Chet Baker Sextet – Chet Baker Sextet
NOTA: 8,1/10
E, algum tempo depois, lá para o final do ano, foi lançado outro disco dele, intitulado Chet Baker Sextet. Após o Chet Baker & Strings, esse novo trabalho acabou saindo pela Pacific Jazz e aparece justamente nesse contexto: um momento de transição em que Baker buscava expandir suas possibilidades sonoras. Ao invés de se restringir ao quarteto ou à sonoridade intimista das cordas, o trompetista reuniu um sexteto robusto, com arranjos mais encorpados e um diálogo instrumental mais dinâmico. Produzido pela mesma pessoa de sempre, priorizou uma sonoridade clara, sem exageros de reverberação, valorizando o equilíbrio entre os sopros e a base rítmica. O sexteto incluía alguns dos músicos mais talentosos do cenário local, como Russ Freeman ao piano e Shelly Manne na bateria. Essa formação oferecia uma paleta de timbres rica, com o contraste entre o trompete lírico de Baker e todo aquele clima do Cool Jazz. O repertório é bem interessante, e as canções ficaram bem imersas. No fim, é um ótimo disco, apesar de ser muito curto.
Melhores Faixas: I'm Glad There Is You Vale a Pena Ouvir: Stella By Starlight, Little Man, You've Had A Busy Day
Sings And Plays With Bud Shank, Russ Freeman And Strings – Chet Baker
NOTA: 9/10
No ano seguinte, foi lançado mais um trabalho de Baker, intitulado Sings And Plays With Bud Shank, Russ Freeman And Strings. Após seu álbum em sexteto, Chet Baker se encontrava em um momento de afirmação artística. A Pacific Jazz, selo que acompanhava seus primeiros passos, percebeu que havia grande potencial em aprofundar essa combinação entre canto, trompete e orquestrações, explorando tanto o lirismo quanto a acessibilidade ao público mais amplo. A produção, conduzida como sempre por Richard Bock, colocou arranjos para cordas que foram cuidadosamente trabalhados, evitando cair no excesso açucarado que por vezes marcava esse tipo de fusão. Com um time de músicos bem entrosado, o resultado sonoro é claro e cristalino, favorecendo o equilíbrio entre a delicadeza da voz do Chet, a expressividade de seu trompete e a sofisticação orquestral. O repertório é belíssimo, e todas as canções são bem dinâmicas. No fim, é um trabalho incrível e muito ousado.
Melhores Faixas: You Don't Know What Love Is, Let's Get Lost, Someone To Watch Over Me, I Remember You, Daybreak Vale a Pena Ouvir: Long Ago And Far Away, I Wish I Knew
Chet Baker & Crew – Chet Baker & Crew
NOTA: 8,4/10
Se passaram dois anos, e foi lançado mais um trabalho instrumental dele, o Chet Baker & Crew. Após o Sings And Plays, Chet Baker já havia consolidado sua reputação como um dos principais nomes do Jazz da Costa Oeste. Pouco antes, Chet havia excursionado pela Europa, onde foi recebido como uma verdadeira estrela, algo que reforçou seu prestígio internacional. Nesse momento, sua sonoridade lírica e intimista já estava firmemente associada ao Cool Jazz, mas Baker também buscava maior solidez instrumental para aqueles que o criticavam. A produção, feita de novo por Richard Bock, trouxe um time de músicos novos e apresentou um som limpo e direto, característico da Pacific Jazz, sem arranjos elaborados: aqui, o foco é no Cool Jazz com um pouquinho de Bebop, em quinteto, com espaço para improviso e interação. O repertório é bem interessante, e as canções são todas bem cadenciadas. Em suma, é um trabalho interessante e que mostrava variações.
Melhores Faixas: Something For Liza, Lucius LU
Vale a Pena Ouvir: Slightly Above Moderate, Medium Rock
Chet Baker In New York – Chet Baker
NOTA: 9,3/10
Pulando para 1958, foi lançado mais um álbum do trompetista, intitulado Chet Baker In New York. Após o Chet Baker & Crew, Chet Baker já era uma figura consagrada no cenário do jazz, mas sua trajetória passava por mudanças decisivas. Depois de se tornar um símbolo do Cool Jazz, sua sonoridade lírica, intimista e “aérea” passou a ser vista por críticos mais tradicionais como limitada frente à intensidade do Bebop nova-iorquino; então ele partiu para lá para mostrar que não era um artista limitado. Produzido por Orrin Keepnews, o time escalado para acompanhar Baker foi de altíssimo nível: Johnny Griffin no sax tenor; Al Haig no piano; Paul Chambers no contrabaixo; e Philly Joe Jones na bateria. Todos eles seguiram muito bem a estética vibrante do trompetista e, com isso, construíram uma linguagem que mostrou a intensidade do Hard Bop. O repertório é incrível, e as canções são todas contagiantes e bem cadenciadas. No geral, é um baita disco e bastante essencial.
Melhores Faixas: Polka Dots And Moonbeams, Fair Weather
Vale a Pena Ouvir: When Lights Are Low, Hotel 49
It Could Happen To You - Chet Baker Sings – Chet Baker
NOTA: 8,5/10
Melhores Faixas: I'm Old Fashioned, Everything Happens To Me, My Heart Stood Still
Vale a Pena Ouvir: Dancing On The Ceiling, Do It The Hard Way
Chet – Chet Baker
NOTA: 8,6/10
Passamos para 1959, e foi lançado mais um álbum, intitulado apenas Chet (bem simples). Após o It Could Happen To You, diferente de seus últimos projetos mais variados, ora voltados ao canto, ora às cordas, ora à formação de sexteto, aqui a proposta é clara: um disco exclusivamente instrumental, no qual Baker se concentra no trompete, seguindo aquele caminho mais puro do Cool Jazz. A produção foi feita por Orrin Keepnews, e ele contou com músicos como o pianista Bill Evans, recém-saído de sua passagem pelo quinteto do Miles Davis, trazendo uma sensibilidade harmônica refinadíssima; o contrabaixista sólido Paul Chambers; e, na bateria, um revezamento entre Philly Joe Jones e Connie Kay. Para completar, o saxofonista tenor Herbie Mann (na flauta) e Pepper Adams (no sax barítono) surgem pontualmente, adicionando cores timbrísticas distintas. O repertório é muito bom, e as canções são bem intimistas e exuberantes. Enfim, é um disco bacana e bastante refinado.
Melhores Faixas: If You Could See Me Now, Alone Together, 'Tis Autumn
Vale a Pena Ouvir: September Song, How High The Moon
Por hoje é só, então flw!!!