quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Chet Baker: Parte 1

                 

Chet Baker Quartet – Chet Baker





















NOTA: 8/10


Agora indo lá para 1953, foi lançado o album de estreia do Chet Baker intitulado Chet Baker Quartet. O trompetista começou sua trajetória por volta de 1949 depois de ter deixado o exército e nesse período começou a estudar o estudou teoria musical e harmonia no El Camino College em Los Angeles. E após se realistar de novo começou até tocar com a Sexta Banda do Exército no Presidio em São Francisco e após ser conhecido por alguns gigantes do Jazz começou fazer a parte do quarteto do Gerry Mulligan, e após isso teve chance de gravar seu 1º trabalho. Produção feita por Richard Bock, foi gravado com recursos técnicos modestos, mas a produção focou em capturar o som direto e natural do quarteto. O trompete de Baker aparece em primeiro plano, cristalino e sem excesso de reverb. O repertório é muito bom, e todas as canções são bem dinâmicas. No fim, é um disco legal mesmo sendo apenas uma espécie de apresentação. 

Melhores Faixas: The Lamp Is Low, Maid In Mexico 
Vale a Pena Ouvir: Easy To Love, Batter Up

Chet Baker Quartet Featuring Russ Freeman – Chet Baker Quartet Featuring Russ Freeman





















NOTA: 8/10


E ainda naquele mesmo ano foi lançado o álbum dele junto com Russ Freeman, que foi bem importante. Após o seu disco de estreia, Baker acabou se destacando com sua sonoridade suave, fraseado lírico e sensibilidade quase vocal no trompete, consolidando-se como o rosto do Cool Jazz. O encontro com Russ Freeman foi fundamental já que ele compartilhava a mesma visão musical: harmonia sofisticada sem exagero, improvisação contida, mas expressiva, e espaço para a melodia respirar. A produção, conduzida mais uma vez por Richard Bock, é marcada pela simplicidade e pelo foco na clareza sonora. As gravações captam a naturalidade do quarteto, sem camadas artificiais de reverb ou overdubs, com o trompete de Baker soando cristalino e o piano de Freeman se mostrando harmônico. O repertório é muito bom, e as canções ficaram ainda mais imersivas. No geral, é um trabalho interessante, que mostrou um aperfeiçoamento. 

Melhores Faixas: All The Things You Are, Happy Little Sunbeam 
Vale a Pena Ouvir: Moon Love, Band Aid

Chet Baker Ensemble – Chet Baker Ensemble





















NOTA: 7,9/10


No ano seguinte, foi lançado mais um álbum, intitulado Chet Baker Ensemble, que foi mais ambicioso. Após o álbum com Russ Freeman, Baker decidiu fazer um projeto pensado para ampliar o som do quarteto. Em vez de se apoiar apenas no diálogo entre trompete e piano, ele reuniu um grupo maior, com três sopros (trompete, trombone e saxofone barítono ou tenor, dependendo da faixa), piano, baixo e bateria. A produção, conduzida mais uma vez por Richard Bock, dá maior ênfase aos arranjos coletivos: os sopros muitas vezes tocam em blocos, com harmonizações suaves que criam uma textura mais rica. A seção rítmica (piano, baixo e bateria) permanece discreta, reforçando a ideia de fluidez e leveza, juntando melodia e improviso, apesar de haver momentos previsíveis. O repertório é bom, com canções ótimas e cheias de envolvência. Enfim, é um disco bacana, mas que mostrava que Chet Baker não podia ficar só nisso. 

Melhores Faixas: Moonlight Becomes You, Goodbye 
Vale a Pena Ouvir: A Dandy Line, Ergo

Chet Baker Sings – Chet Baker





















NOTA: 10/10


E aí, pouco tempo depois, foi lançado o espetacular Chet Baker Sings, que foi surpreendente. Após o Chet Baker Ensemble, Baker começou a cantar. Sua voz tinha um timbre delicado, quase frágil, com alcance limitado, mas carregado de doçura e intimidade. Muitos críticos inicialmente rejeitaram a ideia, acusando-o de não ter recursos vocais “suficientes”. Porém, justamente essa simplicidade e vulnerabilidade fizeram dele um cantor único: alguém que “falava” diretamente ao ouvinte, sem artifícios, com naturalidade e sinceridade. A produção, feita novamente por Richard Bock, ocorreu em sessões simples, com pequena formação de quarteto, geralmente com Russ Freeman no piano, baixo e bateria, e eventualmente guitarra. A gravação privilegiou a clareza, deixando a voz de Baker em primeiro plano, sem efeitos ou adornos. O repertório é simplesmente belíssimo, e chega a parecer uma coletânea de tão bem interpretado. Não há o que falar: é simplesmente uma obra-prima. 

Melhores Faixas: I Fall In Love Too Easily, My Funny Valentine, It's Always You, My Buddy, Time After Time 
Vale a Pena Ouvir: There Will Never Be Another You, My Ideal, The Thrill Is Gone

Chet Baker & Strings – Chet Baker





















NOTA: 8,7/10


Então, se passaram apenas dois meses e foi lançado outro disco de Chet Baker, intitulado Chet Baker & Strings. Após o clássico Chet Baker Sings, o passo seguinte foi ambicioso: unir sua linguagem intimista ao universo das orquestrações com cordas, uma tradição que vinha sendo explorada por outros músicos do Jazz. Essa fusão buscava conciliar a improvisação jazzística com a sofisticação das harmonias orquestrais, além de ampliar o apelo do Cool Jazz para um público mais amplo, que também apreciava a estética de concertos e trilhas cinematográficas. A produção, feita como sempre por Richard Bock, foi lançada pela Columbia Records e aqui a sonoridade é limpa e balanceada: a voz principal é o trompete de Baker, enquanto as cordas cumprem um papel de enriquecimento tímbrico, ora reforçando a melodia, ora criando fundos atmosféricos. O repertório é muito bom, e as canções são todas leves e aconchegantes. No geral, é um trabalho bacana e versátil. 

Melhores Faixas: I Married An Angel, Why Shouldn't I, Love Walked In, A Little Duet (For Zoot & Chet) 
Vale a Pena Ouvir: You Better Go Now, What A Diff'rence A Day Made
  

                Então é isso e flw!!!        

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