Monster – R.E.M.
NOTA: 8,7/10
Dois anos se passam, e foi lançado mais um trabalho do R.E.M., intitulado Monster. Após o Automatic For The People, a banda estava consciente de que poderia se tornar repetitiva se não desviasse o rumo. Ao mesmo tempo, havia uma ansiedade pela primeira grande turnê mundial desde 1989. Assim, o R.E.M. planejou deliberadamente um álbum mais agressivo e voltado para a performance, além de aproveitar o hype que a grande mídia estava dando para as bandas do Grunge e do Rock alternativo, que tinham suas influências nos georgianos. A produção foi aquela de sempre: capturar uma sonoridade crua, mais próxima de ensaios e apresentações ao vivo. Peter Buck mergulhou em pedais de distorção e efeitos, criando camadas densas de guitarra, enquanto a cozinha rítmica foi mais criativa, combinando com os vocais mais íntimos do Michael Stipe. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas e envolventes. No fim, é um trabalho bacana que continua sendo subestimado.
Melhores Faixas: What's The Frequency, Kenneth?, Bang And Blame, Crush With Eyeliner, Let Me In
Vale a Pena Ouvir: Strange Currencies, Star 69, King Of Comedy
New Adventures In Hi-Fi – R.E.M.
NOTA: 9,7/10
Indo para 1996, foi lançado o 10º álbum de estúdio do R.E.M., o New Adventures in Hi-Fi. Após o Monster, um álbum feito deliberadamente para o palco, fora daquele refinamento. Só que, durante a turnê, vários problemas de saúde atingiram os membros, desde colapsos até cirurgias de emergência, especialmente envolvendo Bill Berry. Esse período exaustivo fez o grupo refletir sobre sua identidade, mas também gerou uma imensa quantidade de material novo, levando-os a decidir fazer algo mais ousado. Produção feita pela última vez por Scott Litt, foi gravado em vários lugares, trazendo um som expansivo que varia do Rock alternativo, Post-Grunge e até à Americana. As guitarras de Peter Buck ora soam limpas e cristalinas; o baixo de Mike Mills é inventivo; a bateria de Berry continua sólida. Michael Stipe canta de forma bastante variada. O repertório é belíssimo, e as canções são incríveis e melódicas. Em suma, é um baita disco, que apresenta um experimentalismo coeso.
Melhores Faixas: How The West Was Won And Where It Got Us, E-Bow The Letter (participação da Patti Smith), Electrolite, The Wake-Up Bomb, Undertown, Departure
Vale a Pena Ouvir: Leave, So Fast, So Numb, Low Desert
Up – R.E.M.
NOTA: 8,5/10
Se passam mais dois anos e é lançado mais um trabalho do R.E.M., intitulado Up. Após o New Adventures in Hi-Fi, o baterista Bill Berry anunciou sua saída em outubro de 1997, alegando estar esgotado e querendo uma vida longe do estrelato, e o resto dos membros até cogitou o fim da banda. No entanto, decidiram continuar como um trio. A ausência abriu espaço para experimentação: em vez de buscar um substituto fixo, a banda optou por explorar texturas eletrônicas, programações e batidas de caixa de ritmo. Produzido por Pat McCarthy, foi um processo bem intenso para a banda. O som ficou marcado por teclados vintage, drum machines, colagens eletrônicas e atmosferas que alternam entre o etéreo e o claustrofóbico, seguindo a estética que o Rock alternativo e a música eletrônica trilhavam. O repertório é bem interessante; as canções são imersivas e, de certo modo, melancólicas. No geral, é um trabalho bacana, mas que acabou sendo menosprezado.
Melhores Faixas: Daysleeper, Walk Unafraid, The Apologist
Vale a Pena Ouvir: You're In The Air, At My Most Beautiful, Why Not Smile, Hope
Reveal – R.E.M.
NOTA: 6/10
Indo para 2001, o R.E.M. retorna lançando seu 12º álbum, o Reveal, que tentou ser mais atmosférico. Após o Up, a banda começou a reencontrar um certo equilíbrio. O desejo, então, era compor um álbum mais luminoso, com melodias mais evidentes e climas mais ensolarados. Assim, eles decidiram lançar um projeto que ficou conhecido como o “álbum de verão” do R.E.M.: colorido e com uma sonoridade que remete tanto ao psicodelismo suave dos anos 60 quanto ao Pop Rock daquele período. Produzido novamente por Pat McCarthy, contou com uso intenso de teclados, sintetizadores, além de guitarras cristalinas e arranjos que remetem ao Chamber Pop. Buck foi para um lado mais textural em vez da riffística, e Michael Stipe explorou uma abordagem mais variada; porém, tudo soa um tanto arrastado e com falta de preenchimento. O repertório até começa bem, mas depois traz canções bastante genéricas. Enfim, é um trabalho irregular, que carece de complemento.
Melhores Faixas: I'll Take The Rain, She Just Wants To Be, Imitation Of Life
Piores Faixas: Disappear, Saturn Return, Summer Turns To High
Around The Sun – R.E.M.
NOTA: 8,7/10
Três anos depois, foi lançado mais um trabalho do R.E.M., o fraquíssimo Around the Sun. Após o Reveal, a banda buscava mais refinamento do que a espontaneidade que havia marcado seus grandes momentos. Só que o R.E.M. estava fortemente envolvido em causas políticas, especialmente na campanha contra George W. Bush e a guerra do Iraque. O disco reflete tanto a necessidade de manter relevância política quanto a dificuldade em encontrar um fio musical realmente vibrante. Produzido novamente por Pat McCarthy, apostou em camadas de teclados, guitarras limpas, programações discretas e arranjos suaves, criando um clima contemplativo. O problema é que falta muita dinâmica e, em vários momentos, o álbum soa excessivamente arrastado, já que muita coisa acabou sendo retrabalhada. Com isso, o repertório é fraquíssimo: há até algumas canções bacanas, mas outras soam bem medíocres. Enfim, é um trabalho péssimo e bastante cansativo.
Melhores Faixas: Boy In The Well, I Wanted To Be Wrong, Aftermath, Leaving New York
Piores Faixas: Wanderlust, Around The Sun, The Worst Joke Ever, High Speed Train, The Ascent Of Man
Então é isso e flw!!!