domingo, 24 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Queen: Parte 1

                   

Queen – Queen





















NOTA: 9/10


No ano de 1973, o Queen lançava seu álbum de estreia autointitulado, que foi feito numa correria. Formada em 1968 na capital inglesa, Londres, inicialmente com o nome de Smile, a banda era composta pelo guitarrista Brian May, baterista Roger Taylor e vocalista Tim Staffell. Com o fim dessa banda, o garoto que já estava antes assumiu os vocais seu nome Farrokh Bulsara mais tarde conhecido como Freddie Mercury. Logo após isso, encontraram o baixista John Deacon e a Trident liberou os estúdios deles e, após muita luta, fecharam contrato com a EMI. A produção feita por John Anthony e Roy Thomas Baker, e as gravações ocorriam em horários de sobra de estúdios menores ocupados. O álbum trazia uma sonoridade pesada, mas polida, com guitarras agressivas de May e vocais expressivos de Freddie, seguindo a linha do Hard Rock. O repertório é bem legal, com canções melódicas e explosivas. No final, é um belo disco de estreia, apesar de não ter vendido nada. 

Melhores Faixas: Liar, Keep Yourself Alive, The Night Comes Down, Doing All Right, Son And Daughter 
Vale a Pena Ouvir: My Fairy King (foi graças a essa música que veio o Mercury no nome do Freddie), Modern Times Rock 'N' Roll

Queen II – Queen





















NOTA: 10/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º disco do Queen, intitulado Queen II (que tem uma das capas mais marcantes). Após o Queen I, a banda recebeu críticas razoavelmente favoráveis, mas ainda sem alcançar o sucesso comercial esperado. So que eles ganharam atenção em seus shows, especialmente pela intensidade do Freddie Mercury e pela competência instrumental do Brian May, John Deacon e Roger Taylor. A produção, feita mais uma vez por Roy Thomas Baker junto com a banda, foi mais complexa. O uso de overdubs em múltiplas camadas, tanto de guitarra quanto de vocais, é levado ao extremo. Brian May cria verdadeiras “orquestras de guitarra”, enquanto Freddie Mercury multiplica sua voz em harmonias operísticas. É basicamente uma junção de Hard Rock com Glam e Rock progressivo, que já era explorado pela banda. O repertório é magnífico, e as canções são belíssimas, com aquele peso característico. Enfim, é um baita disco e certamente um clássico deles. 

Melhores Faixas: Seven Seas Of Rhye (1º grande hit do Queen), Ogre Battle, Father To Son, The March Of The Black Queen, Some Day One Day 
Vale a Pena Ouvir: Nevermore, The Loser In The End

Sheer Heart Attack – Queen





















NOTA: 10/10


Então, se passaram sete meses e foi lançado mais um álbum deles, o espetacular Sheer Heart Attack. Após o Queen II, durante a turnê, Brian May adoeceu seriamente, contraindo hepatite e, em seguida, uma úlcera estomacal, o que o afastou de parte das gravações. Isso obrigou a banda a se reorganizar no estúdio, com Freddie Mercury, John Deacon e Roger Taylor assumindo maior protagonismo em alguns momentos. Cada um deixou sua marca de forma clara, e o disco soa como um verdadeiro mosaico criativo. A produção foi conduzida pelo mesmo produtor de sempre, optando-se por uma abordagem mais direta, variada e colorida. Ainda há o uso intenso de overdubs vocais e camadas de guitarra, mas sempre a serviço de músicas mais radiofônicas, com momentos que vão do Hard Rock e Glam a um lado mais Pop. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas perfeitas. No final, é um trabalho incrível e mais uma obra-prima da banda. 

Melhores Faixas: Killer Queen (1º mega hit da banda), Now I'm Here, Brighton Rock, Stone Cold Crazy, Tenement Funster (Roger Taylor canta aqui), Lily Of The Valley 
Vale a Pena Ouvir: In The Lap Of The Gods, Misfire, Dear Friends

A Night At The Opera – Queen



















NOTA: 10/10


Lá perto do final do ano de 1975, saiu o atemporal e maravilhoso 4º álbum do Queen, A Night At The Opera. Após o Sheer Heart Attack, o contrato com o empresário Norman Sheffield havia gerado problemas financeiros: a banda tinha fama, mas quase nenhum retorno monetário. Eles romperam esse vínculo e assinaram com John Reid, que também cuidava da carreira do Elton John. Paralelamente, havia uma pressão criativa e comercial imensa: era necessário provar que o Queen não era apenas uma banda de hits, mas um grupo capaz de inovar artisticamente. A produção, feita por Roy Thomas Baker junto com a banda, resultou em uma sonoridade riquíssima e detalhada, que mistura Hard Rock, Ópera, Art Rock e Rock progressivo. Tudo isso porque foi um dos álbuns mais caros, gravado em vários estúdios e com múltiplas overdubs. Já o repertório é maravilhoso, parecendo uma coletânea. No fim, é um álbum perfeito e um dos melhores discos de todos os tempos. 

Melhores Faixas: Bohemian Rhapsody, Love Of My Life, You're My Best Friend, Sweet Lady, Death On Two Legs (Dedicated To ...), Good Company (cantada pelo Brian May) 
Vale a Pena Ouvir: I'm In Love With My Car (cantada pelo Roger Taylor), Seaside Rendezvous, '39 (cantada pelo Brian May)

A Day At The Races – Queen





















NOTA: 9,9/10


Novamente, no final de mais um ano, foi lançado o 5º álbum do Queen, A Day At The Races. Após A Night At The Opera, havia uma expectativa quase insustentável em relação ao próximo trabalho. O Queen, agora financeiramente estável e consolidado no mercado internacional, tinha liberdade criativa total, além de viver o auge de sua popularidade ao vivo, com turnês lotadas em estádios. O carisma de Freddie Mercury como frontman já estava plenamente estabelecido, e Brian May, Roger Taylor e John Deacon se firmavam como músicos e compositores de peso. A produção, feita totalmente pela banda, manteve o intenso uso de overdubs vocais e guitarras em múltiplas camadas, mas aqui percebe-se uma abordagem mais clara e balanceada, seguindo a estética do Hard Rock, emergindo também no universo do Art Rock. O repertório é incrível, e as canções são mais poderosas e cadenciadas. Em suma, é outro álbum maravilhoso e seguiu os passos do anterior. 

Melhores Faixas: Somebody To Love, You And I, Tie Your Mother Down, Good Old-Fashioned Lover Boy, The Millionaire Waltz 
Vale a Pena Ouvir: You Take My Breath Away, White Man

News Of The World – Queen





















NOTA: 9,4/10


Outro ano se passou, e foi lançado mais um trabalho do Queen, o News Of The World. Após A Day At The Races, o ambiente cultural havia se transformado: o Punk Rock, liderado por Sex Pistols e The Clash, dominava a cena londrina, ironizando grupos considerados “dinossauros do rock”. Freddie Mercury e sua trupe, com sua estética Glam e arranjos grandiosos, eram alvos fáceis desse novo movimento. A resposta do Queen foi ousada: em vez de insistir apenas no estilo rebuscado, criaram um álbum que mostrava força bruta, simplicidade e contato direto com o público. A produção, feita pela banda junto com Mike Stone, optou por uma abordagem mais orgânica: muitos takes foram gravados ao vivo no estúdio, preservando a crueza das performances, mas ainda contendo arranjos complexos e experimentações. O foco se manteve no Hard Rock, embora com um lado mais Pop. O repertório é muito bom, e as canções são energéticas e poderosas. Enfim, é um álbum excelente e mais ousado. 

Melhores Faixas: We Will Rock You, We Are The Champions, It's Late, Spread Your Wings, Sleeping On The Sidewalk (cantada por Brian May), Fight From The Inside 
Vale a Pena Ouvir: Get Down, Make Love, My Melancholy Blues

Jazz – Queen





















NOTA: 9,6/10


Em 1978, foi lançado mais um álbum da banda, intitulado Jazz, e aqui decidiram seguir por um caminho mais Pop. Após o News Of The World, o Queen já era uma das maiores bandas do mundo, tocando em arenas lotadas. O Rock estava cada vez mais dividido entre o Punk, que ainda reverberava, e a Disco Music, que dominava as paradas globais. O Queen não se encaixava exatamente em nenhum desses polos: preferia criar seu próprio espaço, misturando estilos e desafiando expectativas. A produção, conduzida pela banda junto com Roy Thomas Baker, retoma o gosto por camadas vocais, arranjos excêntricos e trabalho meticuloso em estúdio. A sonoridade transita entre faixas poderosas de Hard Rock, experimentações quase absurdas e canções de forte apelo no Pop Rock, feitas para tocar nas rádios, assim como no álbum anterior. O repertório é muito bom, e as canções são bem diversificadas. Em suma, é um trabalho incrível e que foi injustiçado na época. 

Melhores Faixas: Don't Stop Me Now, Fat Bottomed Girls, Dead On Time, Dreamers Ball, Bicycle Race, Jealousy 
Vale a Pena Ouvir: Leaving Home Ain't Easy (cantada por Brian May), Let Me Entertain You, Fun It

The Game – Queen





















NOTA: 8,9/10


Entrando nos anos 80, o Queen retorna lançando seu 8º álbum, o The Game, que mostrava a banda renovada. Após o Jazz, os críticos acusavam o grupo de falta de foco, enquanto o cenário musical mudava rapidamente, com a ascensão do Punk, New Wave e da Disco Music. Embora as turnês continuassem gigantescas, o Queen sentia a necessidade de se reinventar. Inclusive, Freddie havia cortado o cabelo e deixado de pintar as unhas. Foi nesse contexto que o grupo resolveu se aproximar de uma sonoridade mais contemporânea e mais voltada para o Pop Rock. A produção, feita pela banda junto com Reinhold Mack, trouxe uma abordagem mais enxuta, com menos camadas excessivas de overdubs e mais foco na espontaneidade. Foi também aqui que começaram a utilizar sintetizadores, abandonando aquela frase clássica de “No Synthesizers!”. O repertório ficou muito bom, com canções bem envolventes. Enfim, é um ótimo disco em uma época que seria complicada. 

Melhores Faixas: Another One Bites The Dust, Crazy Little Thing Called Love, Save Me, Don't Try Suicide 
Vale a Pena Ouvir: Rock It (Prime Jive), Play The Game

 

                                              Então é isso, um abraço e flw!!!            

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