sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Deftones: Parte 1

                            

Adrenaline – Deftones





















NOTA: 9,7/10


No ano de 1995, foi lançado o maravilhoso álbum de estreia do Deftones, o Adrenaline. Formado em 1988, em Sacramento, na Califórnia, pelos amigos de infância Chino Moreno (vocais), Stephen Carpenter (guitarra) e Abe Cunningham (bateria), após várias trocas eles encontraram um baixista fixo, Chi Cheng. Passaram anos na cena local, gravando demos, abrindo shows e conquistando espaço, o que despertou o interesse da Maverick Records, selo ligado a Madonna, que buscava nomes promissores no Rock alternativo. A produção, feita por Terry Date junto com a banda, e até com a presença de Ross Robinson, manteve a crueza da banda ao vivo: guitarras saturadas, baixo denso, bateria orgânica e vocais que transitam entre a fúria visceral e momentos mais introspectivos, fazendo aquela junção do Nu Metal com algumas influências de Post-Hardcore. O repertório é incrível, e as canções são agressivas e energéticas. Enfim, é um baita disco de estreia, cheio de fúria. 

Melhores Faixas: Bored, 7 Words, Engine No. 9, Nosebleed, Root 
Vale a Pena Ouvir: Minus Blindfold, Birthmark, One Week

Around The Fur – Deftones





















NOTA: 10/10


Dois anos se passaram e foi lançado o clássico 2º álbum deles, o Around The Fur. Após o Adrenaline, o Deftones começou a conquistar espaço no underground, sendo incluído em turnês com Korn e outros nomes do nascente Nu Metal. Entre 1996 e 1997, a banda amadureceu intensamente nas estradas. Esse período serviu de laboratório para criar um disco mais coeso e ousado, refletindo tanto a raiva crua da juventude quanto um clima mais atmosférico e introspectivo. A produção, feita novamente por Terry Date junto com a banda, tem uma sonoridade mais refinada e expansiva, trazendo um baixo mais encorpado do Chi Cheng, enquanto a bateria do Cunningham soa mais técnica. Stephen Carpenter explorou riffs pesados em afinações baixas, criando texturas densas. Já Chino Moreno explora uma paleta vocal ainda mais ampla. O repertório é sensacional e até parece uma coletânea. Enfim, é um disco maravilhoso e um dos melhores de todos os tempos. 

Melhores Faixas: My Own Summer (Shove It), Be Quiet And Drive (Far Away), Around The Fur, Mascara, Lotion, Headup (participação do Max Cavalera) 
Vale a Pena Ouvir: Lhabia, Rickets

White Pony – Deftones




















NOTA: 10/10


Entrando nos anos 2000, foi lançado outra preciosidade do Deftones, o sensacional White Pony. Após o Around The Fur, o Deftones se consolidou como um dos nomes mais originais dentro do Metal alternativo da época, com o Nu Metal já dominando as paradas. Embora fossem da cena, eles buscavam uma sonoridade mais artística e atmosférica. Além disso, o DJ Frank Delgado, que até então era colaborador nos shows, foi incorporado oficialmente à banda. A produção, feita como sempre por Terry Date junto com a banda, seguiu um lado denso, atmosférico e polido, equilibrando o peso das guitarras do Stephen Carpenter com os efeitos do Delgado e a voz multifacetada do Chino, com eles entrando de cabeça no Metal alternativo, como já faziam antes, e incorporando Shoegaze, Trip Hop, Post-Hardcore e o bendito Post-Metal. O repertório, novamente, é incrível e também parece uma coletânea, só tem canção maravilhosa. Enfim, é outro álbum clássico e também uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Change (In The House Of Flies), Knife Prty, Back To School (Mini Maggit), Digital Bath, Passenger, Feiticeira 
Vale a Pena Ouvir: RX Queen, Pink Maggit, Street Carp

Deftones – Deftones





















NOTA: 9,3/10


Mais três anos se passaram, e o Deftones lançou seu 4º álbum de estúdio autointitulado. Após o excepcional White Pony, a gravadora Maverick queria que o grupo continuasse explorando a veia mais acessível do single Change, enquanto a banda, especialmente Stephen Carpenter e Chino Moreno, começava a entrar em conflito criativo. Carpenter buscava um som mais pesado, enquanto Moreno se interessava cada vez mais por atmosferas etéreas, Shoegaze e eletrônica. A produção contou com o mesmo produtor de sempre; aqui, a sonoridade é propositalmente mais abafada e crua. As guitarras do Carpenter soam massivas, a bateria do Cunningham vai para um lado tribal, e Cheng mantém um baixo encorpado. O DJ Frank Delgado adicionou samples e camadas eletrônicas contemplativas. Já os vocais de Chino foram para um lado extremo. O repertório é muito bacana, e as canções têm um lado agressivo e melódico. No final, é um belo álbum, mais visceral. 

Melhores Faixas: Minerva, Hexagram, Needles And Pins, Battle-Axe 
Vale a Pena Ouvir: When Girls Telephone Boys, Anniversary Of An Uninteresting Event, Bloody Cape

Saturday Night Wrist – Deftones





















NOTA: 9/10


Em 2006, foi lançado mais um trabalho do Deftones, intitulado Saturday Night Wrist. Após o álbum de 2003, as tensões internas acabaram se intensificando: Chino Moreno vivia momentos pessoais conturbados, lutando contra dependência química e dificuldades em seu casamento, enquanto a relação criativa entre ele e Stephen Carpenter ficou ainda mais desgastada. A divergência criativa entre eles resultou em sessões de estúdio extremamente longas e conflituosas. A produção, feita por Bob Ezrin, foi muito controladora e, por isso, contou também com outros nomes, como Terry Date e o amigo do Chino, o guitarrista Shaun Lopez, que colocaram peso e densidade, mas também abriram espaço para experimentos eletrônicos e vocais em múltiplas formas, focando no Metal alternativo com influências do Shoegaze, largando de vez o Nu Metal. O repertório é ótimo: tem canções bem agressivas, apesar de alguns patinhos feios. Enfim, é um disco bacana e bem complexo. 

Melhores Faixas: Cherry Waves, Hole In The Earth, Mein (participação do Serj Tankian), Kimdracula, Beware, Xerces 
Piores Faixas: U,U,D,D,L,R,L,R,A,B,Select,Start, Pink Cellphone (fizeram Trip Hop bem esquecível)

Diamond Eyes – Deftones





















NOTA: 9,8/10


Quatro anos se passaram, e o Deftones lançou seu 6º álbum, o maravilhoso Diamond Eyes, em um momento conturbado. Após o Saturday Night Wrist, o grupo estava trabalhando em um álbum chamado Eros em 2008, quando ocorreu a tragédia: o baixista Chi Cheng sofreu um grave acidente de carro que o deixou em coma por anos. Esse choque devastou a banda, e os integrantes decidiram se reagrupar, não para finalizar Eros, mas para começar algo totalmente novo em homenagem ao amigo. Para isso, o baixista Sergio Vega assumiu temporariamente o lugar de Cheng. A produção, feita por Nick Raskulinecz, foi para um lado polido e, ao mesmo tempo, visceral, equilibrando peso e melodia de maneira cristalina: guitarras densas, baixo pulsante, bateria precisa e os vocais de Chino Moreno, que transitam entre gritos intensos e melodias etéreas. O repertório é belíssimo, e as canções são energéticas e profundas. No fim, é um álbum incrível e muito coeso. 

Melhores Faixas: Sextape, Diamond Eyes, Beuaty School, CMND/CTRL, Rocket Skates, Risk
Vale a Pena Ouvir: Prince, Royal

Koi No Yokan – Deftones





















NOTA: 9,9/10


Dois anos depois, foi lançado outro album fantástico do Deftones, o Koi No Yokan. Após o maravilhoso Diamond Eyes, esse novo trabalho foi criado em um momento de maior estabilidade interna. O título vem de uma expressão japonesa que significa algo como “a premonição inevitável de que duas pessoas estão destinadas a se apaixonar”. Essa ideia de inevitabilidade, conexão e intensidade perpassa o disco. A banda buscava evoluir a partir do equilíbrio alcançado do seu antecessor, aprofundando tanto a agressividade quanto as camadas atmosféricas. Produção feita novamente por Nick Raskulinecz, é bem cristalina, mas sem perder a densidade: riffs poderosos, baixo encorpado, bateria precisa e camadas atmosféricas quase etéreas. O grande diferencial está na forma como os elementos agressivos do Metal alternativo e melódicos do Shoegaze e Dream Pop se entrelaçam. O repertório é magnifico, e as canções são perfeitas e bem dinâmicas. Enfim, é um album excepcional e que é um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: Rosemary, Entombed, Swerve City, Tempest, Leathers, Romantic Dreams
Vale a Pena Ouvir: Poltergeist, Gauze

Gore – Deftones





















NOTA: 8,7/10


Em um intervalo de quatro anos, foi lançado mais um trabalho da banda, intitulado Gore. Após o Koi No Yokan, infelizmente, no ano seguinte, em 2013, o baixista Chi Cheng acabou falecendo, mesmo tendo saído do coma, sucumbindo a uma parada cardíaca. Enquanto isso, na banda, o guitarrista Stephen Carpenter declarou abertamente que não se sentiu tão envolvido na composição desse próximo trabalho, já que não estava em sintonia com a direção mais atmosférica e etérea que o resto dos membros buscava. A produção, feita por Matt Hyde e lançada pelo selo Reprise, assim como nos dois últimos discos, seguiu por um caminho mais nebuloso e áspero, reforçando o caráter atmosférico e caótico das composições, apesar de ter momentos bem arrastados e com falta de dinâmica nos arranjos. O repertório é interessante, com canções boas e outras mais fracas. Em suma, é um trabalho bom, apesar de ser o mais fraco da banda. 

Melhores Faixas: Prayers/Triangles, Phantom Bride (participação do Jerry Cantrell do Alice In Chains), Acid Hologram, Hearts/Wires, (L)Mirl 
Piores Faixas: Xenon, Geometric Headdress, Gore, Pittura Infamante
 

                Então é isso, um abraço e flw!!!               

Analisando Discografias - ††† (Croses)

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