sábado, 13 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Slowdive: Parte 2

                 

Just For A Day – Slowdive





















NOTA: 9,7/10


Então, poucos meses depois, foi lançado o álbum de estreia do Slowdive, o excepcional Just For A Day. Após o EP Morningrise, a banda já havia conquistado atenção dentro da cena alternativa britânica, recebendo tanto aclamação quanto críticas mistas por parte da imprensa, que os acusava de priorizar o clima em vez do conteúdo. Decidiram, então, fazer um álbum que consolidasse a identidade do grupo dentro do Shoegaze, mas que também revelou as diversas tensões que pairavam sobre eles. A produção, feita pelo próprio Neil Halstead com ajuda do Chris Hufford, privilegiou a imersão: as camadas de guitarras criam uma parede sonora que, em vez de soar agressiva, remete a um espaço flutuante, quase celestial. Além disso, a alternância nos vocais entre Neil e Rachel reforça o caráter onírico da obra. O repertório é belíssimo, e as canções são bastante melódicas e introspectivas. No geral, é um baita disco de estreia, que foi injustamente menosprezado. 

Melhores Faixas: Celia's Dream, Spanish Air, Catch The Breeze, Primal 
Vale a Pena Ouvir: Ballad Of Sister Sue, The Sadman

Souvlaki – Slowdive





















NOTA: 10/10


Dois anos se passam, e o Slowdive retorna lançando o clássico 2º álbum, o Souvlaki. Após o Just For A Day, que foi injustamente mal recebido pela crítica britânica, a banda conseguiu, apesar disso, cultivar uma base de fãs fiel, principalmente entre aqueles que viam no quinteto algo diferente do Noise Pop do My Bloody Valentine ou da energia quase Britpop do Ride, enquanto a mídia britânica voltava seus olhares para esse gênero. Neil Halstead começou a explorar composições mais estruturadas, melódicas e emocionalmente diretas. A produção, feita inteiramente pela própria banda, trouxe mais definição aos arranjos, embora as camadas de guitarras e os efeitos de delay e reverb ainda sejam abundantes, mantendo o foco naquela imersão típica do Shoegaze com Dream Pop, além das longas passagens que lembram a música ambiente. O repertório é simplesmente sensacional, parecendo até uma coletânea: só tem canção maravilhosa. No final, é um baita disco e certamente uma obra-prima. 

Melhores Faixas: When The Sun Hits, Alison, Dagger, 40 Days, Machine Gun 
Vale a Pena Ouvir: Souvlaki Space Station, Here She Comes, Sing (essas duas canções tem participação do Brian Eno)

Pygmalion – Slowdive





















NOTA: 8,7/10


Mais dois anos se passam, e o Slowdive lança seu 3º álbum, o maluco, porém interessante: Pygmalion. Após o atemporal Souvlaki, a banda já havia conquistado seu espaço como um dos nomes centrais do Shoegaze. Contudo, o Britpop estava em ascensão, dominando rádios e revistas musicais, enquanto o Shoegaze era taxado de ultrapassado. E assim, Neil Halstead, cada vez mais à frente da direção criativa, não parecia interessado em simplesmente repetir fórmulas, aproximando-se de experimentações. A produção, feita pela banda junto com Chris Hufford, foi marcada pelo minimalismo: em vez das tradicionais camadas de guitarras carregadas de reverb e delay, surgem loops eletrônicos, guitarras processadas como drones, vocais rarefeitos e longos espaços de silêncio, aproximando-se da música ambiente e do Post-Rock, além de incluir elementos do Dream Pop. O repertório é bem legal, e as canções são todas atmosféricas. No fim, é um trabalho bacana, mas que foi muito menosprezado. 

Melhores Faixas: Blue Skied An' Clear, Miranda 
Vale a Pena Ouvir: Trellisaze, Rutti, Visions Of La

Slowdive – Slowdive





















NOTA: 9,5/10


Então se passaram 22 anos, e foi lançado um novo trabalho autointitulado do Slowdive. Após o Pygmalion, a recepção fria da crítica, as vendas baixas e o desinteresse da gravadora Creation fizeram com que Neil Halstead e Rachel Goswell seguissem em frente com outros projetos. Mas a banda foi redescoberta por uma nova geração de ouvintes no início dos anos 2000, graças à internet e à revalorização do Shoegaze como gênero cult, e com isso eles retornaram, chegando a lotar shows e serem aclamados pela crítica. A produção, conduzida inteiramente por Neil Halstead, é cristalina e moderna, mas mantém o uso de guitarras em camadas densas, vocais aéreos, reverbs expansivos e uma atmosfera melancólica, porém acolhedora, com momentos que chegam a lembrar o Space Rock. O repertório é incrível, e as canções são bem imersivas, mantendo aquele tom atmosférico característico. Enfim, é um álbum maravilhoso e um retorno triunfal. 

Melhores Faixas: Star Roving, Sugar For The Pill, Slomo 
Vale a Pena Ouvir: Everyone Knows, No Longer Making Time

Everything Is Alive – Slowdive





















NOTA: 8,7/10


Então chegamos a 2023, quando foi lançado o álbum mais recente da banda, o everything is alive. Após o álbum de 2017, Neil Halstead começou a trabalhar em novas composições. No entanto, esse processo coincidiu com acontecimentos dolorosos na vida dos integrantes, sobretudo a morte da mãe do Rachel Goswell e do pai do Simon Scott, ambos em 2020. Essas perdas acabaram impregnando o álbum com um peso emocional diferente, mais sombrio e contemplativo. A produção foi praticamente a mesma, mas, desta vez, o foco foi em criar um disco mais minimalista e atmosférico, com ênfase em sintetizadores e texturas eletrônicas, fazendo assim uma fusão do Shoegaze com música ambiente, além de elementos psicodélicos, muito pelo uso de drones e camadas eletrônicas, criando uma paisagem sonora que soa quase cósmica. O repertório é muito bom, e as canções são profundas e cadenciadas. Em suma, é um trabalho bacana e carregado de sinceridade. 

Melhores Faixas: shanty, kisses 
Vale a Pena Ouvir: andalucia plays, the slab, alife
  

              Então é isso e flw!!!       

Analisando Discografias - ††† (Croses)

                  EP † – ††† (Croses) NOTA: 7,5/10 Lá para 2011, foi lançado o 1º trabalho em formato EP do projeto Croses (ou, estilisticam...