Back From The Dead – Chief Keef
NOTA: 9,2/10
No ano seguinte, foi lançada mais uma mixtape dele intitulada Back From The Dead. Após o Bang, Chief Keef ganhou notoriedade através das redes sociais e da plataforma YouTube, onde seus clipes gravados em casa, muitas vezes durante o cumprimento de prisão domiciliar, viralizaram entre os jovens de Chicago. Suas músicas já mostravam seu estilo: letras repetitivas, mas hipnóticas; flow ríspido; e beats de grave seco e minimalista. A violência cotidiana era descrita com naturalidade. A produção, feita inteiramente por Young Chop, tem uma sonoridade caracterizada por batidas pesadas, 808s intensos, hi-hats triplos e uma atmosfera lúgubre, quase fantasmagórica. O trabalho de Chop aqui é fundamental, pois ele constrói um cenário sonoro sombrio que reflete a paisagem urbana e violenta de Chicago. O repertório é incrível, e as canções são agressivas e, ao mesmo tempo, reflexivas. No geral, é um trabalho maravilhoso e coeso.
Melhores Faixas: Winnin', Monster, Save That Shit, I Don't Know Dem, Everyday Vale a Pena Ouvir: I Don't Like, Sosa
Finally Rich – Chief Keef
NOTA: 9,5/10
E aí, perto do Natal, foi lançado seu álbum de estreia, intitulado Finally Rich, que foi bem profundo. Após o Back From The Dead, Keef virou o símbolo da nova geração do Rap, sendo cobiçado por várias gravadoras e elogiado por artistas como Kanye West, que remixou “I Don’t Like” e apresentou o Drill ao público global. Quando assinou com a Interscope, a pressão aumentou: esperava-se que esse trabalho transformasse o fenômeno das mixtapes em sucesso comercial. A produção foi diversificada, contando com Rovaun Manuel, Larry Jackson, Young Chop, K.E. on the Track e outros. Eles colocaram graves densos, hi-hats triplos, linhas de sintetizador gélidas e uma cadência robótica que se tornou imediatamente reconhecível, deixando a abordagem mais polida, não para perder o impacto, mas para amplificá-lo, e mantendo aquele clima do Chicago Drill. O repertório é maravilhoso, e as canções são energéticas. Enfim, é um baita álbum de estreia e um clássico.
Melhores Faixas: Love Sosa, I Don't Like, Hate Bein' Sober (50 Cent e Wiz Khalifa mandaram bem), 3Hunna (Rick Ross amassando), Diamonds Vale a Pena Ouvir: Understand Me, No Tomorrow, Finally Rich
Bang Part Two – Chief Keef
NOTA: 8,7/10
Outro ano se passou, e foi lançada mais uma mixtape do Chief Keef, o Bang Part Two. Após o excepcional Finally Rich, o nosso mano Sosa se viu em uma nova realidade: fama mundial, riqueza súbita, contratos com grandes gravadoras e uma sequência de problemas legais. A Interscope tentava enquadrar o jovem artista em um molde comercial, enquanto ele parecia cada vez mais interessado em se afastar desse controle. Vivendo cercado por sua equipe Glo Gang e afundado em uma rotina de drogas, Keef começou a lançar mixtapes com pouca ou nenhuma estrutura tradicional. Produção foi bem diversificada contando com Dolan Beatz, Zaytoven, CashMoneyAP e afins, aqui a coesão não vem da uniformidade sonora, mas do estado mental de Keef: tudo soa enevoado, abafado, às vezes até desbalanceado, como se fosse gravado sob o efeito de substâncias. O repertório é bem legal, e as canções são bem pessoais. Enfim, é um trabalho interessante e muito profundo.
Melhores Faixas: Bank Closed, Aint Done Turnin Up, Gotta Glo Up One Day, Hoez N Oz, 3Vale a Pena Ouvir: 12 Bars, Cause Im Gettin Money, 2 Much, Chiefin Keef
Almighty So – Chief Keef
NOTA: 10/10
Meses depois, foi lançado outro trabalho excepcional do Chief Keef, intitulado Almighty So. Após o Bang Part Two, o rapper estava participando, nesse período, de vários projetos de outros artistas, enfrentava problemas judiciais, quedas de imagem e uma série de multas e suspensões com a Interscope. O jovem rapper já havia perdido o controle de parte de sua própria narrativa. Em resposta a essa pressão, ele se fechou ainda mais em si mesmo e começou a gravar incessantemente. A produção foi feita em sua maioria por DJ Scream, mas contou também com ISOBeats, Bezz Luciano e outros. Aqui, o som é turvo, quase Lo-fi. Os graves continuam pesados, mas há mais experimentação com autotune, sintetizadores disformes e estruturas incompletas. Em muitos momentos, parece que Keef está improvisando tanto nos vocais quanto no processo criativo. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas afiadíssimas. Enfim, é uma baita mix e certamente um clássico.
Melhores Faixas: Baby Whats Wrong With You, Yesterday, Blew My High, Ape Shit, Me, Hunchoz, Nice
Vale a Pena Ouvir: Woulda Coulda, In Love With The Gwop, I Kno
Back From The Dead 2 – Chief Keef
NOTA: 9/10
Entrando em 2014, foi lançada mais uma mixtape do mano Sosa, o Back From The Dead 2. Após o Almighty So, Chief Keef passou por uma fase conturbada. Ele enfrentou processos, prisões e críticas pesadas de parte da mídia, que o via como um símbolo do caos juvenil de Chicago. O contrato com a Interscope, que deveria impulsioná-lo, acabou sendo rescindido. O selo queria singles de sucesso, mas Keef estava cada vez mais interessado em experimentar, explorar e fazer música por instinto, sem a pressão comercial. A produção, feita por ele junto com DJ Holiday, além de outros, resultou em um som mais denso, sujo e distorcido. Keef brinca com texturas graves, sintetizadores fora de tom e loops longos, muitas vezes propositalmente mal equalizados. É uma estética que antecipa o Mumble e até mesmo o que seria o Rage, mas tudo ainda dentro do Drill. O repertório é muito bom, e as canções são pesadíssimas e até malucas, mas te prendem. No geral, é um ótimo trabalho e bem complexo.
Melhores Faixas: Faneto, Who Is That, Sets, Wayne, Stupid, Smack DVD
Vale a Pena Ouvir: Swag, Paper, Farm, Cops
Bang 3 – Chief Keef
NOTA: 8,4/10
Melhores Faixas: Superheroes (A$AP Rocky indo muito bem), I Just Wanna (Mac Miller representando demais), New School, Go Harder
Vale a Pena Ouvir: Yes, Cappin, Greenlight
Bang 3, Part 2 – Chief Keef
NOTA: 7,2/10
Foi questão de apenas um mês até que fosse lançada a continuação desse álbum: Bang 3, Part 2. Após o Bang 3, Chief Keef anunciou que lançaria uma segunda parte desse trabalho, originalmente planejado como um álbum duplo, mas que acabou sendo dividido em duas edições: a primeira, mais voltada à grandiosidade e colaborações, e esta segunda parte, mais reflexiva, pessoal e sombria. A produção foi praticamente a mesma, só que com uma sonoridade mais fria, introspectiva e etérea. As batidas são mais lentas, há mais espaço vazio entre os elementos, e o uso de autotune é mais denso e melódico. O som é de um Drill pós-industrial, que mistura o peso dos graves com uma sensação de vazio emocional. O repertório é bem interessante, tem canções legais e profundas, e outras que poderiam ser descartadas. No final, é um álbum bom, mas que tem algumas falhas.
Melhores Faixas: Bouncin', Wit It, It's More, Racist
Piores Faixas: That Night, Charge My Car, Irri
Por hoje é só, então flw!!!






