quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Pusha T

                 

Fear Of God II: Let Us Pray – Pusha T





















NOTA: 6/10


Em 2011, foi lançado o 1º projeto solo do Pusha T, o EP Fear Of God II: Let Us Pray. Após o lançamento do Til The Casket Drops e o hiato do Clipse, Pusha T se aproximava cada vez mais do mainstream, principalmente por meio de sua aliança com Kanye West e a GOOD Music. Em 2010, Pusha já aparecia com destaque no álbum My Beautiful Dark Twisted Fantasy e, no ano seguinte, lançava sua 1ª mixtape solo, Fear of God. O material foi bem recebido, mas soava como um esboço. Assim, para consolidar sua identidade individual, Pusha trabalhou em uma versão refinada. A produção contou com vários nomes, como os Neptunes, Rico Beats e o próprio Pusha T, que criaram uma mistura do Gangsta Rap com beats de mixtape. O clima geral é sombrio, com batidas carregadas de tensão, sintetizadores intensos e percussões secas, mas que tinha suas falhas. O repertório é mediano, com canções legais e outras mais fracas. Enfim, é um trabalho irregular, mas foi só para desenvolver. 

Melhores Faixas: Trouble On My Mind (Tyler amassando aqui), Raid (50 Cent e Pharrell se encaixar bem), Alone In Vegas 
Piores Faixas: Body Work (feats sem sentido), Feeling Myself, Changing Of The Guards (Diddy estragando a música inteira)

My Name Is My Name – Pusha T





















NOTA: 8,7/10


Dois anos depois, foi lançado enfim seu 1º trabalho solo, intitulado My Name Is My Name. Após o Fear Of God II: Let Us Pray, Pusha T já estava consolidado como membro da GOOD Music e braço direito de Kanye West, participando ativamente do projeto coletivo Cruel Summer (2012). So que a questão era saber se ele conseguiria sustentar um álbum solo de estúdio, mantendo a aura de excelência lírica que carregava desde o Clipse e, quem sabe, furar a bolha. A produção foi diversificada, contando com o próprio Kanye, além do Pharrell Williams, Rico Beats, entre outros, que contribuíram para uma sonoridade sombria, minimalista e tensa, muitas vezes flertando com o experimentalismo do Yeezus, mas ainda mantendo a estrutura clássica do Coke Rap (Rap mafioso). Baterias secas, sintetizadores ásperos, pianos ameaçadores e graves densos dominam o disco. O repertório é muito bom, com canções pesadas e bem reflexivas. No fim, é um ótimo trabalho e que é bem preciso. 

Melhores Faixas: Numbers On The Boards, Nosetalgia (baita feat do Kendrick), King Push, Pain (Future foi bem aqui) 
Vale a Pena Ouvir: Who I Am (ótimas feats do 2 Chainz e Big Sean), S.N.I.T.C.H. (Pharrell encaixou bem aqui), Sweet Serenade (Chris Brown salvo pela beat)

King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude – Pusha T





















NOTA: 9/10


Dois anos depois, foi lançado seu 2º álbum solo, intitulado King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude. Após o My Name Is My Name, Pusha T se consolidou como uma das vozes mais afiadas do Rap mafioso e como um dos grandes letristas de sua geração. Em 2015, Kanye West o nomeou presidente da GOOD Music, o que elevou ainda mais sua responsabilidade dentro do selo. Ao mesmo tempo, havia grandes expectativas para seu próximo álbum, que seria chamado King Push. Como esse projeto principal demoraria mais tempo para ser finalizado, Pusha decidiu lançar um “prelúdio”. A produção foi, como sempre, bem diversificada, contando com Kanye, Diddy, Timbaland, Metro Boomin e outros, que criaram um som obscuro, denso e minimalista, com batidas agressivas, samples distorcidos e texturas que flertam tanto com o experimental quanto com a tradição Boom Bap. O repertório é muito bom, e as canções são todas profundas. No geral, é um belo disco, bastante reflexivo. 

Melhores Faixas: Untouchable, M.P.A. (baita entrosamento do Kanye West, The-Dream e A$AP Rocky), M.F.T.R., Got Em Covered 
Vale a Pena Ouvir: Crutches, Crosses, Caskets, F.I.F.A.

Daytona – Pusha T





















NOTA: 10/10


No ano de 2018, foi lançado o sensacional e certamente um dos melhores álbuns de sua carreira, o Daytona. Após o King Push – Darkest Before Dawn: The Prelude, a promessa era que esse seria apenas um aquecimento para o verdadeiro 2º álbum. Mas o projeto sofreu inúmeros atrasos, em parte devido à função executiva do Pusha como presidente da GOOD Music, em parte pelo perfeccionismo do rapper e também pelo processo criativo de Kanye West, que assumiu o posto de produtor executivo do disco; após três anos, o álbum finalmente foi concluído. Kanye basicamente colocou beats construídos a partir de samples de Soul e Funk dos anos 70, recortados e reorganizados de forma crua, com bateria seca e pouca manipulação digital. Essa abordagem remete tanto à tradição clássica do Rap dos anos 90 quanto ao seu estilo refinado. O repertório é simplesmente maravilhoso e, apesar de ser curto, contém apenas músicas incríveis. Em suma, é um trabalho belíssimo e um clássico. 

Melhores Faixas: The Games We Play, If You Know You Know, What Would Meek Do? (Kanye aprontou bem nessa daqui) 
Vale a Pena Ouvir: Come Back Baby, Santeria

It's Almost Dry – Pusha T





















NOTA: 9,2/10


Então chegamos a 2022, quando foi lançado seu último álbum solo até então, o It’s Almost Dry. Após o excepcional Daytona, que, apesar de curto, foi conciso e inteiramente produzido por Kanye West, sendo celebrado como uma obra-prima, a expectativa para o próximo movimento era enorme. Além disso, houve a diss para Drake, The Story of Adidon, que expôs que ele tinha um filho com uma atriz pornô, fato que havia mantido em segredo. Fora isso, o rapper continuou aparecendo em colaborações. A produção foi diversificada, com destaque para Kanye West, que trouxe sua estética do Chipmunk Soul, samples obscuros, atmosfera carregada e texturas pesadas, e para Pharrell Williams, que apostou em baterias mais espaçadas, grooves experimentais e melodias inusitadas. Essa combinação conseguiu casar muito bem. O repertório é maravilhoso, as canções são pesadas e cheias de mensagem. No final, é um disco belíssimo e bastante consistente. 

Melhores Faixas: Diet Coke, Dreamin Of The Past (Kanye amassando aqui), Let The Smokers Shine The Coupes, I Pray For You (tirando a boa feat do Labrinth, o Malice roubou a cena), Brambleton, Just So You Remember 
Vale a Pena Ouvir: Open Air, Scrape It Off (boa feat do Don Toliver e Lil Uzi Vert)
  

Analisando Discografias - ††† (Croses)

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