Hear Ye Him – No Malice
NOTA: 5,4/10
Em 2013, Malice, ou melhor, No Malice, lançava seu primeiro trabalho solo, o Hear Ye Him. Após o Til The Casket Drops e com a pausa do Clipse, Malice sempre foi reconhecido como uma das vozes mais afiadas do Rap dos anos 2000, com rimas de rua carregadas de ironia, crítica social e relatos crus sobre a realidade do tráfico. No entanto, ele passou por uma transformação pessoal e espiritual: converteu-se ao cristianismo, publicou o livro autobiográfico Wretched, Pitiful, Poor, Blind & Naked em 2011 e decidiu deixar para trás a persona anterior, adotando o nome No Malice. A produção foi diversificada, contando com Illmind, Chad Hugo e outros. O álbum aposta em atmosferas densas, com batidas pesadas e dramáticas, teclados e órgãos que remetem a uma carga espiritual, além de arranjos mais tradicionais do Boom Bap em algumas faixas e experimentações com Trap em outras. No entanto, há muitas repetições. O repertório até começa bem, mas depois oscila por várias músicas fracas. Enfim, é um trabalho irregular e cheio de excessos.
Melhores Faixas: Shame The Devil (Pusha T aparecendo aqui), Bury That, Smoke & Mirrors Piores Faixas: Unforgettable, Different, June
Let the Dead Bury the Dead – No Malice
Quatro anos se passaram, e ele lança seu 2º álbum e último até então na carreira solo, o Let the Dead Bury the Dead. Após o Hear Ye Him, Malice estava distante de muitos dos paradigmas do Rap mainstream e quis usar sua voz não só para rememorar o passado ou confessar pecados, mas para criticar o presente: notícias falsas, justiça social, política, o estado espiritual da sociedade, pressão e distrações modernas. O título é uma referência bíblica (Mateus 8:22), que diz “deixe os mortos enterrarem os mortos”, e tem muito a ver com a proposta do álbum. A produção foi conduzida inteiramente por Lee Major, que apostou em um som que combina batidas sombrias, uso de piano ou teclas escuras, atmosferas introspectivas e ritmos que variam entre o Rap tradicional e elementos mais modernos, embora haja bastante repetição e falte imersão. O repertório, de novo, começa bem, mas depois decai fortemente. No geral, é outro trabalho mediano, com muitos erros.
Melhores Faixas: Fake News, Lu. 4:5, Shame on Me
Piores Faixas: So Woke, Done and Said, Sky Crack