segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Queen: Parte 2

                   

Flash Gordon (Original Soundtrack Music) – Queen





















NOTA: 2/10


Aí, lá pro final de 1980, foi lançada a trilha sonora do filme Flash Gordon, em que o Queen fez essa atrocidade. Após o The Game, que mostrava a banda num lado mais Pop e orientado para as rádios, paralelamente a esse trabalho o Queen se envolveu em um projeto muito distinto: a trilha sonora do filme Flash Gordon, uma adaptação cinematográfica de ficção científica produzida por Dino De Laurentiis. Ele que não conhecia a banda, mas acabou convencido após assistir a alguns vídeos de apresentações ao vivo. A produção foi feita por Brian May junto de Reinhold Mack, que seguiram para um lado cinematográfico, repleto de sintetizadores, guitarras em camadas e colagens de diálogos retirados diretamente do filme. Com tudo mais puxado para o instrumental, o problema é que o resultado soa excessivamente dramático e até confuso. O repertório é fraquíssimo, com poucas canções interessantes. Em suma, é um trabalho fraco e feito so para fazer um agrado. 

Melhores Faixas: Football Fight, Battle Theme 
Piores Faixas: Flash To The Rescue, Flash's Theme, Execution Of Flash, In The Space Capsule (The Love Theme), Escape From The Swamp, Marriage Of Dale And Ming (And Flash Approaching)

Hot Space – Queen





















NOTA: 2/10


Dois anos se passaram e foi lançado uma das maiores porcarias que eles já fizeram, o Hot Space. Após a trilha sonora de Flash Gordon, o sucesso de Another One Bites the Dust havia se tornado o maior êxito do grupo nos EUA, explorando ritmos Disco e Funk, e chamando a atenção de artistas como Michael Jackson, que inclusive teria sugerido que fosse lançada como single. Isso deu confiança ao Queen para se afastar do Rock pesado e mergulhar em terrenos mais dançantes. E, como frequentavam a cena noturna de Munique, sobretudo Freddie Mercury, poderia ser uma boa tentativa. A produção privilegiou linhas de baixo pulsantes, bateria eletrônica, guitarras em segundo plano e uso excessivo de sintetizadores. Só que tudo é muito confuso: uma hora eles vão para a New Wave, depois para o Funk ou Electro-Disco, deixando tudo desalinhado. O repertório é terrível, e apenas uma canção se salvou. No final, é um disco terrível e uma mancha podre na carreira deles. 

Melhores Faixas: Under Pressure (David Bowie salvou na prorrogação) 
Piores Faixas: Dancer, Body Language, Cool Cat, Las Palabras de Amor (The Words of Love) (se as baladas do Scorpions, Def Leppard e Cinderella são um show de horror, isso aqui foi sacanagem)

The Works – Queen





















NOTA: 8,7/10


Mais dois anos se passaram e foi lançado o 11º álbum do Queen, intitulado The Works. Após o horroroso Hot Space, a banda, que tentava fazer sucesso nos Estados Unidos, acabou despencando na popularidade e sendo deixada de lado. Nesse meio tempo, cada integrante buscou atividades paralelas. Brian May se dedicou a projetos beneficentes, Roger Taylor seguia lançando discos solo e John Deacon permanecia como o mais retraído. Freddie Mercury, por sua vez, estava cada vez mais mergulhado na sua maluca vida noturna. A produção, feita novamente por eles junto com Reinhold Mack, colocou um som mais equilibrado: os sintetizadores continuam presentes, mas agora convivem com guitarras pesadas e batidas orgânicas. Brian May e Roger Taylor voltaram a ter mais protagonismo, garantindo que o álbum não soasse como uma rendição completa à música eletrônica. O repertório é bem legal, com canções divertidas. Enfim, é um ótimo disco para uma fase fraquíssima. 

Melhores Faixas: Radio Ga Ga, I Want To Break Free, Machines (Or 'Back To Humans') 
Vale a Pena Ouvir: It's A Hard Life, Tear It Up

A Kind Of Magic – Queen





















NOTA: 3/10


Em 1986, foi lançado mais um álbum da banda, A Kind of Magic, que seguiu uma linhagem ainda mais comercial. Após The Works, que foi bem recebido, exceto nos Estados Unidos por conta do clipe de I Want to Break Free, o grande divisor de águas veio em julho de 1985, no Live Aid, em Wembley. A apresentação de apenas 20 minutos foi considerada um dos maiores shows de todos os tempos e revitalizou a imagem da banda perante o público e a crítica. Com isso, o grupo foi convidado a compor a trilha sonora do filme Highlander, dirigido por Russell Mulcahy. A produção, conduzida pela banda junto com David Richards, teve um uso intenso de sintetizadores e programação eletrônica, mas sem deixar de lado as guitarras expressivas de Brian May. Porém, há muita coisa que não se encaixa, principalmente nas junções de Synth-pop com Hard Rock. O repertório começa bem, mas depois decai com canções fraquinhas. Enfim, é um disco ruim, ao qual faltou coesão. 

Melhores Faixas: A Kind Of Magic, One Vision, Who Wants To Live Forever 
Piores Faixas: Don't Lose Your Head, Friends Will Be Friends, Pain Is So Close To Pleasure, Gimme The Prize (Kurgan's Theme)

The Miracle – Queen





















NOTA: 6/10


Perto do final dos anos 80, foi lançado mais um trabalho do Queen, o The Miracle (capa horrorosa). Após A Kind of Magic e a turnê que levou a banda a estádios lotados pelo mundo, o show de Wembley, em julho de 1986, simbolizou um auge, mas também marcou o fim de uma era: Freddie Mercury, já debilitado, decidiu que não faria mais turnês. Pouco tempo depois, em 1987, começaram a surgir rumores sobre sua saúde. Internamente, os integrantes sabiam que Freddie havia sido diagnosticado com AIDS, embora a informação só viesse a público anos mais tarde. A produção foi a de sempre, mas mais polida e com refrões grandiosos. Freddie, mesmo enfraquecido fisicamente, gravou vocais poderosos, e a banda retornou para aquele lado mais focado no Hard Rock, ainda que misturado ao Pop Rock, mas com muitos erros no caminho. O repertório é mediano, com algumas canções boas e outras fraquinhas. Enfim, mesmo sendo um disco irregular, teve uma energia. 

Melhores Faixas: I Want It All, The Miracle, Scandal 
Piores Faixas: The Invisible Man, Party, Breakthru

Innuendo – Queen





















NOTA: 9,6/10


Então chega o fatídico ano de 1991, quando foi lançado o 14º álbum da banda, o Innuendo. Após o The Miracle, o Queen vivia um momento paradoxal. Por um lado, a banda experimentava uma nova união criativa, resultado do pacto de compartilhar os créditos de todas as músicas, o que reduziu rivalidades internas. Por outro, a saúde de Freddie Mercury estava cada vez mais frágil. O diagnóstico da AIDS, já conhecido dentro do grupo desde 1987, avançava de forma implacável. A produção foi feita pela banda junto com David Richards, que combinaram a grandiosidade dos arranjos progressivos dos anos 70 com a sofisticação técnica dos anos 90, recuperando a veia épica da banda. Nas gravações, Freddie precisava cantar sentado ou entre pausas para descansar. Fora isso, o uso de sintetizadores é equilibrado, com muita ênfase nas guitarras. O repertório é incrível, e as canções são belíssimas e profundas. No final, é um baita disco, que foi um presente para os fãs. 

Melhores Faixas: The Show Must Go On, These Are The Days Of Our Lives, Innuendo, Don't Try So Hard, Headlong, I Can't Live With You 
Vale a Pena Ouvir: All God's People, I'm Going Slightly Mad

Made In Heaven – Queen





















NOTA: 7,2/10


Se passaram quatro anos e foi lançado o último álbum do Queen, intitulado Made in Heaven. Após o Innuendo, Freddie Mercury já estava completamente debilitado e perto de seus últimos dias de vida, quando começou a perder a visão e já não conseguia levantar da cama, mesmo com os cuidados de seu parceiro Jim Hutton, de seu amigo Dave Clark e até de sua ex Mary Austin, até que, infelizmente, veio a falecer em 24 de novembro de 1991, deixando o mundo em choque. Só que antes disso, Freddie falou para o resto da banda que eles podiam fazer o que quisessem com o material gravado. Com isso, a produção feita pela banda trouxe os vocais de Freddie, captados em 1991 ou até mais antigos. A partir desse núcleo, os três membros restantes construíram arranjos coesos e voltados para aquele som Pop Rock. O repertório ficou bem legal, com ótimas canções e outras apenas para “encher linguiça”. Mas enfim, é um ótimo trabalho e uma despedida decente. 

Melhores Faixas: Made In Heaven, It's A Beautiful Day, Too Much Love Will Kill You, You Don't Fool Me 
Piores Faixas: I Was Born To Love You, A Winter's Tale, It's A Beautiful Day (Reprise)
 

                                      Então é isso, um abraço e flw!!!      

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