita disco que, mesmo antecedendo sua morte dois anos depois, ficou como uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Pink Moon, Place To Be, Which Will, Free Ride, From The Morning, Road
Vale a Pena Ouvir: Things Behind The Sun, Know, Parasite

   

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