Rap É Compromisso – Sabotage
NOTA: 10/10
Em 2001, o Sabotage lançava seu álbum de estreia, o sensacional Rap É Compromisso. A trajetória do Maestro do Canão começou por volta de 1989, e desde muito cedo ele já fazia rimas, participando de concursos de Rap. Em um deles, no salão Zimbabwe, conheceu Mano Brown e Ice Blue, que ficaram especialmente impressionados com a performance dele. Após isso, passou a integrar o grupo RZO no final dos anos 90, e foi nesse período que começou a preparar seu álbum, que seria lançado pelo selo Costa Nostra, dos Racionais. A produção, feita por Helião, Daniel Ganjaman, Zegon e DJ Cia, trouxe batidas densas, samples de Soul, Funk e trilhas sonoras, além de arranjos que dialogam com o cinema policial, tudo isso sobre a base do Boom Bap, que combina perfeitamente com os flows acelerados do rapper. O repertório é maravilhoso, quase como uma coletânea, e as participações especiais são precisas. No fim, é um álbum sensacional e certamente uma obra-prima.
Melhores Faixas: Um Bom Lugar (Black Alien amassando aqui), Respeito É Pra Quem Tem, Rap É Compromisso (ótima feat da Negra Li), Zona Sul (Helião e Kaskão indo bem demais), Cocaína
Vale a Pena Ouvir: Cantando Pro Santo (Chorão do Charlie Brown surpreendentemente aparecendo aqui e indo bem), País Da Fome (saudoso Negro Útil e Helião de novo aparecendo muito bem)
Sabotage – Sabotage
Aí foi só em 2016 que foi lançado o segundo e último álbum autointitulado do Sabotage, de forma póstuma. Após o clássico Rap É Compromisso, ele estava em plena ascensão, participando de vários projetos, além de atuar nos filmes O Invasor e Carandiru (onde viveu o personagem Fuinha). Infelizmente, ele foi assassinado no início de 2003, mas mesmo assim deixou um legado gigantesco. Ainda assim, havia material guardado que demorou anos para ser lançado, até que finalmente veio à tona. A produção foi diversificada, com DJ CIA, Daniel Ganjaman, Instituto e até Tropkillaz, e houve cuidado na escolha das batidas, que misturam a sonoridade clássica do Rap com elementos mais atuais, criando um elo entre passado e presente, encaixando-se perfeitamente com o flow acelerado e as rimas precisas do Sabota. O repertório é muito bom, com canções profundas e até energéticas. No geral, é um ótimo trabalho póstumo e que honrou legado do Maestro do Canão.
Melhores Faixas: Canão Foi Tão Bom, Respeito É Lei, Maloca É Maré, País Da Fome: Homens Animais
Vale a Pena Ouvir: Quem Viver Verá (Dexter indo muito bem), O Gatilho, Sai Da Frente