terça-feira, 2 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Siouxsie and the Banshees: Parte 2

                 

Kaleidoscope – Siouxsie And The Banshees





















NOTA: 9,5/10


Entrando nos anos 80, o Siouxsie and the Banshees lançava mais um álbum, o Kaleidoscope. Após o Join Hands, o grupo passou por um verdadeiro terremoto interno: em setembro de 1979, logo após o início da turnê, os membros fundadores John McKay (guitarra) e Kenny Morris (bateria) abandonaram a banda repentinamente. Então, recrutaram o baterista Budgie e John McGeoch, guitarrista escocês vindo do Magazine. A produção, conduzida por Nigel Gray junto com a banda, foi um pouco mais multifacetada, com uso de sintetizadores e efeitos eletrônicos. Só que agora havia algumas influências da New Wave, apesar de ainda estarem no Post-Punk. Além disso, o principal destaque é a guitarra de McGeoch, que explorava camadas etéreas, arpejos cristalinos e efeitos como flanger e chorus, afastando-se do ataque cru do Punk. O repertório é incrível, e as canções são mais sombrias e melódicas. No geral, é um baita disco e que foi um ponto de virada para a banda. 

Melhores Faixas: Happy House, Christine, Red Light, Tenant, Desert Kisses 
Vale a Pena Ouvir: Trophy, Lunar Camel, Paradise Place

Juju – Siouxsie And The Banshees





















NOTA: 10/10


No ano seguinte, foi lançado o sensacional 4º álbum da banda, intitulado Juju, que certamente foi o ápice. Após o Kaleidoscope, a entrada de John McGeoch na guitarra e de Budgie na bateria já havia dado uma nova vitalidade ao grupo, que experimentou com texturas eletrônicas, sintetizadores e um leque mais amplo de sonoridades. Com isso, eles decidiram fazer um trabalho mais coeso e sombrio, canalizando sua energia para uma imersão profunda em atmosferas densas e narrativas assombradas. A produção foi a mesma, só que mais cristalina, sem polir em excesso: o foco está em preservar a intensidade crua da banda, mantendo aquele som do Post-Punk, mas com todo o clima atmosférico do Rock gótico, muito por conta das texturas variadas de McGeoch e das linhas vocais teatrais de Siouxsie. O repertório é maravilhoso e digno de coletânea, pois só tem música excelente. No final, é um baita disco e um clássico da cena gótica. 

Melhores Faixas: Spellbound, Arabian Knights, Night Shift, Into The Light, Sin In My Heart
Vale a Pena Ouvir: Monitor, Halloween

A Kiss In The Dreamhouse – Siouxsie And The Banshees





















NOTA: 9/10


Indo para mais um ano, foi lançado mais um trabalho novo do Siouxsie and the Banshees, A Kiss in the Dreamhouse. Após o Juju, a banda se consolidou e era uma das mais importantes daquele cenário gótico, mas, nesse período, o Post-Punk começava a dialogar com elementos do Art Rock, música experimental e da New Wave. Então, eles não ficaram para trás, decidindo ser mais ousados, mas sem perder a identidade própria. A produção, feita pela própria banda, é expansiva, rica em texturas e arranjos. O uso de instrumentação orquestral, com cordas arranjadas e gravadas, foi um diferencial importante. Essas camadas adicionaram um toque barroco e luxuriante ao som, com guitarras mais psicodélicas e uma cozinha rítmica mais precisa; basicamente, juntaram Rock gótico com Neo-Psychedelia. O repertório ficou muito bom, e as canções são ainda mais atmosféricas. Enfim, é um ótimo incrível e com uma temática eficiente. 

Melhores Faixas: Cascade, She's A Carnival, Slowdive, Melt! 
Vale a Pena Ouvir: Painted Bird, Obsession

Hyaena – Siouxsie And The Banshees





















NOTA: 8,9/10


Dois anos se passam e foi lançado mais um álbum do Siouxsie and the Banshees, o Hyæna. Após A Kiss in the Dreamhouse, o guitarrista John McGeoch, peça fundamental na sonoridade da era de ouro do grupo, saiu em 1982 devido a problemas de saúde agravados por colapsos nervosos e abuso de álcool. Para seu lugar, entrou Robert Smith, que já havia trabalhado temporariamente com os Banshees em 1979, após a saída de John McKay. Em 1983, Smith voltou oficialmente como guitarrista da banda, enquanto ainda mantinha o The Cure ativo. A produção foi praticamente a mesma, só que o som ficou mais polido, com ênfase no uso de arranjos orquestrais. Assim, as guitarras do nosso querido Robertinho trouxeram uma textura mais etérea, carregada de delay e chorus, enquanto a instrumentação em geral ficou mais climática. O repertório ficou muito bom, e as canções são todas mais melódicas. Em suma, é um ótimo trabalho e bem sólido. 

Melhores Faixas: Dazzle, Blow The House Down, Bring Me The Head Of The Preacher Man
Vale a Pena Ouvir: Take Me Back, Running Town

Tinderbox – Siouxsie & The Banshees





















NOTA: 9,9/10


No ano de 1986, foi lançada outra preciosidade do Siouxsie and the Banshees, o Tinderbox. Após o Hyæna, Robert Smith acabou saindo, já que não tinha como seguir em duas bandas, e, em seu lugar, entrou o guitarrista John Valentine Carruthers, que trouxe uma abordagem diferente: mais linear e atmosférica. Antes de entrar em estúdio, eles passaram um tempo compondo na Islândia, em meio a paisagens áridas, vulcânicas e misteriosas. Esse cenário inspirou grande parte da sonoridade do disco: fria, ventosa, cheia de espaços abertos e imagens telúricas. Com isso, a produção feita pela própria banda resultou em um som cinemático, com guitarras que evocam paisagens desoladas, baixos pulsantes de Severin, percussões inventivas do Budgie e os vocais poderosos da Siouxsie, que atingem um equilíbrio entre teatralidade e intensidade emocional. O repertório é sensacional, e as canções são bem imersivas. No fim, é um belo disco e um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: Cities In Dust, Candyman, 92°, The Sweetest Chill 
Vale a Pena Ouvir: Cannons, Party's Fall

Through The Looking Glass – Siouxsie & The Banshees




















NOTA: 9,9/10


No ano seguinte, foi lançado o 8º álbum de estúdio da banda, o Through the Looking Glass. Após o Tinderbox, os Banshees optaram por algo incomum: lançar um disco inteiro de releituras. Essa decisão vinha de um desejo antigo de Siouxsie e Severin de homenagear artistas que os influenciaram ou que, de alguma forma, dialogavam com sua estética. Mais do que versões, eles queriam usar as músicas como um espelho deformador, e esse título é uma referência à continuação de Alice no País das Maravilhas. A produção, conduzida pela banda junto com Mike Hedges, seguiu um lado mais luxuoso, com arranjos grandiosos e sofisticados. O grande diferencial foi a inclusão de arranjos orquestrais e de metais em várias faixas, juntando tudo aquilo que havia no Art Rock com as influências góticas da banda. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem interpretadas e possuem um lado mais denso. No fim, é um disco bacana e que foi um acerto. 

Melhores Faixas: The Passenger (ficou melhor que a original do Iggy Pop), Sea Breezes (Roxy Music) 
Vale a Pena Ouvir: Strange Fruit (Billie Holiday), Hall Of Mirrors (Kraftwerk), Gun (John Cale)


                Bom é isso e flw!!!    

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