Republic – New Order
NOTA: 8,8/10
No ano de 1993, foi lançado mais um trabalho do New Order, o subestimado Republic. Após o excepcional Technique, a banda entrou numa fase turbulenta: a lendária Factory Records estava em colapso devido à má gestão e aos gastos excessivos. Ao mesmo tempo, a boate Haçienda, também vinculada à banda, afundava em dívidas e na violência associada à cena rave em Manchester. Então, eles assinaram com a London Records, precisando lançar rapidamente um novo álbum para garantir estabilidade e contratos, só que havia um desgaste interno. A produção, feita por Stephen Hague junto com a banda, levou a um som mais comercial e limpo, o que gerou reclamações de Peter Hook por conta da predominância eletrônica. O resultado é um álbum de tons melancólicos e, ao mesmo tempo, radiofônicos, que mistura Synth-pop, Baggy e Dance alternativo. O repertório é muito bom, com canções bem envolventes. Enfim, é um ótimo trabalho, porém muito menosprezado.
Melhores Faixas: Regret, Liar, Spooky Vale a Pena Ouvir: Young Offender, Times Change
Get Ready – New Order
NOTA: 9/10
Pulando para 2001, o New Order retorna lançando mais um álbum, o Get Ready. Após o Republic, a banda entrou em um hiato prolongado, motivado tanto por tensões internas quanto pelo cansaço acumulado em anos de pressões financeiras e pessoais. Durante esse período, cada integrante explorou projetos paralelos. A volta foi marcada por uma nova gravadora, a London Records, e por um desejo de soar novamente como uma banda de Rock, retomando o peso das guitarras após anos de foco em sintetizadores. A produção, feita por Steve Osborne, ajudou a dar ao álbum uma sonoridade mais crua e vigorosa, com foco em guitarras pesadas, baixo do Peter Hook em primeiro plano e batidas sólidas, mas ainda com o DNA eletrônico característico da banda, alternando tanto entre o Rock alternativo quanto o Dance alternativo. O repertório é ótimo, e as canções são bem estruturadas e dinâmicas. No geral, é um álbum incrível e bem pesado.
Melhores Faixas: Crystal, Primitive Nation, 60 Miles An Hour, Someone Like You Vale a Pena Ouvir: Slow Jam, Turn My Way (participação do Billy Corgan do Smashing Pumpkins)
Waiting For The Sirens' Call – New Order
NOTA: 6/10
Quatro anos se passaram, e o New Order lançou seu 8º álbum, o Waiting For The Sirens' Call. Após o Get Ready, a banda agora estava mais próxima do rock alternativo do que do Synth-pop que os consagrou nos anos 80. O clima entre os membros ainda era instável. Gillian Gilbert acabou se afastando para cuidar da filha, e Phil Cunningham assumiu seu posto como guitarrista oficial. Além disso, no início dos anos 2000, a cena britânica vivia um ressurgimento das bandas Indie, ao mesmo tempo em que a música eletrônica continuava forte. A produção, feita pela própria banda, contou também com John Leckie, Stephen Street e Stuart Price, que buscaram um som mais limpo e expansivo, mas ainda emocionalmente carregado, seguindo um caminho menos impulsivo. O problema é que eles começaram a testar novas tecnologias digitais, mas o resultado soa muito repetitivo. O repertório é fraco, com algumas boas canções e outras bastante genéricas. Enfim, é um trabalho mediano e impreciso.
Melhores Faixas: Waiting For The Sirens' Call, Turn, I Told You So
Piores Faixas: Dracula's Castle, Working Overtime, Jetstream (colocaram uma tal de Ana Matronic, que é fraca demais)
Lost Sirens – New Order
NOTA: 5/10
Então, em 2013, foi lançado um novo trabalho da banda inglesa intitulado Lost Sirens. Após o Waiting For The Sirens' Call, a trajetória do New Order ficou novamente turbulenta. O álbum havia gerado material suficiente para dois discos, e o plano original era lançar outro logo em seguida, aproveitando o fluxo criativo. No entanto, a banda entrou em crise: Peter Hook rompeu com o grupo em 2007, em meio a divergências pessoais e profissionais, e esse projeto acabou ficando engavetado. Após muita luta judicial, ele finalmente viu a luz do dia. A produção foi praticamente a mesma, com uma mistura de guitarras, sintetizadores e uma sonoridade limpa e expansiva, com faixas ora voltadas para o Rock alternativo, ora para a pista de dança, mas novamente com muita repetição, o que acaba tornando tudo cansativo. O repertório é mediano, com algumas boas canções e outras fraquíssimas. Enfim, é um disco irregular e também impreciso.
Melhores Faixas: Sugarcane, Recoil
Piores Faixas: Californian Grass, I Told You So (Crazy World Mix)
Music Complete – New Order
NOTA: 8,9/10
Entrando em 2015, foi lançado o 10º e último álbum até então, o Music Complete. Após o Lost Sirens, a banda acabou retornando de vez, mas sem Peter Hook. Dessa forma, é o primeiro álbum do New Order sem o baixista, com Tom Chapman assumindo o instrumento em seu lugar. Gillian Gilbert, afastada desde os anos 2000, retornou oficialmente à banda, trazendo de volta sua sensibilidade eletrônica e dividindo essa função com Phil Cunningham, que também continuou nas guitarras. A produção, feita pela própria banda junto com Stuart Price e Tom Rowlands (do Chemical Brothers), resultou em um som moderno e polido, mas com forte ligação ao passado eletrônico do grupo. O uso de sintetizadores e batidas programadas se mistura a influências do Electropop com o Synth-pop característico deles. O repertório é muito bom, com canções energéticas e divertidas. Em suma, é um ótimo disco que vale a pena apreciar.
Melhores Faixas: Tutti Frutti, Unlearn This Hatred, Academic
Vale a Pena Ouvir: Restless, Superheated, Plastic
Por hoje é só, então flw!!!